segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A desconstrução do pênis


Buck Angel e Loren Cameron: homens transexuais gatões

Sempre me interessei pelo universo trans. Não que eu queira entrar nele como um membro trans, até porque meus poucos cuidados estéticos me levariam a ser uma travesti desleixada, mas sempre achei fascinante a idéia da transformação, além de me sentir instigado a fazer alguma diferença para esse grupo tão discriminado.
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Confesso, porém, que pouco me aprofundei na idéia dos Homens Transexuais (FTM). Já havia visto alguma coisa, mas nunca conheci ninguém com as características mulher-para-homem. Era sempre o contrário: As travestis e As transexuais. Contudo, nesse último mês, os homens transexuais passaram a ser parte das minhas maiores indagações.
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Escrevi uma reportagem sobre a infância e adolescência de homens trans para a próxima edição da JUNIOR. E foi bárbaro, em nenhum momento cogitei estar perto de uma mulher ou de uma lésbica masculina. De fato, estive ao lado de HOMENS. Homens bonitos, cavalheiros e apaixonantes.
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O Sammy (que está na reportagem da Junior e tem 21 anos) é um amor, além de bonito, másculo, é extremamente cavalheiro. Chegou a carregar minha mochila pesada, pagou a conta do jantar e me levou até a rodoviária, esperando até o momento do embarque. É claro que da parte dele não rolaria nada – ele estava apenas sendo simpático, tem namorada e gosta de mulher– mas da minha, confesso, que existiria a possibilidade, sim.
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“Mas, Neto, ele tem uma vagina!”, escutei de um amigo. E daí? Existem pessoas que, apesar de terem um pênis, não provocam a menor atração em mim. Eu não me apaixono por alguém necessariamente por causa do sexo biológico. O que me envolve é o gênero. O gênero masculino.
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Aliás, existe uma brutal diferença entre gênero e sexo biológico. Sexo biológico é aquele que você nasce - pênis e vagina – tendo a exceção para os intersexos (que é outra discussão). Gênero é como você se apresenta para a sociedade (nos moldes masculino ou feminino, tendo a exceção para os andróginos). Por exemplo, uma travesti (aquela que estamos acostumados a ver) tem um pênis e nem por isso todo gay ou mulher hétero tem vontade de transar com ela. Entende?
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Outros belos exemplos: Ben, Alejandro, Bailan, Nate e David.
Voltando a falar sobre homens trans... Emprestei na semana passada o filme Buckback Montain do Mix Brasil. É do ator pornô Buck Angel, um homem transexual. Sim, ele apesar de ser todo bofão tem uma vagina e faz filmes gays. Confesso que ao ver a contra-capa senti uma certa repulsa. A imagem de homem com vagina (sendo passivo, principalmente) ainda não estava tão nítido na minha cabeça. Até que tive uma surpresa.
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Após uma noite mal sucedida, justamente no esquema de gênero (nem toda pessoa com pênis me deixa excitado), coloquei o filme para assistir. As cenas de Buck foram acontecendo lentamente, o que deu para me acostumar com a idéia e, no momento em que ele tira as calças, mostra a vagina e se masturba, eu me excitei. Buck não se masturba como uma mulher, ele se masturba como homem masculino. Até nas cenas em que é passivo, ele se porta como tal. Afinal, ele é assim.
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Tendo em vista o ponto educativo do filme...hehe...consegui tirar ainda mais o véu que assombra as identidades sexuais e de gênero. Neste caso, não tive que reconstruir uma imagem transgênero, do homem transexual e dos preconceitos que envolvem a minha vivência, mas desconstruir a imagem do pênis como fator decisivo para a homossexualidade.
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O mito do pênis. Como se ele fosse a única fonte de prazer, aquilo que há de mais precioso em uma pessoa e em uma relação. Perdoem-me os fissurados na genitália, mas posso dizer que namoraria um homem transexual, sem problemas. Afinal, para mim, o gênero (e não somente o gênero, que fique claro) é mais interessante que um órgão sexual. O único problema é se eles vão querer, né?
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Quer, Angel?

