domingo, 31 de janeiro de 2010

Histórias de Vida VIII - Por Leonardo.


Fui aquele tipo de criança introvertida, morria de vergonha de tudo. Meu mundo era minha família e um amigo apenas. Em sua casa brincávamos de carrinho. Pensava meio triste que eu não via graça em bonecas, e nem sabia exatamente como fazer isto.

Algumas crianças me perguntavam se eu era um menino ou uma menina na pré-escola. Por dentro eu imaginava que se eu tivesse nascido menino, tudo na minha vida seria mais fácil de ser vivido, eu me adaptaria melhor às situações.

Com 10 anos passei máquina nos cabelos. Fiquei com a fisionomia de um menino. Com 12-13 anos tinha uma tristeza dentro de mim que eu não sabia explicar. Só sabia que tinha "alguma coisa de errado" comigo. Pedi à minha mãe para fazer psicoterapia. Queria estar bem e não conseguia.

Então fiz 15 anos. Tive de ter uma festa de aniversário ridícula (apesar de ter achado bom ter os amigos e a família reunida). Ela foi ridícula porque eu não queria que ela existisse. Qual é a lógica de fazer uma comemoração extra por completar 15 anos?

Na adolescência eu tentava imitar minhas amigas. Ler a revista Capricho, espichar os cabelos, usar calças jeans apertadas e blusas com decotes para seduzir os meninos. Nossa vida era tentar arranjar ficantes e falar sobre meninos.

Não conseguia ser aquela pessoa. Tive que andar com pessoas diferentes e mudar de estilo. Uma época fazia estilo surf, ou estilo artista/alternativo, ou roqueiro/gótico. Mas nada servia em mim. Daí eu mudava.

As pessoas também não são constantes na minha vida. Elas vêm e simplesmente vão embora depois de alguns meses. Não ficam. É esquisito, mas eu acho que elas não captam minha alma. Não me veem de verdade.

Hoje em dia eu tenho meu próprio jeito de ser. Aliás, já faz um tempo que não mudo muito. Uns dois anos, mais ou menos. Mas foi tudo difícil.

Passei por muitas crises emocionais. Precisei tomar medicação para ansiedade e depressão e tomo até hoje. Houveram crises de família também, o que piorava a coisa toda. Sei que já estive em dias de não conseguir prestar atenção num diálogo.

Desde criança que eu penso em suicídio e tenho vontade de chorar do nada. Pensava que era por causa dos meus problemas familiares, mas realmente não é só isto. Problemas de relacionamento passam, e eu continuo sofrendo.

Pesquisando algo sobre travestis e transexuais para poder escrever sobre pensei que eu era travesti. Sempre olhei com vontade roupas e sapatos masculinos nas vitrines das lojas. Meses mais na frente assisti um episódio de uma série de tevê fictícia, The L Word. Quando vi o personagem Max, homem transexual, tive a certeza de que sou como ele. O modo de fazer comentários, conversar e se relacionar com as pessoas do mundo. Tudo isso em mim funciona como um homem. Independente da cultura, do timbre de voz, da aparência, do corpo, dos meus genes ou da posição social que ocupo.

O fato de eu ter corpo de mulher me deixa com vergonha. E ser tratado como mulher para mim é humilhante. Infelizmente é uma coisa com a qual convivo todo dia. Até pelo menos fazer a transição.

Não quero mudar de sexo, do sexo masculino eu já sou. Quero é mudar de corpo e ser tratado com o homem. Sinto como se não estivesse em mim, tudo é distante, tudo cinza. Como se não fosse a minha vida. Acredito que se eu conseguir exercer a minha identidade de gênero vou poder me sentir real um dia.

HBO embarca nas mudanças de gênero.

5 de novembro de 2009 por Stuart Levine

Os escritores da série "In Treatment" vão desenvolver uma séria chamada "T".

HBO está no processo de desenvolvimento de uma série dramática de meia hora que aborda a transição de uma mulher em um homem.

"T" está sendo criada pelo casal Anya Epstein e Dan Futterman, que acabaram de assinar um contrato com a tv a cabo para a terceira temporada de "In Treatment".

