quinta-feira, 29 de maio de 2008

Como meninos se tornam meninos ( e às vezes meninas)


Nova pesquisa explica como três proteínas conspiram para determinar o sexo de um embrião.

By Nikhil Swaminathan

Em uma pesquisa que pode dar aos médicos a chance de reajustar o sexo em casos de gênero inespecífico, cientistas reportaram esta semana que descobriram porque algumas crianças que possuem genes que fariam delas meninos, nascem meninas.

O estudo publicado na revista Nature, explica porque alguns embriões com cromossomos x e y - que deveriam nascer do sexo masculino - desenvolvem ovários e eventualmente se tornam meninas.

A chave é se um gene chamado Sox9, envolvido na formação dos testículos, é ativo. “ Existe um grande número de casos em que esse processo dá errado”, diz Robin Lovell - Badge, biólogo no MRC National Institute for Medical Research em Londres, que estima que esse fenômeno poderia afetar 1 em cada 20.000 machos genéticos. “Talvez seja possível se tratar reversões sexuais ou casos de intersexualidade depois do nascimento, manipulando se o Sox9 está ativo ou não. Isso é apenas especulação, mas é possível.”

Se o Sox9 está de alguma forma ativo em uma mulher genética - um embrião com dois cromossomos x - pode causar o aparecimento de gônadas masculinas. Se estiver inativo em machos, as células que ele controla se tornarão em folículos, que irão amadurecer em ovários.

Para entender esse processo, Lovell-Badge e seus colegas manipularam o gene Sox9 in ratos geneticamente modificados. Eles descobriram que o que muda o Sox9 é o resultado de dois outros genes. Quando um desses genes - um deles pode ser encontrado no cromossomo y, somente carregado por machos - é defeituoso, o Sox9 permanece inativo e o embrião desenvolve ovários.

Richard R. Behringer, geneticista da Universidade do Texas, médico do Anderson Cancer Center em Houston, chamou o estudo de “um passo importante”. Behringer, que não estava envolvido na pesquisa, diz que cientistas agora devem determinar como a atividade do Sox9 leva a criação de testículos.

Lovell-Badge e seus colegas acreditam que os achados em ratos possam também ser aplicados em humanos , particularmente para se diagnosticar embriões “masculinos” que tem maior probabilidade de se desenvolverem em meninas. Ele diz que isso é importante porque esses indivíduos teriam maiores probabilidades de desenvolverem tumores ovarianos.

Ele ainda espera que com mais pesquisas os cientistas achem um meio de reajustar o gênero mais tarde na vida, “talvez para os casos de reversão sexual ou até para pessoas que desejam passar por mudanças de sexo”, no entanto ele reconheceu que a questão “está ficando muito controversa”.

Fonte: http://www.sciam.com/article.cfm?id=how-boys-become-boys-and&sc=rss

terça-feira, 27 de maio de 2008

Austrália autoriza garota de 12 anos a iniciar mudança de sexo


25/05/2008 - 16h32


Jovem já começou tratamento para impedir transformações da puberdade. Menina também poderá usar nome masculino em seus documentos.

Uma garota australiana de 12 anos recebeu autorização da Justiça para iniciar um tratamento hormonal com o objetivo de mudar de sexo, divulgou a imprensa local neste domingo (25). A decisão também permite que a menina use um nome masculino em sua certidão de nascimento, passaporte e demais documentos. A jovem, que não foi identificada, já começou um tratamento de hormônios para impedir as transformações da puberdade, depois que um juiz aceitou um pedido feito pela mãe da garota, afirmou o jornal “Herald-Sun”.

O julgamento do caso foi realizado em dezembro, mas só agora a decisão foi divulgada. Apesar de esse tratamento hormonal ser reversível e considerado apenas um primeiro passo, o juiz afirmou que, se continuado, ele pode permitir que a garota ganhe características físicas de um homem. “Do meu ponto de vista, e com toda as evidências, o tratamento atende aos interesses da jovem”, disse, segundo a agência de notícias France Presse.
Lavagem cerebral

À Justiça, aqueles que defendem os interesses da garota disseram que ela se considera um menino desde os 4 anos. Diversos médicos, incluindo um psiquiatra, defenderam a mudança de sexo, assim como um advogado contratado pela família. O pai da menina, no entanto, é contra essa decisão principalmente pelo fato de ela ainda ser muito jovem.

Ao jornal “Herald-Sun”, um primo da menina que passará pela transformação afirmou que ela é vítima de “lavagem cerebral”. Segundo esse primo, que já é adulto, a mãe da jovem sempre quis ter um menino e convenceu sua filha de que ela deveria ser um homem. Essa fonte, que não foi identificada, viveu com a família entre 1999 e 2001, quando testemunhou relações problemáticas. O primo afirmou que a mãe comprava cuecas e roupas de menino para sua filha.

Ao aceitar a decisão, o juiz afirmou que é necessário agir o quanto antes para prevenir as mudanças da puberdade, como menstruação e desenvolvimento de seios. Na Austrália, a remoção do útero e ovário para realizar mudanças de sexo só é permitida para os maiores de 18 anos.

Casal de transexuais se casa no México


16 de Maio de 2008, às 10:55


Mario, transexual masculino e Diana Laura, transexual feminina, se casam (foto) frente a amigos e convidados no próximo sábado, 17 de maio, no México, quando se comemora o Dia Mundial da Luta contra a Homofobia.

O casamento será realizado de forma simbólica como um ato pelo reconhecimento de direitos dos transexuais.

Eles se conheceram há 7 anos e o sonho do casal é ter direito à alteração dos seus registros de acordo com a sua identidade de gênero. No México, a união civil homossexual é permitida na Cidade do México e em Coahuila desde 2007.


EUA: Transgênero grávido já tem data marcada para o parto


Por Redação - Foto: Reprodução -26/05/2008

Thomas Beatie, o americano transgênero que surpreendeu o mundo ao engravidar, já está com a data do parto marcada para o próximo dia 3 de julho. Ele dará a luz uma menina por meio de cirurgia cesariana.

O transexual de 34 anos, que mudou do sexo feminino para o masculino, desmentiu as informações sobre o seu "delicado estado de saúde", e foi visto passeando ao lado de sua mulher no bairro onde vivem, no estado do Oregon.

Thomas, que nasceu mulher no estado do Havaí, assumiu sua transexualidade aos 20 anos, mas conservou o seu aparelho reprodutor para poder engravidar e, ao lado de sua esposa Nancy, consituir a família que sempre desejou.

Fonte: http://mixbrasil.uol.com.br/mp/upload/noticia/11_101_66979.shtml

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Minha História de Vida V - "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum porque tu estás comigo." - Por Cláudio

Matando um leão por dia...

Estou há 6 anos nesta luta por ser reconhecido como um cidadão do sexo masculino, usufruindo de direitos e cumprindo deveres como qualquer outro homem.

Muitos querem ser diferentes e se destacar no meio da multidão... eu só quero ser igual a qualquer um e sumir no meio da multidão. Quero ter o direito de sair de manhã, ir ao serviço, voltar pra casa, usufruir da companhia da esposa e filhos, ter lazer, freqüentar lugares sem chamar a atenção, embarcar tranqüilo em ônibus e aviões sem constrangimentos e aos sábados poder freqüentar minha igreja em paz, em paz comigo, com meu Deus e com as leis de meu país.