Por Neto Lucon

fonte: http://nlucon.blogspot.com/2011/12/desconstrucao-do-penis.html?spref=fb

domingo, 28 de agosto de 2011

Rio Grande do Norte passa a aceitar nome social de transexuais

Os e as transexuais e travestis do Estado do Rio Grande do Norte poderão usar seu nome social nas repartições do Poder Executivo estadual. A decisão da governadora Rosalba Ciarlini se deu por meio do Decreto nº 22.331, publicado no Diário Oficial do Estado no último dia 13, concedendo à população trans o direito de ser identificada pelo nome social.

O decreto prevê "que a indicação do nome social pelo interessado deve ocorrer por ocasião do preenchimento, perante Órgão ou Ente Público do Poder Executivo Estadual, de cadastro, ficha ou qualquer outro documento".


fonte: http://mixbrasil.uol.com.br/noticias/rio-grande-do-norte-passa-a-aceitar-nome-social-de-transexuais.html

quinta-feira, 28 de julho de 2011

ES: travestis e transexuais poderão usar nome social nas escolas

30 de maio de 2011 • 13h13 • atualizado às 13h28

O Conselho Estadual de Educação do Espírito Santo aprovou a resolução 2.735/2011, que permite a inclusão do nome social dos Travestis e Transexuais nos registros escolares das escolas do estado. A partir disso, as instituições devem incluir nas "chamadas", registros diários de frequência, entre parênteses, o nome social pelo qual estudante se identifica.

A resolução foi publicada no Diário Oficial no dia 20 deste mês. De acordo com o presidente da ABGLT, Toni Reis, o processo estava parado desde 2008, mas agora as/os Travestis e Transexuais têm direito a usar a denominação com a qual se identificam. "Isso é uma grande vitória para movimento", afirmou o presidente em nota.

No entanto, o nome social não deverá constar nas declarações do histórico escolar, dos certificados e dos diplomas.

De acordo com a resolução, cabe à instituição de ensino garantir a presença e a permanência do aluno, tendo em vista o respeito às diferenças. "Os professores e demais profissionais da educação devem estar atentos para evitar toda e qualquer forma de discriminação e preconceito que traga constrangimento para o (a) aluno (a)", diz o texto.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Travestis e transexuais podem usar nome social em Plataforma Lattes

07/06/2011 - 12h42
Por : Felype Falcão

Plataforma Lattes abre espaço para que transexuais e travestis usem o nome social no currículo

Seguindo um movimento já consolidado nos estados do Pará, São Paulo e Pernambuco, em que travestis e transexuais têm direito ao uso do nome social nos diversos setores do serviço público, agora é a vez do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Técnico – CNPq dar um passo a frente e abrir espaço para que elas possam fazer o mesmo.

As solicitações de mudança de nome atual para nome social de travestis e transexuais poderão ser feitas ao CNPq, e os pedidos deverão ser dirigidos à Ouvidoria que encaminhará à Coordenação de Informática, setor responsável pelo Curriculo Lattes, para efetivar a mudança. Mais informações podem ser obtidas pelo site da plataforma: http://lattes.cnpq.br/

Governador Sérgio Cabral sanciona uso de nome social para travestis e transexuais

11/07/2011 - 18h47
Por : Felype Falcão

Travestis e transexuais ganham direito ao uso do nome social no RJ

O governador Sérgio Cabral sancionou na última sexta-feira a lei que possibilita a travestis e transexuais utilizarem o nome social dentro da administração pública do Estado do Rio de Janeiro. Esta é mais uma decisão do Governador que tem se posicionado de maneira sempre favorável aos direitos LGBTs.

Leia o decreto e as justificativas apontadas pelo Governador:

O Governo do Estado do Rio de Janeiro através do DECRETO Nº 43065 DE 08 DE
JULHO DE 2011. DISPÕEM SOBRE O DIREITO AO USO DO NOME SOCIAL POR TRAVESTIS E TRANSEXUAIS NA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições
constitucionais e legais, nos termos do Processo E-23/1000/2011, CONSIDERANDO:

- que é objetivo da República Federativa do Brasil a constituição de uma sociedade justa que promova o bem de todos, sem que existam preconceitos de origem, raça, idade, sexo ou quaisquer outras formas de discriminação;