Epstein e Futterman apresentaram a idéia de "T" antes mesmo do canal discutir o envolvimento deles com "In Treatment". Eles irão escrever o piloto e serão produtores executivos de "T". Ira Glass e Alissa Shipp também serão produtores executivos.

A idéia para um piloto é inspirada em um episódio de um show de rádio chamado "This American Life".

Nenhum decisão ainda foi tomada quanto ao elenco.

A HBO já tinha se aventurado pelo mundo da transição de gênero antes. No filme feito pra tv, Normal, de 2003, estrelando Tom Wilkinson e Jessica Lange, o personagem de Wilkinson deseja transicionar para o gênero feminino, e tanto ele quanto Lange foram indicados ao Emmy por suas performances.

Espstein já tinha trabalhado com a HBO anteriormente como supervisora de produção em "Tell Me You Love Me", e Futterman, que foi indicado ao Oscar pelo roteiro de Capote, foi ator durante grande parte da sua carreira, incluindo um papel em "A Mighty Heart".

A terceira temporada de "In Treatment" começará a ser produzida no começo de 2010, em Nova Iorque, e deverá ir ao ar no segundo semestre de 2010.

Fonte: http://www.variety.com/article/VR1118010905.html?categoryid=14&cs=1

Tradução: "Homer"

sábado, 30 de janeiro de 2010

Porque bons exemplos não tem gênero II.

Justiça garante a transexual direito de retornar à reserva da Aeronáutica

Ela foi reformada, num processo que correu contra a sua vontade.

Agora, a Justiça lhe garante o direito de retornar à reserva. Aeronáutica deve recorrer.

Marcelo Abreu

Publicação: 29/01/2010

São 10 longos anos de luta. Tempo suficiente para causar uma brutal mudança de vida. Mas a batalha ainda não terminou. Primeiro, o isolamento na caserna. E um parecer, do Alto Comando, a que o Correio teve acesso, em 2000, com exclusividade: “Atrofia testicular por provável ação medicamentosa. Transexualismo”. E a decisão que a afastaria para sempre, depois de 22 anos de serviços prestados à corporação, com condecorações e medalhas: “Incapaz, definitivamente, para o serviço militar. Não é inválido. Não está incapacitado total ou permanentemente para qualquer trabalho. Pode prover os meios de subsistência. Pode exercer atividades civis”.

Depois, com coragem sem precedentes, o enfrentamento contra o parecer. À procura por ajuda, ela bateu à porta do Ministério Público. O promotor Diaulas Ribeiro, da Promotoria de Defesa dos Usuários de Saúde (Pró-Vida), ouviu a sua história. Aceitou a luta. Começaram as consultas com psiquiatras. Laudos. Novos relatórios. Em 2005, a mais importante transformação de sua vida: a cirurgia de mudança de sexo. Ela virou o que sempre sonhou

Em 2007, a primeira grande vitória. A juíza substituta Lília Simone Rodrigues da Costa Viera, da 1ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do DF, numa sentença ousada, despachou: “O sexo é atributo da personalidade, sendo dela parte integrante. Negando-se o direito de alguém ter o sexo correspondente ao órgão que possui é sonegar o direito de ser feliz, de ter esperança, de acreditar na vida, de viver com dignidade”.

Extremamente corajosa, a juíza continuou: “Rechaçar o direito do requerente em ter o sexo alterado em seu registro civil é plasmar injustiça flagrante, pois o autor, conforme mencionado nos autos, sempre se sentiu mulher, se veste como mulher e, além disso, repito, já retirou a genitália masculina que possuía”. Desde aquele dia, estava reconhecido o direito de Maria Luiza da Silva — nome que escolheu antes mesmo da cirurgia — pertencer ao sexo feminino.

Mas ainda faltava a alteração no registro civil. Em 2007, a segunda vitória. O juiz substituto da Vara de Registros Públicos do DF, José Batista Gonçalves da Silva, acolheu a manifestação do Ministério Público e determinou a alteração do nome, como também a averbação à margem do assento de nascimento. Maria Luiza teve uma nova certidão.