Desde que descobri que era um FTM (e não um louco, um “E.T.” ou uma lésbica ultra-masculina e desajustada...) estou na busca por estes meus ideais. Já passei por triagens, psicoterapia, avaliações, constrangimentos, ignorância, preconceito, humilhações, inúmeras consultas, idas e vindas a hospitais, cirurgias, retoques e terapia hormonal. Já obtive grandes avanços, mas ainda me faltam 2 cirurgias e a retificação de meu nome e gênero na justiça.

Mas já fui falando e nem me apresentei...: meu nome é Cláudio; se você passar por mim na rua, olhar uma foto minha ou pegar o mesmo ônibus que eu, nada em mim chamará sua atenção. Por outro lado, se eu precisar comparecer a uma repartição pública, mostrar documentos ou me inscrever em algum curso ou evento ou simplesmente votar..., que pavor! Daí a adrenalina sobe, eu começo a suar, são mil desculpas e evasivas; um simples ato de embarcar num ônibus interestadual exige muita lábia, criatividade e estresse.

Ser FTM é como ser um imigrante ilegal, um clandestino dentro do próprio país...

Estou cansado, é muito desgastante, mas não vou reclamar, poderia ser pior. Poderia ser pior se não tivesse o amparo de meu Deus nas horas de desespero e o carinho de minha noiva (Mariana) que está comigo a mais de 1 ano. Era muito pior sem ela, sentia uma solidão muito grande, achava que nenhuma mulher me aceitaria como companheiro, mas, tanto orei e confiei que ela surgiu. Conheci minha amada na igreja que freqüentamos; contei-lhe minha história e pedi-lhe em namoro e ela aceitou! Minha fé e o amor da Mariana são um forte apoio emocional, amenizando tanto desgaste a que sou submetido, dia após dia.

Ser FTM é como estar numa arena e ter que matar um leão por dia!

Minha infância até que foi tranqüila, porque me deixavam em paz; eu brincava com os meninos, usava roupas de menino e ninguém ligava, diziam que era uma fase, que quando eu ficasse “mocinha”, tudo se ajeitava... O inferno começou quando entrei na puberdade, os malditos peitos surgiram e com eles uma sentença de prisão perpétua (pelo menos era o que eu pensava até descobrir que existia a bendita mastectomia!).

Na adolescência foi terrível, fiquei muito só, porque já não tinha amigos, minhas formas começaram a arredondar, a aparecer curvas, e meus antigos amigos agora já não me viam como sendo igual a eles, as meninas tinham medo de mim... À sociedade me ridicularizava e as lésbicas não me completavam e nem me entendiam.

Perdido, solitário e revoltado, eu caí de cabeça na vida, buscando tudo que me fizesse esquecer meus problemas existenciais. Depois de muitos anos nas drogas e 3 overdoses, sozinho, magro, perturbado, sem amigos, nem emprego, nem dignidade alguma, dobrei meus joelhos e pedi ajuda a Deus, supliquei que Ele me tirasse daquele inferno e me mostrasse um caminho... E Ele mostrou... Larguei as drogas e todos os outros vícios, comecei a fazer exercícios e me alimentar bem. Busquei estudar e trabalhar. Dei a cara a bater e fui atrás de tratamento. Num programa de TV eu havia descoberto sobre o transexualismo feminino e com um grupo de apoio na internet e muita vontade de viver minha verdade, comecei os difíceis, dolorosos e decisivos primeiros passos.

Anos depois, já com uma aparência convincentemente masculina, me lembrei de meu pacto com Deus e resolvi fazer minha parte, procurei dentre várias igrejas, aquela na qual me sentisse bem e depois de um tempo, me batizei. Na igreja me sinto em paz, posso estar com irmãos que compartilham da mesma fé, posso deixar minhas mágoas e pedir forças. Na igreja, pretendo um dia, poder casar com minha noiva. Imagino a Mariana entrando linda de véu e grinalda e eu todo nervoso de fraque, com nossos orgulhosos pais olhando...

Sonhos comuns, banais até, mas são os MEUS sonhos.

sábado, 24 de maio de 2008

Minha História de Vida IV - "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor." - por Mariana


Meu nome é Mariana, meu noivo é FTM. Vou contar, brevemente, como o conheci:

Havia uma torcida entre algumas amigas para que eu me aproximasse do Cláudio. Freqüentávamos, e ainda freqüentamos a mesma igreja e, várias vezes, enquanto aguardávamos a entrada para o culto eu o observava, até que fui apresentada a ele por uma senhora que o estima como a um filho. Começamos a conversar sobre vários assuntos, todas as semanas na igreja, às vezes na casa dele e por email.

Logo na 3ª vez que fui à casa do Cláudio para fazermos o culto do pôr-do-sol, ele mostrou-me um documento especificando um nome e um diagnóstico; contou-me todo o percurso desde cirurgia, tratamento psicoterápico, laudo psiquiátrico até o tratamento com endocrinologista. Relatou-me sua luta para enfrentar todas as situações aversivas e discriminação por conta do nome, de todas as estratégias que desenvolveu para sobreviver a esta contingência; seus sonhos de constituir família, seus medos e suas limitações.

Semanas depois me pediu em namoro e após reflexão sobre os acontecimentos e a forma carinhosa que me tratava, aceitei, independente da situação que me apresentou. Pois eu o via e vejo como ele é – com todas as características de um homem, identificadas na sua forma de se comportar.

Já estamos há mais de um ano juntos, conhecemos e somos aceitos pela família um do outro. Minha família nada sabe de seus problemas, sabe apenas que o Cláudio é sério, trabalhador e um bom membro da igreja. Mas a família dele nos apóia muito. Temos planos de casamento e de ter filhos, sejam adotados ou por inseminação artificial com doador.

O único empecilho concreto em nossos planos é o Cláudio possuir os documentos que regularizem o seu nome/gênero, pois não vejo nenhum problema com a sua identidade psicológica. Para mim sua sexualidade já está definida. Inclusive, na relação íntima homem/ mulher, ele nada deixa a desejar...

Não tenho dúvida de que o Cláudio será um ótimo pai, assim como é um ótimo companheiro. Ao longo desse tempo de namoro e companheirismo, posso declarar que não poderia ter encontrado um homem melhor: honesto, trabalhador, constante com seus compromissos, determinado, organizado, forte, carinhoso, dedicado; ou seja, atributos que eu não tinha nem pensado encontrar em alguém.

Hoje estamos ligados um ao outro; ansiando por concretizar um sonho de ambos, de termos uma família aceita pelos padrões estabelecidos pela sociedade, vinculados nas leis humanas e, principalmente, formada com as bênçãos de Deus.

Eu sempre fui muito “família”, e morei pouco tempo fora de casa trabalhando em outras cidades. Mas estava só, me sentindo só e a presença do Cláudio em minha vida acendeu em meu coração aquele sentimento de pertencer a alguém inteiramente. Agora, a solidão é apenas um sentimento sem sentido para nós.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Homem transexual é invisível no Brasil, diz presidente da Parada


08/05/2008 - Folha on line

TINO MONETTI (interino)


Em uma salinha no 13º andar de um prédio próximo à pça. da República, na região central de São Paulo, Alexandre Santos, 35, organiza os preparativos para a próxima edição da Parada Gay na cidade, marcada para o dia 25 de maio.

Alexandre, que preside a Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo desde o início do ano, se desdobra para conseguir dar conta de tantos ajustes com a proximidade do evento.