- que, para a construção de uma política pública estadual de combate à homofobia e a promoção da cidadania da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, é fundamental garantir a consolidação dos direitos LGBT na gestão pública do Estado do Rio de Janeiro;

- que o Governo do Estado do Rio de Janeiro implanta o Programa Estadual Rio sem Homofobia, criado pelo Decreto Estadual nº 40.822, de 26 de junho de 2007, tendo como um dos seus eixos a capacitação e sensibilização de gestores públicos e construção de uma rede de proteção básica e promoção de ações afirmativas para travestis e transexuais a fim de fomentar sua inclusão social; e

- que as políticas governamentais devem se orientar na promoção de políticas públicas e valores de respeito à paz, à diversidade e a não-discriminação por orientação sexual e identidade de gênero.

DECRETA:

Art. 1º** - Fica assegurado às pessoas transexuais e travestis capazes, mediante requerimento, o direito à escolha de utilização do nome social nos atos e procedimentos da Administração Direta e Indireta do Estado do Rio de Janeiro

Parágrafo Único**: Entende-se por nome social o modo como as pessoas travestis e transexuais são reconhecidas, identificadas e denominadas na sua comunidade e meio social.

Art. 2º **- Todos os registros do sistema de informação, cadastro, programas, projetos, ações, serviços, fichas, requerimentos, formulários, prontuários e congêneres da Administração Pública Estadual deverão conter o campo “Nome Social” em destaque, fazendo-se acompanhar do nome civil, que será utilizado apenas para fins internos administrativos.

Parágrafo Único** – A pessoa transexual ou travesti capaz poderá a qualquer tempo querer inclusão do nome social nos registros dos sistemas de informação, cadastros, fichas, requerimentos, formulários, prontuários e congêneres.

Art. 3º** - Nos documentos oficiais ou nos casos em que o interesse público, exigir, inclusive para salvaguardar direitos de terceiros, será considerado o nome civil da pessoa travesti ou transexual, podendo fazer-se acompanhar do nome social, se querido pelo interessado.

Art. 4º **- As denúncias referentes à não utilização do nome social pela Administração Pública Direta deverão ser encaminhadas para a Comissão Processante criada pela Resolução SEASDH nº 310, de 29 de dezembro de 2010, da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, em razão da Lei 3.406/2000.*

Art. 5º** - Caberá à Secretaria de Estado da Casa Civil estabelecer, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, as regras porventura necessárias para a inclusão do campo nome social em todos os formulários e assemelhados utilizados em sistemas de informação e congêneres do Estado, cabendo às demais Secretarias a complementação dessas regras

Art. 6º **- O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Curitiba realiza em agosto seminário para o segmento trans

12/07/2011 - 12h55
Por : Hélio Filho

População T é tema central do II Workshop Geração Trans em Curitiba em agosto
Em Curitiba, o Transgrupo Marcela Prado - Associação de Travestis e Transexuais vai realizar no dia 6 de agosto o II Workshop Geração Trans, que tem a população T como foco principal. As vagas são limitadas e as inscrições são gratuitas e já estão abertas, sendo que podem ser feitas pelo telefone (41) 3222-3999 no ramal 22.

O evento vai contar com as presenças da médica, mestre e doutora em Antropologia Social pela UFGRS Elizabeth Zambrano e da psicóloga Karlesy Stamm e vai exibir ainda vídeos sobre a transexualidade, experiências de transexuais relacionadas com o cotidiano social, além de temas como educação, saúde e exercício de cidadania das e dos trans.

Bahia aprova nome social para trans nas escolas

27/07/2011 - 12h49
Por : Hélio Filho

O Conselho Estadual da Educação da Bahia aprovou por 18 votos a quatro parecer que permite a alunos e alunas travestis e transexuais usarem seus nomes sociais em toda a rede estadual de ensino. Para se tornar lei, o parecer do Conselho ainda deve ser homologado pelo governo baiano.

A decisão tomada na última segunda-feira, 25, recomenda ainda que os e as alunas já preencham seus documentos escolares com seus nomes sociais já a partir da próxima matrícula que fizerem. O nome que condiz mais com a aparência que com o sexo também poderá ser usado em boletins e chamadas.