Afastamento ilegal

A vitória mais recente foi publicada na quinta-feira, 21. É a que trata da volta aos quadros da Aeronáutica. Mesmo que na reserva, por questão da idade. A Justiça entendeu que o afastamento (leia-se reforma, aos 39 anos) da função de cabo foi ilegal. “Quando eles me reformaram, chorei muito. Durante 22 anos, servi exemplarmente às Forças Armadas. Durante 22 anos, nunca tive uma punição na minha ficha. Recebi condecorações e certificados pelos bons serviços prestados à corporação”, diz Maria Luiza. E emenda: “Todas as vezes que os médicos me perguntavam se eu queria ser reformada, eu dizia: ‘Quero continuar a minha carreira, servir à Aeronáutica. É o que sei fazer e faço com muito orgulho’. Nada adiantou. Reduziram meu salário à metade e fui reformada por um ato preconceituoso”.

Na sentença, assinada pelo juiz Hamilton de Sá Dantas, titular da 21ª Vara Federal, está escrito: “Pela análise de toda essa documentação, acostada nos autos, fica evidente que a demandante, apesar do diagnóstico de transexual, tem perfeito domínio de suas faculdades mentais e psíquicas, não possuindo, portanto, nenhuma incapacidade para a vida profissional”

No fim, Sá Dantas conclui: “Com isso, a transexualidade, apesar de uma doença de transtorno psicológico, não gera nenhuma incapacidade permanente apta a justificar uma reforma, mesmo que na seara militar. Trata-se, sim de uma doença passível de tratamento e cura e não uma doença incapacitante”.

No meio da manhã de ontem, o Correio voltou à casa de Maria Luiza, um apartamento humilde (funcional) de dois quartos no Cruzeiro Novo — onde ainda mora graças à força de uma liminar. De calça jeans, blusa decotada, tamancos pretos, unhas pintadas de vermelho, brincos e batom discreto, ela falou sobre a última decisão judicial.

Emocionada, com a voz baixa, disse: “Desde que comecei na minha transformação, quis continuar na profissão. Fui impedida e humilhada. Hoje, com essa decisão, senti a minha dignidade resgatada. Mostra à sociedade que o mundo precisa ser revisto. Não se pode discriminar por orientação sexual. Eu sempre fui digna de pertencer aos quadros da Aeronáutica”.

Silêncio

A última decisão da Justiça Federal tira Maria Luiza da reforma e a coloca na reserva, com soldo igual aos militares nunca reformados. A cabo, entretanto, não voltará à ativa, em função da idade. Ela completou 49 anos. O tempo de serviço, 30 anos adotados nas Forças Armadas, já transcorreu. “Me alistei com 18 anos. Toda minha vida me dediquei ao meu trabalho, que era de mecânica de avião. Fiz muitos cursos e, antes de ser reformada, eu já ensinava o que sabia. Entendo a questão da idade, mas ainda sou perfeitamente capaz para o trabalho”, reflete.

Para o advogado de Maria Luiza, Luís Maximiliano Telesca, de 35 anos e há sete à frente dos processos, a decisão favorável é uma inédita vitória. “É uma sentença histórica do judiciário. Ele reconheceu que um transexual está apto a exercer a vida militar”. Telesca informou, ainda, que, como cabe recurso à ação, a Aeronáutica, muito provavelmente, recorrerá a instâncias superiores.

Procurada pelo Correio, a Aeronáutica, por meio do Centro de Comunicação Social, disse que, até que seja transitado em julgado (já que cabe recurso), a instituição não se manifestará. Enquanto aguarda mais uma batalha, Maria Luiza, o primeiro caso de transexualismo nas Forças Armadas do país, continua fazendo palestras para o grupo de transexuais (homens e mulheres) atendido no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Vai à missa todo domingo (é devota da Virgem Maria), pinta quadros e tira fotos com sua máquina analógica. Fotografas flores por onde passa. “Sempre gostei de fotos, desde adolescência”.

Folheando a sentença do juiz (mais uma), ela confessa: “Sempre quis um recomeço de vida, ser feliz. Nunca me senti homem. Passei a minha vida toda contrária ao meu sentimento. Esse documento é mais uma prova de que a luta não foi em vão. E pode ser a luta de muitas outras pessoas”.