Alexandre Santos, o Xande, preside a associação que organiza a Parada Gay. Porém, para Alexandre, chamado de Xande pelos amigos, estar a frente de um evento como a Parada Gay de São Paulo, é um grande mérito e uma "imensa responsabilidade".

Xande é o que se chama de "homem transexual" (nasceu com genitália feminina, mas sente o desejo de ser identificado como do sexo oposto), um grupo que, segundo o próprio, ainda é "praticamente invisível" no Brasil.

"Alexandre" não é seu nome de batismo.

"Sempre me reconheci como mulher lésbica, mas algo não encaixava. Sempre havia alguma coisa que eu não terminava de entender", revela o presidente, que nasceu na cidade de São Paulo, mas passou grande parte da vida no interior do Estado.

"Em 2003, eu vim para São Paulo exclusivamente para Parada. Quando cheguei e vi tudo aquilo, pensei: 'Meu Deus, preciso saber quem faz isso'. Sempre tive um lado militante, mas, não havia feito nada assim", diz Xande.

"Eu conheci a organização da Parada em outubro de 2003 e comecei a fazer trabalho voluntário com eles, atendendo telefone, lendo o jornal... Então, me tornei secretário geral da associação no ano passado e este ano me convidaram para me candidatar à presidente. Deu certo", conta Alexandre feliz.

Trans

Sobre sua identidade, Xande revela que, após visitar um grupo de transgêneros e transexuais em 2004, percebeu finalmente que era dessa forma que ele se via no mundo.

"Hoje vejo que sou um homem transexual. Muitas pessoas já vieram me dizer que, após minha decisão, também conseguiram se definir e se enxergar como trans. Eu ajudei a erguer essa bandeira, que ainda é quase invisível no Brasil", afirma o militante.

"Já existe uma cirurgia experimental no HC (Hospital das Clínicas, em SP) de mudança de sexo, mas muitas pessoas não procuram por falta de informação. As que procuram, acabam enfrentando muita burocracia", completa.

Hormônios

Xande afirma que ele mesmo já foi uma vítima da desinformação e do desespero para adequar o corpo à forma como se identificava.

"Eu comecei a tomar hormônios, testosterona, indiscriminadamente, sem maiores informações. Até que sofri dois AVC (Acidente Vascular Cerebral) e parei", conta Xande.

"Por isso, hoje luto na busca de mais políticas legislativas para os trans. Ao menos, para que todos tenham direito a um endocrinologista do SUS, que seja. Para que isso que aconteceu comigo não aconteça com ninguém".

Ele planeja realizar cirurgias de redesignação sexual, como mastectomia (remoção das mamas).


quarta-feira, 21 de maio de 2008

Minha História de Vida III - "Vamos todos cantar de coração, a Cruz de Malta é o teu pendão" - Por Gustavo da Silva Lourenço


Desde que eu tinha meus 3, 4 anos eu já percebia que era diferente. Quando eu estava no Jardim I, eu sempre queria sentar na mesa dos meninos. Uma vez a professora tentou me fazer sentar na mesa das meninas e eu chorei tanto que ela me colocou de volta na mesa dos meninos. Esse momento ficou marcado na minha mente e desde então eu passei a observar as diferenças entre eu e as outras meninas, claro que não com a mesma percepção de hoje em dia, mas podia notar que minhas atitudes eram diferentes das delas.

Quando eu estava terminando o primário, na minha formatura da 4ª serie, minha mãe me fez ir de saia, porque eu estudava num colégio de freiras e era obrigatório o uso da mesma, mas quando cheguei lá muitas meninas estavam de bermuda. Foi a primeira e única vez que usei uma saia na minha vida.

Todos os dias eu pedia pra Deus que Ele me tornasse o garoto que sempre quis ser; mas até que eu tinha uma vida bem de muleke mesmo, jogava bola com os garotos no campo, depois de ter piolho a primeira vez com 7 anos, passei a usar cabelo curto e que até hoje uso, esse episódio da saia foi o único que meus pais me fizeram usar roupa de garota, depois disso sempre usei bermudão, camisas largas, bonés, tudo que me levasse o mais próximo possível do garoto que sempre quis ser.

Com a adolescência isso não mudou, só se fortaleceu cada vez mais, mas com o acréscimo que meu corpo ia seguindo para um lado(feminino) e minha mente para outro lado(masculino). Sempre tive uma personalidade muito forte, era muito inteligente e usava isso a meu favor na hora de passar para as pessoas quem eu realmente queria que elas vissem.

Mas por mais que possa parecer que minha vida foi fácil, não foi não. Assim como todos que estão na mesma situação que a minha, eu sofria muito, ficava horas no meu quarto no escuro pedindo a Deus que ele fizesse um milagre, chorava por horas e acabava pegando no sono, mas sempre com a esperança de acordar e ver que foi só um pesadelo e que eu sempre fui um garoto, infelizmente não era isso que acontecia.

Até uma semana antes do meu aniversário de 24 anos eu não sabia nada sobre mim, só que eu era bem diferente das outras garotas e até mesmo dos gays, jamais me senti como lésbica, apesar de ter tido relacionamentos com garotas. Quando li sobre disforia de gênero foi como se todo aquele sofrimento evaporasse, tudo foi pelo ar quando descobri que eu poderia ser realmente quem eu sempre fui.

Devo isso principalmente a Deus que iluminou minha mente e me levou até um site que falava tudo sobre FTM's e devo isso também ao cara que escrevia nesse site, que é o dono desse blog, que com suas palavras trouxe a felicidade de volta pra minha vida e que agora posso dizer se tornou um grande amigo meu.

Estou na fase de contar para as pessoas da minha família, mas logo irei começar meu tratamento e assim poderei viver em paz comigo mesmo, podendo me olhar no espelho e ver que o milagre que eu sempre quis se realizou. Obrigado Deus e Obrigado Gabriel!!!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Minha História de Vida II - "O coração tem razões que a própria razão desconhece" - Por Sophia


Há quase seis anos conheci uma pessoa que mudou o rumo da minha vida. Namoro com esse homem transexual e quero compartilhar essa história a fim de servir de apoio a você que tem em comum tantas barreiras para alcançar o objetivo de ser reconhecido como realmente é.

Ele chegou à igreja em que eu estava desde criança. Veio porque não entendendo sua condição de transexual, entre um conflito e outro, deixou-se angustiar e tentou o suicídio. A sua família, que agora por causa do alvoroço, estava por dentro de sua preferência por garotas, conseguiu ser mais fria e omissa do que nunca.

A tia com quem ele morava, por motivos óbvios, já que ele mantinha um caso com a prima, obrigou o sobrinho dela a despedi-lo. Seus pais vieram para ver a sua quase morte e logo depois voltaram para o lugar de origem, a fazenda. E assim ele ficou, sem emprego, sem apoio, e o pior de tudo ainda sem se descobrir.

Lembro-me bem do primeiro dia que o vi, foi logo após sua volta do hospital. Ele chorava incontrolavelmente de cabeça baixa, enquanto eu e os jovens da minha igreja olhávamos pra ele ouvindo juntos as palavras do Pastor.

E foi esse mesmo pastor o responsável por sua vinda à igreja para se ‘tratar’, para de uma vez por todas se assumir como mulher que gosta de homem. Sou prova de que meu amor tentou, estava sempre na igreja acompanhado de uma bíblia, um rosto envergonhado e muita vontade de se livrar de tanto peso. Quando ele conseguia se abrir, dizia que havia feito um acordo com Deus, pedindo que ele mudasse seus sentimentos ou o levasse de vez pra onde ele já queria estar.

