Falar sobre sexualidade é algo bem complicado. Primeiro porque o nome do tema já é um tabu em si mesmo; segundo porque “todo mundo tem problemas sexuais” como diz aquele famoso título daquela peça brasileira (eu diria que a maioria) e terceiro porque ninguém que ser alvo de críticas, principalmente em relação a esse tema. Realmente temos que ter bastante cuidado, pois a delicadeza do assunto exige isso.
Bem, trabalho com o ser humano, e por isso mesmo, me abstraio de ter qualquer tipo de preconceito contra qualquer tipo de raça, religião, e, principalmente, opção sexual. Talvez por isso meus clientes se sintam tão à vontade de falarem pra mim seus “piores” dilemas. Não raro recebo em meu consultório pessoas cujo desafio de vida é a própria sexualidade e suas vastas opções, e não raro escuto-as dizer assim: “Você sabe que estou anos na terapia e minha psicóloga ainda não tinha pensado nisso...?” Vejo-as sofrendo e insatisfeitas com a opção alternativa que fizeram, às vezes acanhadas, às vezes ansiosas, às vezes confusas, às vezes perdidas. Mas todas elas procurando por respostas que não a confinem a um lugar comum ou a rotulem disso ou aquilo ou desfilem teorias mirabolantes para explicar que, no final das contas, não há nada de errado com elas. Porque rótulos é o que não falta: Gay, lésbica, travesti, transexual, bissexual, homossexual, simpatizante, heterossexual, etc... Mas, antes de serem algo que as rotulem como tal, são seres humanos com um desafio de vida, que é entenderem a si próprias através de sua opção sexual.
Parto do princípio de que sexo não é pecado, e nem com pessoas do mesmo sexo, ainda que a droga de meu DNA carimbado com a persuasão milenar da igreja grite no meu ouvido “É sim!”. “É sujo!”. “É errado!”. Ainda bem que essa briga cessa completamente quando trato de deixar minha intuição fluir e falar o que meu coração quer dizer para cada pessoa que está ali para ouvir a si mesma; cada caso é um caso, não há receita de bolo. Mas a partir do momento em que não nos sentimos completos em relação às nossas escolhas, sejam elas quais forem, então é porque há um desafio a ser superado, a ser integrado e compreendido no nível da alma. Sob o ponto de vista da Aura-Soma sempre encaramos os desafios como presentes (gifts) que são adicionados como uma ferramenta da alma na medida em que são assimilados.
Mas a verdade é que o desafio no nível sexual não é pior ou melhor do que nenhum outro; é encarado com preconceito por muitos porque mexe com o que há de mais profundo, mais inconsciente em nós, movimenta nossas próprias inadequações que surgem a partir da mais tenra infância; e claro, isso se reflete na forma como damos e recebemos afeto, não só em relação aos outros, mas em relação a nós mesmos. Quem não quer se sentir completo com o par que mais lhe faça se sentir bem, independentemente se é uma pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo? Quem não quer se amar e se aceitar porque teve coragem de ser responsável pelas próprias preferências? O que seria melhor para a alma? Se realizar como ser humano em todos os aspectos ou seguir regras impostas externamente por religiões ou quem quer que seja e viver frustrado e se auto-sabotando pelo resto da vida? Sob o ponto de vista de Deus, vamos lá, que é Misericórdia pura e Amor puro, será que Ele quer que soframos, nos torturando por algo que faz parte da natureza e da vicissitude humana? Sim, porque a culpa nada mais é do que uma forma de auto-punição; e aprendemos que Deus faz isso quando fazemos a “coisa errada”. Mas para quem ainda acredita nisso, eu digo, Deus não pune ninguém (Como haveria de ser se Deus é Amor???). Nós nos punimos. E isso nada tem de saudável não.
Se observarmos que atualmente milhões de pessoas no mundo estão podendo sair de um estado de mentira e negação de si mesmas em sua sexualidade (com medo de serem hostilizadas e renegadas e rejeitadas) para um estado em que a liberdade do “ser quem se é” pode ser reconhecida como algo saudável, sustentável e louvável, isso pode nos dar a exata noção de que isto é um avanço e não um retrocesso. Pensemos que efeito poderoso isso tem no inconsciente coletivo de, no mínimo, uma melhora no relacionamento entre os seres humanos. Isso nos faz repensar nossos “pré-conceitos” e atitudes em relação aqueles que optaram (por razões extremamente complexas em sua história de vida, imagino) por algo diferente do que o convencionado pela sociedade. E neste barco pegam carona também as questões raciais e de crença (Essa última que vem avançando desde o fim da Inquisição, minha bruxa interior quer acreditar...).