Para saber mais

Sofrimento psíquico

Transexualidade é uma condição clínica em que se encontra um indivíduo biologicamente normal e que, segundo sua história pessoal e clínica e de acordo com o exame psiquiátrico, apresenta sexo psicológico incompatível com a natureza do sexo somático. Portanto, um indivíduo que se encontra nessa condição tem uma autoimagem invertida e, por isso se sente diferente (espécie/gênero) daquilo que fisicamente o representa (sexo/órgão). Pessoas nessa situação padecem de profundo sofrimento psíquico. No caso de Maria Luiza, que nasceu J.C., ela nunca aceitou a genitália masculina. Alguns pacientes acreditam que houve, de fato, na concepção, um erro na determinação do sexo anatômico. Muitos deles buscam a cirurgia para mudança de sexo. Em casos extremos, alguns se automutilam. Outros, desesperados, chegam ao extremo do suicídio.

A Organização Mundial de Saúde considera a transexualidade e o transgenerismo patologias mentais, chamadas Transtornos de Identidade de Gênero na classificação Internacional das Doenças (IC-10). O diagnóstico é feito por psiquiatras ou psicólogos, por meio de várias conversas com o paciente, para determinar corretamente os sentimentos dele. Depois, são emitidos laudos que atestam o transtorno.


Parada de SP vai oferecer assessoria jurídica grátis


28/01/2010 - Por Hélio Filho

Parceria entre Parada Gay de SP e escritório de advogados começa querendo crescer.

A Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT) acabe de firmar uma parceria com o escritório de advogados Pedro Lessi para oferecer, gratuitamente, atendimento jurídico a pessoas LGBT. O anúncio foi feito pelo coordenador geral da Parada, Marcos Zanini, durante a programação da V Conferência ILGA-LAC, que está sendo realizada em Curitiba até o próximo sábado, 30.

O escritório tem 45 advogados e filiais em várias cidades do Brasil, mas inicialmente o atendimento será feito apenas na capital paulistana. “A ideia é crescer essa parceria e atender cada vez mais cidades, cada vez mais gente, em vários campos jurídicos”, aponta Zanini.

Quem se interessou deve entrar em contato com a Associação pelo telefone (11) 3362-8266 (11) 3362-8266 ou pelo e-mail paradasp@paradasp.org.br.

Fonte:http://mixbrasil.uol.com.br/pride/seus-direitos/parada-de-sp-vai-oferecer-assessoria-juridica-gratis.html

Secretaria de Saúde de SP define protocolo de atendimento a travestis e transexuais


28/01/2010 - Por Sérgio Oliveira

Entre outras itens, documento da secretaria de Saúde de SP orienta sobre hormônios para trans

Definido pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, o primeiro protocolo que visa o atendimento de travestis e transexuais no País vai focar na integridade física e a adequação da identidade de gênero do indivíduo trans.

O documento foi elaborado pelo Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids. Dentre as orientações contidas no protocolo estão referências a dosagens de hormônios, problemas causados por silicone industrial e fonoaudiologia para readequação vocal.

Com mais de seis meses de funcionamento, o centro vem registrando grande procura. A maior parte, busca auxílio sobre hormônios.

Centro de Referência e Treinamento
Rua Santa Cruz, 81 - Vila Mariana
Fone: (11) 5087-9911 (11) 5087-9911

Fonte: http://mixbrasil.uol.com.br/lifestyle/secretaria-de-saude-de-sp-define-protocolo-de-atendimento-a-travestis-e-transexuais.html

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Semana da Visibilidade Trans no Casarão Brasil e no CRD, em São Paulo.

Repassando e divulgando.

É válido ressaltar que no Casarão Brasil (Rua Frei Caneca, 1057, SP), dia 03/02/10 às 19 horas, terá uma roda de conversa sobre Homens Trans e após a exibição de um filme surpresa.

"Olá Pessoal,

Segue a programação da Semana da Visibilidade Trans em São Paulo:

29 DE JANEIRO - DIA DA VISIBILIDADE TRANS

Comemorações por todo país marcam o dia Nacional da Visibilidade Trans
De 29 de janeiro a 05 de fevereiro de 2010

A comemoração ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para a importância do respeito à diversidade sexual, tendo como prioridade o Movimento Trans, que representa as travestis, as transexuais e as trangêneros.