Fiquei sabendo do motivo da tentativa de suicídio pela boca de uma criança, filho do pastor, que contava às pessoas o que conseguia ouvir dos particulares do pai: ‘Foi porque ela gosta de mulheres’, o que piorava e muito a sua imagem dentro da igreja. Eu não conseguia entender porque a vida dele tanto me interessava, não conseguia explicar porque amava tanto uma pessoa desconhecida desde aquele primeiro dia quando o vi chorar. Mas não nego que naquela minha alienação essa novidade me assustava muito.

Ele dividia um quarto com uma autoridade da igreja, cedido pelo pastor. E ali os dias não foram melhores. Proibiram certas roupas, certas atitudes, enfim, tentaram contra sua liberdade a fim de trazê-lo para a ‘santidade’. E deixavam faltar até comida por lá. A pessoa da igreja que morava com ele, escondia comida, e ele mesmo não comprava a sua por ter sido despedido do emprego. Esse clima difícil só alimentava nossa amizade, que era alvo de críticas por muitos. Mas era tão fácil amá-lo, não estava ao meu alcance deixar de estar com ele.

Ele se declarou um dia, mas até então eu não concebia a idéia. Meu amor não era uma coisa carnal, era primeiro uma ternura. Ele me afirmava que faria uma tal cirurgia para mudar o sexo, assim como a Roberta Close, eu achava que tudo aquilo era uma loucura sem tamanho, mas não quis contrariar.

De onde viriam os recursos? Será que existe mesmo isso?

Percebendo as atitudes dele, minha mãe com medo, pediu para que ele se afastasse, mas que não me contasse que ela tinha pedido isso. Mas ele me contou e as coisas lá em casa começaram também a se transformar em um inferno. Não adiantava dizer que a gente queria a amizade, todos estavam contra nós usando o nome de Deus.

O meu fim foi saber de um escândalo do Pastor que eu reconhecia como Deus na terra; só aí ‘caiu a ficha’ que aquele sistema era um teatro para manipulação. Daí pra frente eu encerrei uma vida de religiosidade e renasci pra outra vida, cedendo então as propostas que já não agüentava mais recusar. Eu adorava saber que existia alguém que me amava e completava daquela forma tão plena. A condição de FTM fez dele um homem que toda mulher gostaria de ter, um homem mais sensível, mais livre, mais comprometido e, antes de tudo, forte.

Começou então a correria para descobrir se realmente existia um tipo de tratamento. Eu ficava horas procurando sobre isso. Foi um dia muito feliz pra mim, e de grande alívio pra ele, quando descobri que aqui mesmo no Brasil isso tudo podia ser realizado. Sabe porque o alívio dele?! Acho que nem ele acreditava nas próprias palavras. A gente precisava movimentar alguma coisa, e ele foi viajar. A passeio? Não! A trabalho duro!

Ele comprou alguns materiais de artesanato, trabalho que ele sabia fazer, para dar cursos nas cidades. Ia na rodoviária, escolhia a cidade pelo nome e entrava no ônibus. Ô vida difícil era aquela. Muitos cursos furavam e só sobravam caixas e caixas pra ele carregar de um lado para outro sem ter nem o que comer. Ele não podia estudar, estava claro que daquele jeito não ia dar em nada esse tratamento. O pouco dinheiro que juntava, gastava para pagar alguns dias de hotel para não dormir na rua; e a experiência de dormir em rodoviária não foi muito boa. Refugiou-se então na fazenda dos pais, pelo menos fome não passaria por lá, mas teria que se submeter a inúmeros desagrados e a autoridade extrema do pai.

Reuniu forças e veio encarar a cidade novamente, arrumou um emprego de dia para jovens aprendizes que não lhe rendia nem um salário mínimo, mas completava o dinheiro olhando uma senhora de noite. Não eram raras as madrugadas que ele passava limpando-a, trocando as camas e fazendo remédios caseiros. E não é pequeno o patrimônio do pai dele aqui na cidade, quando ele contava ninguém acreditava.

Das buscas pela net surgiram grandes amizades virtuais com FTM´s que nos ajudaram indiretamente. E de todo o resto surgiu aprendizagem e resistência. Hoje iniciado o tratamento temos esperança de fazer um final digno para nossa história que vai muito além do que consegui resumir. Foram muitas as dificuldades, mas compensa muito ver a realização, pouco a pouco, dos sonhos que chegaram com muitas lágrimas. Sempre existe um lado positivo na dor, aliás, devemos a ela a cumplicidade do nosso relacionamento e devemos também o mais importante: nossa continua evolução.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

SUS começa este ano inscrição para cirurgias de mudança de sexo - Ler até o fim


16/05/2008 - 20h22

Vladimir PlatonowRepórter da Agência Brasil


O Sistema Único de Saúde (SUS) vai oferecer cirurgias de mudança do sexo masculino para o feminino até o final deste ano. O anúncio foi feito pela diretora do Departamento de Apoio à Gestão Participativa do Ministério da Saúde, Ana Maria Costa, na 1ª Conferência Estadual de Políticas Públicas para Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBTT) do Rio de Janeiro.

"Nós estamos neste momento preparando o protocolo - a norma técnica - definindo todos os passos, os profissionais que participam do processo, os procedimentos, os instrumentos e medicamentos. A expectativa é que nós tenhamos até outubro, e no mais tardar novembro, a oferta desse serviço na rede", disse.

De acordo com Ana Maria, o pedido para troca de sexo, chamado de transgenitalização, deverá ser feito no posto de saúde, que vai dar início ao processo.

"A pessoa que tem essa demanda ao SUS deve procurar um serviço de atenção básica, que irá imediatamente orientá-la para que ingresse no serviço especializado e passe a realizar a etapa preparatória", explicou. Entre o pedido para a troca de sexo até a cirurgia deverão se passar, obrigatoriamente, dois anos, período em que o paciente vai se submeter a um acompanhamento psicológico, para ter certeza do que vai fazer. "A cirurgia não tem como voltar atrás", ressaltou a diretora.

Ana Maria defende o procedimento de eventuais críticas de que o SUS está gastando dinheiro em uma cirurgia não prioritária, em detrimento de outros tratamentos de saúde."Quem disser isso, não sabe a dor e o sofrimento de quem vive a ambigüidade de um corpo, diferente da condição de gênero que a pessoa vivencia. Em segundo lugar, esse tipo de procedimento não vai onerar em demasia o SUS, porque não são tantos os casos".

Segundo ela, dados colhidos junto a associações de defesa de homossexuais indicam que haveria demanda no país de mil pessoas interessadas em mudar de sexo. A diretora do SUS não soube precisar o custo com todo o processo, mas disse que equivale ao de uma cirurgia de média complexidade.

Por enquanto, ela diz que o único procedimento oferecido será o de mudança do sexo masculino para o feminino, pois o processo oposto, feminino para masculino, ainda é considerado experimental.

A conferência vai até domingo (18), no campus da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), e antecede a Conferência Nacional, que acontece de 5 a 8 de junho, em Brasília.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Justiça do Rio autoriza transexual a mudar de sexo e nome


Publicada em 12/05/2008 às 18:13


RIO - Em decisão inédita na Justiça do Rio de Janeiro, o juiz André Côrtes Vieira Lopes, da 18ª Vara de Família, autorizou na tarde desta segunda-feira um transexual a mudar de sexo e nome. Nascida mulher, a autora da ação, que passa agora a ser do sexo masculino, faz uso de testosterona e realizou cirurgia para a retirada das mamas, do útero e dos ovários. O transexual não desejou se submeter, no entanto, à cirurgia para a construção de um pênis (faloplastia) enquanto o procedimento estiver em caráter experimental.

