sábado, 10 de julho de 2010

Gouinage: Sexo sem penetração é apontado como tendência entre gays franceses.*



“Ser gouine ou não ser?”. Esse é o título de mega matéria da revista francesa Pref Mag sobre a mais nova tendência do sexo gay no país: o gouinage. Em tradução bem livre, gouine seria algo como gay bolacha, enquanto o gouinage seria o bolachismo. Explicando melhor, o gouinage é o sexo sem penetração, aquele que abarca apenas o oral e as carícias. Ou seja, as preliminares que tomam o papel do sexo em si.

Segundo Marc, barman de 31 anos e um dos entrevistados pela publicação, “a vantagem do gouinage é que você pode fazer com todos, sem levantar a questão do ativo ou passivo. Todos somos gouines, sem distinção”.

Marc relata que, apesar de sempre haver sido ativo, encontrou no gouinage o prazer ideal. “O gouinage é o que chamamos erroneamente de sexo preliminar, mas nós, praticantes, o encaramos como meio para se atingir o orgasmo, com uma sensualidade que não se resume a penetrar o outro sem nenhum respeito pelos seus sentidos. No gouinage, você pode realmente ser você. Já no sexo comum, o ativo é sempre um pouco dominador, um pouco covarde”, afirma o rapaz.

Marc conheceu a tendência de maneira casual enquanto caçava pela Internet. Ao marcar um encontro, o parceiro propôs que fizessem sexo desta forma. “Eu não conhecia o estilo, mas tinha um ar mais cool, com menos pressão e tensão. Nós passamos duas horas na cama durante o dia e nenhuma das minhas transas, até aquele momento, duraram assim tanto tempo. Tornei-me adepto e em meu cadastro online precisei: ´Gouinage ou nada`. Agora, não faço mais que isso”, confessa o barman.

Outro adepto da prática é o estudante de teatro Ben, de 19 anos. “Sempre vi minha sexualidade como algo sujo e a culpa sempre esteve presente. Eu tinha vergonha do sexo, de ir necessariamente para o c* para gozar. Tinha mais vergonha ainda que confessar aos meu parceiros que eu preferia não fazer sexo anal”, completa.

Marc ainda conta à Pref que a penetração não é de todo descartada. “Você pode utilizar acessórios, já que penetrar também faz parte do prazer. Mas a penetração apenas faz parte do jogo. É tão importante quanto tocar, lamber, olhar... O gouinage é uma prática livre, que não tem códigos nem restrições”, finaliza o rapaz.

A nova moda já começa a se espelhar por salas de bate-papo e publicações de sexo na França, crescendo cada vez mais como forma definitiva ou alternativa sexual. A prática também já criou polêmica já que muitos a consideram uma negação do sexo gay em si. Enquanto isso, esperamos para ver se a moda fica ou é apenas mais uma novidade efêmera.

Fonte: http://amordehomem.blogspot.com/2009/12/gouinage-sexo-sem-penetracao-e-apontado.html , via Facebook.

*OBS: À princípio, o texto acima pode parecer sem sentido.

Mas não é.

O propósito é demonstrar que sexo não necessariamente incluí penetração. Sexo é a livre expressão da sexualidade, entre indivíduos cônscios, e cujas práticas sejam feitas de forma consentida. Independe aqui se com componente afetivo ou meramente casual.

Como exposto no texto, a penetração é algo a mais, mas não é o ato sozinho que vai significar ter ou não ter sexo. A penetração, portanto, pode ou não ocorrer.

Notem que, os indivíduos da reportagem são homens biológicos, e que, em estando saudáveis, não teriam qualquer problema para manter relações que incluam a penetração, seja com indivíduos do mesmo sexo ou do sexo oposto.

Não é porque, talvez, você não possa ter uma relação sexual com sua companheira (o) onde haja penetração, que isso dimunuirá sua masculinidade, ou não seja sexo. Para ser homem não é preciso penetrar nada nem ninguém.

Não há porque ter vergonha ou medo do que se tem; mais importante é aprender a usar o que cada um sabe e pode oferecer.

A sexualidade é fluída e diversificada; pode, e deve, ser vivida de forma plena, respeitando os limites e desejos de cada um, sem se preocupar com rótulos ou padrões.

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