A expressão da sexualidade é o que temos de mais poderoso dentro de nós; não há diferença entre energia sexual e energia criativa, por exemplo, já que tudo é energia. Sentir-se à vontade dentro do próprio corpo, o Templo da Alma, é o início e o fim de uma auto-expressão mais íntegra, honesta e verdadeira de si mesmo. A mente pode viajar entre o passado, o presente e o futuro; o corpo é o que nos coloca no aqui é agora, no momento presente, com a consciência focada. Uma expressão sexual sem culpa (ainda que para muitos isso possa ser imoral ou mesmo amoral) é preferível do que o confinamento do ser que pode levar à depressão e a todos os sentimentos de inadequação e suas conseqüências psicológicas mórbidas, incluindo a perversão.
Sem querer colocar toda a culpa na Igreja (Instituição que respeito bastante), a verdade é que ela nos impôs a crença na desvalorização do que é um dos atributos mais importantes do ser humano: Seu corpo físico. Sem ele, como estaríamos encarnados? Cuidemos bem dele e sejamos generosos com suas necessidades. Lembrando de que na medida em que a Consciência avança, suas necessidades são sublimadas e sutilizadas automaticamente. Um passo de cada vez - mas sem culpa.
Obs. Dedico este artigo a Sandalfon, o “anjo” que sugeriu e inspirou este artigo.
Ah, sim, e em relação à minha própria opção sexual? Sem rótulos, por favor. (Digam isto pra si mesmos e sintam o quão libertadora é essa sensação...)
Bjs, Amor e Luz,
Daniele
Bem, trabalho com o ser humano, e por isso mesmo, me abstraio de ter qualquer tipo de preconceito contra qualquer tipo de raça, religião, e, principalmente, opção sexual. Talvez por isso meus clientes se sintam tão à vontade de falarem pra mim seus “piores” dilemas. Não raro recebo em meu consultório pessoas cujo desafio de vida é a própria sexualidade e suas vastas opções, e não raro escuto-as dizer assim: “Você sabe que estou anos na terapia e minha psicóloga ainda não tinha pensado nisso...?” Vejo-as sofrendo e insatisfeitas com a opção alternativa que fizeram, às vezes acanhadas, às vezes ansiosas, às vezes confusas, às vezes perdidas. Mas todas elas procurando por respostas que não a confinem a um lugar comum ou a rotulem disso ou aquilo ou desfilem teorias mirabolantes para explicar que, no final das contas, não há nada de errado com elas. Porque rótulos é o que não falta: Gay, lésbica, travesti, transexual, bissexual, homossexual, simpatizante, heterossexual, etc... Mas, antes de serem algo que as rotulem como tal, são seres humanos com um desafio de vida, que é entenderem a si próprias através de sua opção sexual.
Parto do princípio de que sexo não é pecado, e nem com pessoas do mesmo sexo, ainda que a droga de meu DNA carimbado com a persuasão milenar da igreja grite no meu ouvido “É sim!”. “É sujo!”. “É errado!”. Ainda bem que essa briga cessa completamente quando trato de deixar minha intuição fluir e falar o que meu coração quer dizer para cada pessoa que está ali para ouvir a si mesma; cada caso é um caso, não há receita de bolo. Mas a partir do momento em que não nos sentimos completos em relação às nossas escolhas, sejam elas quais forem, então é porque há um desafio a ser superado, a ser integrado e compreendido no nível da alma. Sob o ponto de vista da Aura-Soma sempre encaramos os desafios como presentes (gifts) que são adicionados como uma ferramenta da alma na medida em que são assimilados.