No processo, a autora diz que desde a infância apresentava comportamento diferenciado das outras meninas. Com a chegada da adolescência, começou a buscar dietas e exercícios para se distanciar da figura de um corpo feminino. Quando tinha cerca de 20 anos, procurou tratamento para o transtorno que a atingia no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), obtendo o diagnóstico de transexualismo.

"É importante frisar que transexualismo não é perversão, e sim um transtorno de identidade sexual", escreveu o juiz André Côrtes Vieira Lopes na sentença. Com base em pareceres científicos e decisões de casos semelhantes ocorridos no Rio Grande do Sul, ele cita que o transexualismo se diferencia dos demais fenômenos relativos à sexualidade, embora possa parecer semelhante ao homossexualismo.

"O transexual, psicologicamente, não se sente à vontade com o sexo biológico, o que lhe acarreta profundo sofrimento, apresentando características de inconformismo, depressão, angústia e repulsa pelo próprio
corpo", destacou.

Estudos técnicos realizados pelas equipes da 18ª Vara de Família e a perícia médica constaram que a autora da ação preencheu os critérios de diagnóstico clínico do transexualismo e que, atualmente, o seu prenome e sexo feminino são inadequados. O Ministério Público estadual também opinou favoravelmente às mudanças.

Fonte:http://extra.globo.com/rio/plantao/2008/05/12/justica_do_rio_autoriza_transexual_mudar_de_sexo_nome-427341958.asp

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Minha História de Vida I - "I got to go where the people dance/I want some action ... I want to live!." - por André Geremias Braz.


Minha história também é confusa, porém muito sofrida e começa em 10 de agosto de 1978, quando minha mãe estava grávida de mim e ela dizia que já sentia que ia nascer uma menina, porque seu primeiro filho era um menino, ela mal sabia que eu era um menino no corpo de uma garotinha.

Desde muito pequeno minha infância foi complicada, meu pai era alcoólatra e ele brigava muito com a minha mãe, a gente passava por muitas dificuldades financeiras e minha mãe fazia das tripas coração para nos dar o carinho e atenção necessários. Quando meu irmão tinha uns 12 anos e eu tinha uns 8 anos mais ou menos, minha mãe engravidou novamente, mais um menino vinha ao mundo. Então de fato eu era mesmo a única filha (mulher) que minha mãe teve.

Depois que meu irmão mais novo nasceu meus problemas aumentaram e eu tinha muito ciúmes dele. Minha mãe não sabia o que fazer comigo, e nessa época, eu já tenho lembranças do meu desejo de ser um menino e isso me trazia ainda mais ciúmes e inveja dos meus irmãos. Minha mãe tinha o maior trabalho quando ia me vestir, porque eu não queria roupas de menina e queria que ela me tratasse como meus irmãos. Meu pai comprava carrinhos pros meus irmãos e eu brincava com eles.

Quando eu tinha uns 10 anos, saia para brincar com os meninos da rua, a gente se divertia brincando de lutar, de subir nas arvores e nos muros dos vizinhos. Eu gostava de pescar num riozinho que tinha perto de casa e vivia correndo junto com a molecada, isso até os meus 14 anos...

Depois comecei a ficar mocinha e veio o pesadelo, meus peitinhos estavam nascendo e minha mestruação veio pela primeira vez; na minha mente aquilo era horrível, mas tinha vergonha e não contava prá ninguém. Eu sentia raiva de mim mesmo e a cada dia que passava, via que meu sonho de ser um menino ficava cada vez mais distante. Toda a noite eu ficava desejando e fazendo pedidos, para que eu me transformasse em um menino.

Porém era tudo em vão.

Lembro-me da angústia que eu sentia quando tinha que ir em alguma festa ou passeio e meus irmãos e primos iam vestidos com roupas super legais e eu tinha que ir com aquelas roupas ridículas que minha mãe me forçava a vestir. Eu gostava de brincar assim como eles, mas as pessoas me estranhavam e falavam para minha mãe que havia algo errado comigo. Minha mãe sempre conversava comigo e achava que eu tinha algum problema mental. Meu pai nem ligava para mim, minhas primas me evitavam e minhas tias me olhavam com cara feia. Eu me sentia diferente de todas as outras meninas, mas tentava me adaptar ao padrão delas, porém sempre fracassava.

Por fim, passei toda a minha infância muito problemática e quando eu entrei na adolescência foi um martírio. Não conseguia me adaptar ao meu corpo, eu sofri muito e em silêncio, sempre tentei esconder quem realmente era; dos meus 14 anos em diante eu me tornei muito revoltado e rebelde, usava drogas, fumava e bebia, cheguei a passar dias nas ruas, envolvido com ladrões e drogados. Minha mãe estava desesperada e não sabia o que fazer comigo e meu pai, sempre me xingava e queria me expulsar de casa. Fiquei uns dois anos no mundo das drogas e das bebidas, até que com muita insistência e choradeira da minha mãe, eu parei de usar drogas, mas ainda continuei bebendo bastante.

Quando comecei a namorar eu não me dava bem com nenhum cara, tive muitos namorados, mas nunca dava certo, foi aí que eu mesmo vi que o que eu estava procurando não eram homens e sim mulheres. Comecei a sentir atração pelas minhas amigas, me apaixonei por uma amiga minha quando eu tinha 15 anos, mas ela não se interessava por mim, dizia que o negócio dela era homem. Ainda me lembro que ela foi meu primeiro amor e também minha primeira decepção. Dali em diante me envolvi com várias amigas e tive muitas outras decepções, até morei com uma moça por quase dois anos, mas tive o maior choque de toda a minha vida, pois além dela me trair, ainda roubou todo o meu dinheiro, depois me abandonou me deixando sem nada, fiquei tão revoltado que desde de quando ela foi embora, há mais de 6 anos, nunca mais consegui ficar com ninguém e estou solteirão até hoje.

Quando penso que posso me apaixonar novamente eu fujo e evito qualquer tipo de sentimento mais forte com as pessoas, pois não quero me apegar... Levei muitos foras na vida tanto que até acabei me tornando um cara frio e não gosto de me envolver com ninguém.

Esse espaço é pouco para contar o quanto já sofri na vida, mas graças a Deus superei, pois eu já morei de favor, passei fome, fiquei desempregado por 5 anos e se não fossem meus pais, eu não estaria nem aqui contando essa história. Agora fazendo pouco tempo que descobri que sou FTM e não lésbica, minha vida faz um pouco mais de sentido, tenho muitos sonhos e barreiras para ultrapassar e quem sabe daqui um tempo eu possa voltar com uma história muito mais feliz.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Democracia



O mais comum para um blog é ficar restrito as palavras do autor ou autores do blog. Mas como o objetivo deste blog é informar, estou aqui disponibilizando-o para homens trans / ftms que queiram compartilhar com seus irmãos suas histórias de vida, suas descobertas, dificuldades e realizações.

Também serão bem vindas companheiras e companheiros de homens trans que queiram partilhar das suas experiências.