A semana da Visibilidade Trans foi instituída no ano de 2004 pelo Congresso Nacional, através do Ministério da Saúde, que lançou a campanha "Travesti e Respeito" comemorada sempre no dia 29 de janeiro. A idéia é de sensibilizar educadores e profissionais de saúde do Brasil e trabalhar também a auto-estima das pessoas trans.

Unidos pela mesma causa estão o Casarão Brasil – Associação GLS, Centro de Referência da Diversidade – CRD, Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual – CADS, Associação da Parada do Orgulho de São Paulo – APOGLBT e Associação Brasileira dos Artistas Plásticos de Colagem – ABAPC.

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DA VISIBILIDADE TRANS

Atividades no decorrer dos dias 29/01/2010 a 05/02/2010

29/01/2010 às 19h - CASARÃO BRASIL

Abertura do evento com a Exposição de Artes Multimídias Sobre Travestis e Transexuais no Brasil. Show Performático com a Marcela Volpe homenageando o ícone Dalidá.

01/02/2010 às 19h - CENTRO DE REFERÊNCIA DA DIVERSIDADE

Exibição dos filmes "O T da questão" - Trabalho de Conclusão de curso dos alunos da Universidade Sant'Anna. Direção: Mário Ferreira Marques; Produção: Edilene Cardoso de Azevedo, Karine Micheline;
Edição: Gisele Anchieta - O filme relata histórias de várias trans e seus pontos de vista perante a sociedade e a própria vida. A equipe participou efetivamente das reuniões do Terças Trans e as pessoas que participam do filme são as particpantes do Terças.

02/02/2010 às 19h - CENTRO DE REFERÊNCIA DA DIVERSIDADE

Terças Trans Especial – Os caminhos da Cidadania de Travestis e Transexuais de SP – Resolução 208/2009 CREMESP / Decreto n.º 51.180 - Com a presença da equipe do Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais e do Dr. Gustavo Menezes.

03/02/2010 às 19h - CASARÃO BRASIL

Roda de conversa. Tema: Homens Trans com exibição de Filme Surpresa.
Espaço aberto aos homens trans para visibilidade e demandas. Na ocasião será exibido um filme surpresa sobre o assunto.

04/02/2010 às 19h - CASARÃO BRASIL

Peça Teatral "Um Dia, Um Cisne" da diretora Tânia Granussi com os atores formados no curso de teatro promovido pelo Centro de Referência da Diversidade. A peça faz uma viagem pelo universo GLBT, seus preconceitos e direitos. Traz para o público à realidade de ser diferente e foca a sua narrativa na superação dos desafios e na

05/02/2010 às 19h - CENTRO DE REFERÊNCIA DA DIVERSIDADE

Encerramento com a exibição do filme "Meu amigo Cláudia" com direção de Dácio Pinheiro. O longa percorre a vida de Claudia e revela a história de transformação e superação da trans, contando sua vida desde quando era muito pequena e ao mesmo tempo um pouco do início do movimento LGBT.

Locais:

Casarão Brasil
Rua Frei Caneca, 1057 - ao lado do Restaurante Saladex.
Tel. (11) 3171.3739

Centro de Referência da Diversidade
Rua Major Sertório 292 / 294 – esquina com Rego Freitas - próximo metro Republica
Tel: (11) 3129-7764 (11) 3129-7764 "

Abaixo maiores informações sobre a exposição de arte multimídia que começa hoje.

"A comemoração ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para a importância do respeito a travestis e transexuais enquanto cidadãos e cidadãs e seu direito ao exercício da plena cidadania.

A semana da Visibilidade Trans foi instituída no ano de 2004 pelo Congresso Nacional através do Ministério da Saúde com a campanha "Travesti e Respeito", e é sempre comemorada a partir do dia 29 de janeiro.

A idéia é de sensibilizar a sociedade a respeito da identidade de gênero e também visa o fortalecimento da auto-estima de travestis e transexuais.

