sábado, 6 de fevereiro de 2010

Enquanto isso na natureza...


O que é o fenômeno da reversão sexual?

Os animais vertebrados apresentam o sexo genético e o sexo fisiológico. O sexo genético (XX em fêmeas e XY em machos) é determinado na época da fecundação dos óvulos pelos espermatozóides, pela combinação de metade dos cromossomos sexuais maternos (X) e metade dos cromossomos sexuais paternos (X ou Y). O sexo fisiológico é controlado sobretudo pela ação dos hormônios sexuais masculinos (andrógenos) ou femininos (estrógenos) que induzem vários fenômenos, como diferenciação das gônadas em testículo ou ovário, gametogênese, ovulação, espermiação, comportamentos de corte, manifestação de características sexuais secundárias e mudanças morfológicas e fisiológicas durante a reprodução dos animais.

O fenômeno da reversão ou inversão do sexo nos vertebrados consiste na mudança do sexo fisiológico e não do sexo genético. Um animal revertido é o que apresenta um determinado sexo genético (por exemplo, fêmea XX ou macho XY) e o sexo fisiológico contrário. Quando o animal revertido apresenta o sexo genético de fêmea (XX) e o sexo fisiológico de macho, é chamado de neomacho ou macho revertido, ou ainda de falso macho. Quando o animal apresenta sexo genético de macho (XY) e sexo fisiológico de fêmea, é denominado neofêmea (como em carpas e trutas). Isso ocorre pela administração de dietas com doses adequadas de hormônios sexuais sintéticos. Geralmente os neomachos e neofêmeas são férteis. Dessa forma, para fins comerciais, podem-se cruzar fêmeas genéticas (XX) com neomachos (XX) para a obtenção de estoques só de fêmeas (XX) que, por apresentarem em geral maior tamanho que os machos, interessam mais aos piscicultores.

Além dos peixes é possível observar reversão sexual em anfíbios (através da administração de hormônios sexuais na água onde são criados os girinos) e em aves doentes.

No caso dos anfíbios (em especial nos sapos), existe um órgão chamado Bidder, junto aos testículos, que pode se transformar em ovário funcional três a quatro anos depois de os testículos terem sido removidos. Porém, enquanto uma fêmea normal produz cerca de oito mil óvulos, um macho “bideriano” ou neofêmea produz no máximo 1.200 óvulos.

No caso das aves, a gônada direita das fêmeas tem potencialidades testiculares. Sabe-se que galináceos geneticamente fêmeas (ZW), que durante certo tempo de suas vidas puseram ovos, sofreram reversão da gônada direita para testículo funcional e também desenvolveram canto e esporas de galo. Esses fatos ocorreram porque o antigo ovário normal do lado direito foi destruído pela tuberculose aviária. Desse modo, uma ave geneticamente fêmea (ZW) tornou-se um neomacho funcional, ou seja, um galo com constituição genética feminina e não masculina (ZZ).

Fonte:http://www.cave.com.br/site.php?secao=materias&conteudo=prof011

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