Vale ressaltar que a privacidade será preservada, e é possível utilizar um pseudônimo para quem quiser. O quanto de exposição e possibilidade de contato fica a critério de cada um.

Só peço que seja escrito em fonte 12, formato A4, e até página e meia para não ficar muito dividido nem cansativo para leitura.

E só deixar um comentário nesse tópico, com email, que entro em contato.

Vamos doar um pouco de nós, a sua história pode servir de exemplo, motivação e força para outra pessoa.

sábado, 10 de maio de 2008

Entrevista gráfica. Você decide se concorda ou não, mas é interessante saber.


Two holes are better than one


10/3/2008

Ator pornô, Buck Angel tem promovido uma revolução na forma de vermos pornografia e transexualismo


Por João Marinho

Como gay, posso dizer que é difícil olhar para Buck Angel sem uma pitada de desejo. Ator pornô, e dos bons – já até ganhou o Troféu AVN (Adult Video News), onsiderado o Oscar do segmento – Buck é extremamente másculo. Careca, com voz grossa, músculos definidos, piercing, tattoos e um bigode respeitável, ele encarna o biótipo “daddy”, que faz a cabeça de muitos de nós. Bom, até aí, nada que espante. Só que Buck tem um detalhe que outros homens não têm (ou seria: não tem um detalhe que outros têm?). Quando, excitado, ele abaixa as calças, no lugar de um pênis duro e – imaginariam alguns – enorme, aparece uma vagina molhadinha, emoldurada por um clitóris agigantado.

Espantou? Pois é preciso conhecer a história do moço: “Bem, eu era uma pessoa muito infeliz [...]. Trabalhei como modelo, e as pessoas me consideravam uma mulher bonita, mas eu sempre me senti um homem e estava vivendo em um corpo feminino”. Isso mesmo. Buck Angel é um transexual FTM (do inglês female to male)!

Diferentemente da trans MTF (male to female) – que biologicamente nasce homem, mas tem identidade de gênero feminina e que muitos de nós conhecemos –, Buck nasceu mulher, mas tem identidade masculina. A transformação ocorreu graças à psicoterapia, muita malhação e doses regulares de testosterona, mas não foi um processo fácil descobrir-se diferente. “Fui alcoólatra e dependente de drogas, me envolvia em brigas todo o tempo e não amava a mim mesmo ou à vida. Eu realmente queria morrer. Então, um dia, vi um filme com uma mulher que se transformou em homem e foi quando soube que não precisava mais sofrer. Encontrei um médico que me ajudou. Na época, ele trabalhava só com MTFs. Fui seu primeiro paciente FTM. Ele foi muito atencioso […]. Basicamente, ele salvou minha vida”.

Nas linhas abaixo, você confere um pouco mais da história desse interessante personagem.

Você é um cara muito másculo, bonito e muito forte. O que você faz para ter esse corpo?
Buck Angel: Obrigado. Eu malho muito na academia cinco dias por semana e tenho uma dieta saudável. Também tomo testosterona para ajudar a manter e trabalhar minha massa muscular.

Quando você decidiu fazer a transformação?
Eu tinha vinte e poucos anos quando finalmente tive a chance de mudar minha vida.

E como se deu o processo?
Comecei tomando injeções de testosterona dadas por meu médico, que também me ensinou como administrar em mim mesmo. Também estava indo a um terapeuta, que foi muito compreensivo e ajudou com minha transformação mental.

Como foi seu primeiro contato com os hormônios?
Uau! Foi maravilhoso! No momento em que aquela agulha me furou, sabia que estava no caminho para me tornar o homem que sempre sonhei ser.

Você diria que a testosterona mudou mais que seu corpo?
Ah, sim, com certeza. Meu pensamento mudou. Minha auto-estima mudou. A testosterona me deu confiança, me fez sentir uma pessoa inteiramente nova. Também notei que comecei a pensar mais como um homem, quer dizer, acho que eu fiquei menos emotivo com as coisas e mais direto e seguro de mim quando tomava uma decisão.

Além do tratamento, imagino que você fez alguma cirurgia. Quantas foram?
Apenas uma – a do peito [NR: Buck fez mastectomia]

Não pretende fazer a cirurgia de redesignação sexual?
BA: Eu fiz o que é considerada, para o Estado da Califórnia, onde nasci, uma cirurgia legal de redesignação sexual. Nasci mulher, comecei a tomar hormônios e, então, depois de dois anos, fiz a cirurgia no peito, quando eles removeram o tecido da mama feminina – embora muitos FTMs façam mais cirurgias que eu.

Eles podem escolher fazer uma histerectomia [NR: retirada do útero] e alguns também fazem a cirurgia genital. Decidi não fazer nenhuma delas. Não sinto que a cirurgia de pênis seja funcional ou estética o suficiente pra mim.

Não é comum ver um transexual com essa relação de aceitação ou conforto com sua genitália...
É, é muito incomum para FTMs se sentirem confortáveis em não ter um pênis. Sou diferente porque amo a mim mesmo e quem eu sou – e não sinto que precise de um pênis para ser um homem. Minha vagina é legal, amo sexo e amo os homens também. Muitos homens me acham gostoso, sexy e adoram penetrá-la. Além disso, tenho um monte de pênis – mas que ficam na gaveta quando não estou usando – e meus parceiros nunca reclamam. Então, por que eu preciso de um pênis?

Nesse caso, sua orientação sexual seria…
Bi. Na verdade, como me tornei mais confortável comigo mesmo, meu corpo e minha sexualidade, me tornei muito mais “bi”, e eu realmente amo transar com homens e mulheres. É mais sobre a pessoa do que sobre a qual gênero elas pertencem.

Bom, ainda falando de pênis e afins, soube que você chama seu clitóris assim. É realmente maior que o de uma mulher comum. Quanto ele mede?
Sim, chamo, mas só algumas vezes... E, sim, ele é como um pequeno pênis e é bem maior que o de uma mulher. Da base ao topo, flácido, mede cerca de 7 cm, e quando fica ereto, pode crescer mais.

Eu também soube que sua família o tratava como um menino. Como a família e os amigos reagiram quando você começou a se transformar?
Sempre fui muito “menininho”, e minha família muitas vezes se referia a mim como um garoto e me chamava por um nome de menino, o que era ótimo! Mas, em eventos especiais, eles queriam me pôr num vestido. Isso era chato e confuso... Então, quando falei pra eles que estava mudando de sexo, não ficaram nem um pouco surpresos e me apoiaram muito. Eles ficaram mais confortáveis em ter um filho do que uma filha lésbica. Os amigos... Alguns não ficaram confortáveis com isso, especialmente as lésbicas. Elas sentiram como se eu estivesse “desertando” pro lado inimigo! Curiosamente, algumas das mulheres que mais criticaram também fizeram mudanças sexuais depois.

E você tem filhos, ou planeja ter?
Não. Prefiro muito mais ter bichos de estimação. Tenho cachorros e um gato. Crianças não combinam com meu estilo de vida.

Falando um pouco sobre estilo de vida... Por que você decidiu trabalhar como ator pornô?
Por anos, eu trabalhei do outro lado da câmera: tinha um site para uma bela MTF asiática e produzia vídeos de fetiche. Quando percebi que não havia ninguém como eu no pornô, decidi ir pra frente das câmeras. Foi um desafio desenvolver um novo gênero. Muito trabalho duro, mas gratificante. A Robert Hill Releasing [NR: uma produtora pornô] me contratou. Foram os únicos que quiseram me dar essa chance.