Mas a verdade é que o desafio no nível sexual não é pior ou melhor do que nenhum outro; é encarado com preconceito por muitos porque mexe com o que há de mais profundo, mais inconsciente em nós, movimenta nossas próprias inadequações que surgem a partir da mais tenra infância; e claro, isso se reflete na forma como damos e recebemos afeto, não só em relação aos outros, mas em relação a nós mesmos. Quem não quer se sentir completo com o par que mais lhe faça se sentir bem, independentemente se é uma pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo? Quem não quer se amar e se aceitar porque teve coragem de ser responsável pelas próprias preferências? O que seria melhor para a alma? Se realizar como ser humano em todos os aspectos ou seguir regras impostas externamente por religiões ou quem quer que seja e viver frustrado e se auto-sabotando pelo resto da vida? Sob o ponto de vista de Deus, vamos lá, que é Misericórdia pura e Amor puro, será que Ele quer que soframos, nos torturando por algo que faz parte da natureza e da vicissitude humana? Sim, porque a culpa nada mais é do que uma forma de auto-punição; e aprendemos que Deus faz isso quando fazemos a “coisa errada”. Mas para quem ainda acredita nisso, eu digo, Deus não pune ninguém (Como haveria de ser se Deus é Amor???). Nós nos punimos. E isso nada tem de saudável não.
Se observarmos que atualmente milhões de pessoas no mundo estão podendo sair de um estado de mentira e negação de si mesmas em sua sexualidade (com medo de serem hostilizadas e renegadas e rejeitadas) para um estado em que a liberdade do “ser quem se é” pode ser reconhecida como algo saudável, sustentável e louvável, isso pode nos dar a exata noção de que isto é um avanço e não um retrocesso. Pensemos que efeito poderoso isso tem no inconsciente coletivo de, no mínimo, uma melhora no relacionamento entre os seres humanos. Isso nos faz repensar nossos “pré-conceitos” e atitudes em relação aqueles que optaram (por razões extremamente complexas em sua história de vida, imagino) por algo diferente do que o convencionado pela sociedade. E neste barco pegam carona também as questões raciais e de crença (Essa última que vem avançando desde o fim da Inquisição, minha bruxa interior quer acreditar...).
A expressão da sexualidade é o que temos de mais poderoso dentro de nós; não há diferença entre energia sexual e energia criativa, por exemplo, já que tudo é energia. Sentir-se à vontade dentro do próprio corpo, o Templo da Alma, é o início e o fim de uma auto-expressão mais íntegra, honesta e verdadeira de si mesmo. A mente pode viajar entre o passado, o presente e o futuro; o corpo é o que nos coloca no aqui é agora, no momento presente, com a consciência focada. Uma expressão sexual sem culpa (ainda que para muitos isso possa ser imoral ou mesmo amoral) é preferível do que o confinamento do ser que pode levar à depressão e a todos os sentimentos de inadequação e suas conseqüências psicológicas mórbidas, incluindo a perversão.
Sem querer colocar toda a culpa na Igreja (Instituição que respeito bastante), a verdade é que ela nos impôs a crença na desvalorização do que é um dos atributos mais importantes do ser humano: Seu corpo físico. Sem ele, como estaríamos encarnados? Cuidemos bem dele e sejamos generosos com suas necessidades. Lembrando de que na medida em que a Consciência avança, suas necessidades são sublimadas e sutilizadas automaticamente. Um passo de cada vez - mas sem culpa.
Obs. Dedico este artigo a Sandalfon, o “anjo” que sugeriu e inspirou este artigo.
Ah, sim, e em relação à minha própria opção sexual? Sem rótulos, por favor. (Digam isto pra si mesmos e sintam o quão libertadora é essa sensação...)
Bjs, Amor e Luz,
Daniele
*NDAB: Daniele Alvim é escritora, terapeuta e articulista do Portal Somos Todos Um.
Email de contato: contato@danielealvim.com.br
Twitter: www.twitter.com/danielealvim
Site sobre a Aura - Soma: http://www.danielealvim.com.br/page1.aspx
Interativo de Aura - Soma no portal Somos Todos UM: http://somostodosum.ig.com.br/testes/aurasoma4/
Ficou curioso?!
Faça uma consulta, permita-se. Seja você quem for, de que forma for, daqui ou de longe, tanto faz, as possibilidades que se abrem quando permitimo-nos tentar são infinitas.
Não vou falar da minha experiência pessoal porque a jornada é de cada um, e de todos por consequência, mas cada qual com um tempo, momento e caminho. Muito menos é uma afronta a qualquer dogma, doutrina, religião, credo, até porque o objetivo é a liberdade. Só peço que reflitam para além do que enxergamos, e ouçam os sons que vem de dentro.
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