“Não pergunte o que é ser masculino ou feminino, nem como podemos nos descrever enquanto homens ou mulheres. Pergunte como podemos buscar formas mais belas e harmônicas de vida”. ( Richard Rorty – Filósofo)

Visibilidade + Respeito = CIDADANIA - Fotografia
Barry Michael Wolfe – Fotógrafo

Barry Michael Wolfe começou a fotografar as travestis em 2005. Através de suas fotos-retrato assinados “by Michael”, Wolfe explora as raízes da discriminação enfrentadas pelas travestis e suas conseqüências, tais como exclusão social, tráfico humano e escravidão, exploração sexual e pedofilia, violência, praticas de medicina clandestina, abuso de drogas e DST/AIDS.

Suas fotos, distribuídas gratuitamente às travestis que muitas vezes enviam para as famílias, sendo estes os únicos registros dignos que elas possuem delas próprias. O que começou com um projeto fotográfico de conscientização através da arte, evoluiu em quatro anos para SOS Dignidade, movimento multidisciplinar de resgate dos direitos humanos.

Studio Butterfly
Virgínia de Medeiros - video

DUAS VERDADES – Óleo sobre Tela – Odir Grecco

Em um universo extremamente particular o artista achou o tema da atual exposição: O universo ambíguo das travestis.

Sob o impacto e a reflexão das obras de Goya, em especial as telas “La Maja Desnuda” e “La Maja Vestida” ele quis retratar a realidade impiedosa, habitada por pessoas de físico fora do comum, mas ainda assim humanas. Ficam, então, as perguntas: Em que período anterior da arte já foi pintado um travesti?

Segundo os cânones da anatomia e da pintura clássica, é belo ou feio um travesti?

“Muito bem, se é um quadro ou objeto de estudo não importa. Os retratos estão feitos. Pintados em óleo sobre tela e com todos os atributos á mostra”, conclui ODIR GRECCO.

“E no contato com as diferenças que nos tornamos pessoas melhores.”
Claudia Wonder

O vídeo Studio Butterfly é o resultado do projeto de pesquisa: As dobraduras da matéria. Uma pesquisa poética do metamorfismo no corpo da travesti.

O Studio Butterfly funcionou durante aproximadamente um ano e meio, em uma pequena sala de um edifício comercial no centro de Salvador, ele foi pensado como um ponto de encontro para as travestis. O local foi instalado em uma área onde elas viviam e trabalhavam.

No Studio, as travestis levam suas fotos antigas e recentes, junto a familiares, amigos e amores, sentadas na “Poltrona dos Afetos”, contam algumas historias de vida, registradas nesse vídeo.

“Se os movimentos que compõem essas existências são breves, descobri com as travestis a beleza maior da fabulação, que imortaliza a vida.


Exposição de Artes Multimídias Sobre Travestis e Transexuais no Brasil."

Fonte: Primeira comunicação: mailing list de Alessandra Saraiva; segunda comunicação repassada pela Dri, que recebeu da mailing list de Claúdia Wonder.

Porque música faz bem a alma III.



Simon de Voil é um escocês, cantor e compositor de música folk, e ftm. No entanto ele não se define como músico, nunca fez turnês e nem trabalha como tal: ele prefere dizer que é um contador de histórias, que ajuda as pessoas a se descobrirem, e que a música é quem ele é, mas isso não faz dele necessariamente um músico.

Ele começou a faz pequenos shows em Glasgow, em 1999, com Michelle le Masurier na banda Icarus. Apesar de terem gravados dois cds, Michele teve que se mudar para Londres e a banda se desfez.

Em 2002, a voz de Simon começou a se modificar e ele passou três anos sem cantar. Durante esse período de adaptação, um amigo seu fez um documentário sobre ele chamado Funny Kinda Guy (http://www.funnykindaguy.com/ ), que foi exibido em festivais ao redor do mundo. Apesar disso, em 2006, na época do lançamento do documentário, sua voz ainda não estava pronta.

No entanto, desde então, sua voz encontrou a si mesma, e no ano passado ele lançou seu primeiro cd solo, chamado Sacred Earth.

É possível ouvir algumas de suas músicas através de seu site.

Fonte:http://transguys.com/features/testosterone-ftm-singing e http://www.simondevoil.co.uk/index.html

Tradução: "Homer"

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Porque música faz bem a alma II.



Cantor trans faz história.