Pretende parar algum dia?
Estou trabalhando para desenvolver o gênero e torná-lo maior e mais aceitável. Gostaria de produzir filmes de outros FTMs e voltar para trás das câmeras de novo.

Nos seus filmes, você sempre assume um papel dominante. É assim também na vida real?
Sim. Sou muito dominador na minha vida pessoal também, e tenho uma escrava full-time.

E quantos filmes você já fez?
Fiz um monte, e eu gosto deles todos… Mas acho que More Bang for Your Buck é o meu filme mais vendido. É um vídeo só de homens, e meus fãs gays adoram.Seus fãs, então, são gays...A maioria é gay, mas também tenho uma boa quantidade de fãs mulheres, o que é interessante. Tanto as héteros quanto as lésbicas parecem gostar do meu trabalho.

Você acredita que sua condição de pornstar FTM ajudar a mudar a percepção das pessoas sobre sexo e sexualidade?
Com certeza, de muitas formas. Primeiro, expõe as pessoas aos FTMs, quando muitos nem sabiam que nós existimos. Também sei que ajuda os FTMs a se sentirem mais confortáveis e terem um sexo melhor. Muitos FTMs que não fizeram a cirurgia genital ficam incomodados por não ter um pênis. Então, é comum, para eles, só dar e não receber, sexualmente falando. Agora, tenho ouvido de muitos FTMs e de seus parceiros que suas vidas sexuais estão muito melhores porque vêem que se um cara como eu pode usar sua vagina e gostar disso, eles podem fazer o mesmo. Também estou flexibilizando as fronteiras de gênero, por promover o conceito de que não preciso de um pênis para ser um homem. Não acredito que o que está entre suas pernas é a única coisa que determina o gênero. Sou um homem no coração, na mente, na alma e na aparência.

Há uma grande variedade de fotos e vídeos no seu site (http://www.transexual-man.com/): masturbação, sexo oral, vaginal e anal, fist fucking, BDSM... Por que você decidiu criá-lo?
Comecei o Transexual-man.com há três anos e quero oferecer alguma coisa para todo mundo e mostrar uma grande variedade de práticas sexuais porque eu gosto de tudo!

Bom, agora uma pergunta sobre suas influências... É verdade que material erótico ou pornográfico sobre FTMs não é comum na mídia, mas Alley of the Tranny Boys, de Christopher Lee, e Man Tool, de Loren Cameron, são trabalhos relativamente famosos nos Estados Unidos e outros países. A pergunta é: você conheceu algum desses trabalhos antes de decidir lançar o site? Se sim, eles influenciaram em alguma coisa?
Bom, eu os conheci, mas não fui influenciado per se. Estou só fazendo meu próprio trabalho, à minha própria maneira. Além disso, o filme de Christopher Lee foi bem underground. Eu já quis trazer minha pornografia para o mainstream. Quis que as pessoas realmente vissem meu trabalho.

Uma pergunta filosófica, para terminar: quem é Buck Angel?
Buck Angel é um homem ao mesmo tempo comum e especial, que ama a vida, ama sexo e que está ansioso para compartilhar a si mesmo com o mundo no sentido de transformá-lo em um lugar melhor (ou pelo menos resultando num sexo melhor!).

Você conhece o Brasil?
Nunca estive aí, mas gostaria de ir algum dia. É lindo! Também sei que vocês têm muitas MTFs bonitas aí...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Porque ninguém nasce sabendo V

Nem todo mundo precisa usar gravata, mas como ninguém nasce sabendo, vale a pena saber dar alguns nós de gravata. Segue abaixo alguns nós fáceis de serem feitos.

O nó simples: O grande clássico dos nós de gravata. É o nó mais utilizado. É simples de fazer e de desfazer. É perfeito para a maioria das gravatas e para quase todos os colarinhos de camisa.No fim, para obter o nó simples, é necessário que:
- o nó esteja em harmonia com o colarinho da camisa. Ele não deve estar nem muito escondido nem muito afastado do colarinho.
- a parte mais larga da gravata (mesmo antes da "ponta mais larga") se situe ao nível da cintura.



O nó simples duplo é parecido com o nó simples; a única diferença é que tem uma segunda volta, uma segunda laçada. Este nó é ideal para os homens com menor estatura. É perfeito para os colarinhos italianos e gravatas ligeiramente finas. É simples e rápido de fazer.

O nó francês é menos grosso e mais fácil de fazer do que o nó inglês. É ideal para as gravatas estreitas, as sedas finas e os colarinhos abertos.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Porque ninguém nasce sabendo IV


Tipo IV - Os cabelos sofrem recessão maior nas regiões frontal e fronto-temporal do que no Tipo III, e os fios existentes no vértice são muito escassos ou ausentes. Uma faixa pilosa permanece no topo da cabeça, que se liga às áreas não-afetadas nas regiões laterais da cabeça.

Tipo V - A perda capilar aumenta. A faixa pilosa que separa as regiões temporal e do vértice torna-se mais estreita e mais esparsa.

Tipo VI -A faixa pilosa agora não existe mais e as duas áreas de perda capilar tornaram-se uma.

Tipo VII - Tudo o que resta do cabelo do couro cabeludo é uma faixa pilosa estreita que começa bem na frente das orelhas e se estende ao redor da parte posterior do couro cabeludo (conhecida como região occipital).

Além desses oito tipos principais, existem as variantes do Tipo A que afetam uma pequena porcentagem da população. Elas não são mostradas aqui. Entretanto, em todas as variantes do Tipo A, a margem frontal da linha capilar continua sofrendo recessão em sentido posterior, sem qualquer desenvolvimento concomitante de uma área de calvície na parte superior da cabeça (vértice). Nessas variantes, a perda capilar simplesmente continua a avançar da parte anterior do couro cabeludo para a parte posterior.

Existem diversos tipos de enfermidades que podem causar a queda de cabelos, incluindo doença tireoidiana e sífilis. O estresse pode também levar à queda de cabelos em alguns indivíduos.
É necessária uma avaliação minuciosa por um médico para descartar qualquer uma dessas causas de perda capilar.

Um efeito colateral conhecido da quimioterapia é a queda de cabelos, mas a maioria das pessoas não imagina que a queda de cabelos está relacionada como um efeito colateral potencial de muitas drogas vendidas com ou sem receita médica. Certas vitaminas (principalmente a Vitamina A) administradas em doses maciças podem também causar queda de cabelos. Entre as drogas e substâncias químicas conhecidas por causar perda capilar incluem-se: drogas redutoras do colesterol, drogas para evitar a coagulação do sangue, e certas drogas anti-tireoidianas.

Um exame físico e o histórico completo do paciente, incluindo todas as medicações, vitaminas e tratamentos são essenciais para um diagnóstico correto.

sábado, 3 de maio de 2008

Porque ninguém nasce sabendo III

Um dos efeitos da testosterona é o desenvolvimento de calvície de padrão masculino. Não há como dizer se alguém vai ficar totalmente careca ou não desenvolver calvície, grande parte depende de genética. Uns não se importam e outros não se sentem bem assim, então segue o artigo abaixo para esclarecer algumas dúvidas. Independente de estar tomando testosterona você pode buscar amenizá-la utilizando-se de produtos disponíveis no mercado, mas nunca antes de consultar um médico.

