quinta-feira, 26 de junho de 2008

O problema quando Jane se torna Jack III

Outros casais, como a então Sharon Caya e Natasha, acharam a transição mais difícil. A decisão de Sharon de se tornar Shane coincidiu com Natasha ter ficado grávida, tendo concebido através de inseminação artificial. “Quando o bebe chegou, eu quis me tornar eu mesmo.” Disse Caya. “Eu queria que o bebe me conhecesse como realmente sou.”

Ela começou a tomar hormônios há cerca de três anos, e então fez a “cirurgia superior” – mastectomia bilateral – e hoje é um homem musculoso de 42 anos, com estatura mediana, longas costeletas e cavanhaque.

Por questões práticas e financeiras, Caya, o diretor jurídico do Transgender Law Center em São Francisco, decidiu adiar a “cirurgia inferior”, que custaria perto de cem mil dólares e envolveria duas a três operações para enxertar um pênis artificial.

Natasha, uma gerente financeira em São Francisco, ainda chora quando conta a decisão de Sharon em se tornar um homem.

“Você ama uma pessoa, mas existe algo sobre gênero que é tão importante se identificar, que é esmagador se a pessoa decide mudá-lo.” ela diz.

“Quando ela me disse que que queria fazer, eu fiquei for a do ar a princípio,” diz Natasha. Então, “Pensei comigo mesma, ‘Ok, somos boas lésbicas. Nós vamos saber resolver isso.”

Mas depois de um mês lutando com a idéia, Natasha disse que não conseguia se ajustar. O rompimento ocorreu quando a criança tinha 5 meses. O casal continua amigos e tem custódia compartilhada.

E quando Caya compareceu a um almoço de uma organização lésbica recentemente, ele relembra que foi recepcionado por uma mulher que disse que “ficava feliz em ver um homem apoiando, elas, as lésbicas.” Sua resposta, foi rápida e direta ao ponto:

“Claro que eu apoio as lésbicas”, ele disse. “Eu costumava ser uma.”

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