Calvície

Alopecia Androgenética (calvície de padrão masculino)

O tipo mais comum de calvície em homens é a alopecia androgenética, ou calvície de padrão masculino. Acomete aproximadamente 50% dos homens durante suas vidas. A calvície de padrão masculino pode ser causada por uma sensibilidade geneticamente herdada a uma substância de ocorrência natural denominada DHT. Estudos de fios de cabelos arrancados de couros cabeludos calvos e não-calvos mostram que, com a calvície de padrão masculino, os níveis de 5-a -redutase e DHT no couro cabeludo são elevados. A 5-a -redutase é importante na formação de DHT, e níveis elevados de DHT estão associados com calvície em homens.

A calvície de padrão masculino começa com afinamento dos cabelos nas têmporas e pode aumentar com o passar do tempo. Os estágios da calvície de padrão masculino foram classificados a partir da metade do século 20. Durante anos, muitas teorias e mitos circularam sobre a afecção, mas desde o final do século 20, a causa subjacente de calvície de padrão masculino foi reconhecida

Os Estágios da Calvície de Padrão Masculino

Em muitos homens, a queda de cabelos segue um padrão previsível, que foi documentado pelo Dr. James Hamilton e mais tarde atualizado pelo Dr. O'tar Norwood. Os tipos mais comuns de perda capilar nessa seqüência estão resumidamente descritos aqui.

Tipo I -Linha capilar normal sem recessão ou com recessão mínima na região fronto-temporal.

Tipo II - Perda capilar mais simétrica, uma área triangular de recessão desenvolve-se na região fronto-temporal. Essa recessão estende-se em sentido posterior no máximo até 2 cm de uma linha imaginária desenhada entre as orelhas.

Tipo III - Recessões mais acentuadas ocorrem nas regiões frontal e fronto-temporal. Essa região é calva ou recoberta por cabelo de forma muito esparsa. A recessão se estende em sentido mais posterior do que no Tipo II (não mais do que 2 cm além do vértice).

Tipo III - Vértice - Os cabelos sofrem pouca recessão nas regiões fronto-temporais, mas a perda capilar nesse tipo ocorre basicamente no vértice.

Continua...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Porque ninguém nasce sabendo II



Não esqueça:

• O melhor momento para fazer a barba é durante o banho. O uso do vapor facilita o barbear e evita a inflamação dos poros. Com o calor, os poros ficam mais abertos e os pêlos mais macios

• Antes de se barbear, lave o rosto com sabonete neutro para remover impurezas e evitar inflamações

• O gel ou creme de barbear deve corresponder ao seu tipo de pele. Se o produto não trouxer essa indicação no rótulo, lembre-se de que o creme é mais adequado às peles secas. O gel, às oleosas. A mesma sugestão vale para os produtos de pós-barba

• Os melhores cremes e géis de barbear contêm em sua fórmula antiinflamatórios (camomila, chá verde ou aloe vera são os mais usados), anti-sépticos (triclosan é a substância mais comum) e um refrescante (geralmente mentol)

• Entre fazer a barba no vapor e usar o barbeador, fique com a primeira opção. Só recorra ao aparelho elétrico em caso de muita pressa. Do contrário, ele só deve ser usado para diminuir o volume de barba, costeleta e cavanhaque já formados

• Quem usa barba deve dar preferência aos sabonetes sem sal, pois não ressecam a pele nem mancham os pêlos. Se a barba for muito áspera e seca, use condicionador para cabelo durante o banho para amaciar e hidratar os fios

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Porque ninguém nasce sabendo I



Vc sabe fazer a barba? Digo além de raspa daqui, raspa dali? Bom eu não sabia e admito não sei até hoje porque prefiro deixá-la crescer, só aparando; mas apesar de correr o risco de paracer fútil, resolvi colocar algumas dicas de como fazê-la, todas colhidas da net.

Divirta-se e experimente até porque ninguém nasce sabendo.

Pequenos segredos para uma barba bem-feita

Os homens parecem tirar de letra a tarefa diária de fazer a barba. Mas é um ritual que exige cuidados. Do contrário, a pele pode sofrer com ressecamento e pêlos encravados.

Espalhar creme no rosto e passar a lâmina não basta. Barbear-se exige cuidados básicos como água quente, creme ou gel, aparelho ou lâmina de barbear e loção após barba. Esse é o segredo para uma pele macia, lisa e sem pêlo encravado. "É preciso uma certa dose de paciência para repetir o ritual todos os dias. Mas a barba bem-feita dá uma agradável sensação de frescor e leveza", diz o designer gráfico Ernani Mesquita, que dificilmente sai de casa para o trabalho sem fazer a barba. "O rosto limpo e bem tratado é um cartão de visita", completa. O dermatologista Beni Grinblat, do Hospital Albert Einstein, orienta como barbear-se com arte.

Procure fazer a barba logo após o banho. A ausência de oleosidade e de resíduos na pele facilita o deslizamento da lâmina de barbear.

Se a barba for cerrada, coloque uma toalha quente sobre o rosto por 30 segundos. Quanto mais macio o pêlo, melhor desliza a lâmina sobre o rosto.

Use creme ou gel de barbear e massageie a região da barba em círculos, de um lado para o outro, de cima para baixo. Isso ajuda a cortar o pêlo mais rente.

Comece o barbear pelas laterais do rosto, onde a pele é menos sensível, deslizando o aparelho no sentido em que os pêlos crescem. Deixe a região do queixo, onde os pêlos demoram mais para amolecer.

Evite passar o aparelho no sentido contrário do crescimento do pêlo. Dirija o aparelho para baixo nos pêlos que crescem para baixo; e para cima naqueles que crescem para cima. Ir contra o sentido do pêlo (escanhoar) resulta em um barbear um pouco mais rente, mas irrita muito a pele e favorece o aparecimento de pêlos encravados.

Substitua a lâmina após três ou quatro barbeadas. As lâminas gastas cortam, arranham e queimam a pele, especialmente as mais sensíveis.

No caso de uma pele com acne, cuidado para não cortar os pontos lesados, disseminando a bactéria presente na acne.

Aplique a toalha quente novamente para retirar o que restou do creme de barbear.

Enxágue o rosto com água fria para fechar os poros. Finalmente, aplique uma loção pós-barba sem muito álcool para não irritar ou ressecar a pele. Quem tem acne pode substituir a loção por um antibiótico na forma de gel.

Barbeadores elétricos deixam a pele menos irritada

Os barbeadores elétricos são ideais para quem tem pressa em deixar o rosto liso e não quer irritar a pele com as lâminas. Eles diminuem a agressão porque não deixam cortes e lesões em peles que apresentam foliculite. "O resultado não é tão rente quanto à lâmina para quem tem pêlos muito grossos, mas resolvem bem as barbas comuns", diz o dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Mario Grinblat.O melhor jeito de usar os barbeadores elétricos é após o banho, quando os pêlos estão amolecidos e mais fáceis de serem removidos. Também vale a compressa com uma toalha quente, que dilata o poro e facilita o trabalho.

Barbear definitivo

O laser está sendo procurado pelos homens que sofrem com o excesso de pêlos no rosto e pescoço. "Quem tem a barba muito cheia acaba recorrendo a esse tratamento para diminuir a quantidade e a espessura dos pêlos", conta dr. Grinblat. Segundo o dermatologista, duas ou três aplicações também podem definir as fronteiras da barba. Se a idéia for acabar definitivamente com os pêlos são necessárias mais aplicações: quatro ou cinco, com intervalo de um mês.

Continua...