Por Jacob Anderson - Minshall

Publicado em 30 de novemebro de 2006.

"O mundo provavelmente não está pronto para um cara como eu," diz o cantor trans ftm Joshua Klipp, que fez história na cena musical com o seu recém lançado EP Patience, onde ele canta com sua voz pré transição e pós transição juntas na faixa de R&B "Little Girl". Klipp diz que ele ficou extremamente preocupado que a transição pudesse destruir sua voz e foi quando ele começou a procurar artigos sobre os efeitos da testosterona nas cordas vocais de ftms. Não encontrando nenhum estudo, ele pediu ajuda ao Dr. Edward Damrose, um especialista em garganta da Universidade de Stanford, que monitorou as modificações fisiológicas e os efeitos na voz de Klipp. Dr. Damrose planeja publicar seus achados.

"É engraçado porque agora todo mundo diz 'Você tem um voz ótima'." Klipp diz. "Mas eu costumava ter o tom perfeito. Eu tinha o tom na minha cabeça e ele acontecia sozinho...e de repente toda a memória muscular desapareceu. Eu ainda estou trabalhando com essa sensação, e também me acostumando."

Klipp é um homem de múltiplos talentos. Além da sua carreira musical, ele tem diploma de direito, ensina dança, dirige a companhia de dança hip hop Freeplay, em Bay Area, São Francisco, faz fotografias promocionais para artistas locais, é um dos diretores da Youth Speaks e fundou um empresa também em São Francisco, na Bay Area, que oferece ajuda a artistas para desenvolverem uma infraestrutura de negócio.

O artista de São Francisco, que está na casa dos trinta anos, diz que seu último projeto é algo a que ele devotou grande parte do seu tempo quando começou sua transição. "Eu não sabia se consegueria ser um artista. Então assumi um compromisso comigo que se eu não pudesse sê-lo, iria juntar minhas energias para lançar outras pessoas, e apoiar suas expressões artísticas da melhor forma possível."

Klipp gravou originalmente "Little Girl" há cerca de cinco anos atrás, mas só recentemente chamou o compostior Kristopher Cloud para por lado a lado os tons do vocal feminino com os versos masculinos de Klipp, para que a música se tornasse um cantiga do seu eu masculino para a menina que ele foi.

"Todo o processo de deixar aquela voz que eu tinha ir embora foi uma experiência emocional enorme para mim, aquele cantar, lado a lado com minha voz atual, foi o fechamento de um ciclo."

Klipp diz que o produtor Cloud, um afro ameicano abertamente gay, e o seu engenheiro de estúdio Ashley Moore - que fundou o Transcendence, um coral gospel só de transgêneros - fizeram possível a experiência estenuante que foi gravar "Little Girl".

"É fundamental saber que enquanto estou na cabine de gravação, as pessoas do outro lado não estão me julgando. Eu realmente gostaria que todos soubessem da participação dessa equipe incrível e talentosa, porque não estou colocando tudo isso junto sozinho. Eles tornaram tudo possível."

Klipp não espera se tornar um sucesso das paradas, mas ele acredita que talvez, daqui a uns 20 anos, o mundo esteja pronto para um rock star transexual. "E então", diz ele, "Eu poderei dizer que pavimentei o caminho." Nesse meio tempo, diz Klipp, ele está emocionado com a quantidade de homens trans ao redor do mundo que expressaram sua gratidão pela sua música.

"Ter esse tipo de resposta é incrível. Desde que eu era um menino, desde que eu comecei a falar, eu queria ser um cantor, e talvez não seja perfeito, mas estou conseguindo. Eu estou fazendo o melhor que posso com o que tenho, e conseguindo com isso, ter um impacto positivo, modificando a vida das pessoas."

Klipp acredita que outro músicos trans estão desafiando as noções da industria musical sobre "como uma cantora deva ser, como um cantor deva ser, como ele deve se comportar ou sobre o que ele deva cantar."

"Eu não cai de cabeça na música por causa dos estereótipos de gênero...existem muitos pré-conceitos sobre como cantoras devem se comportar, soar, parecer e eu não me encaixava em nada disso e me sentia miserável. Eu tentei participar de musicais no segundo grau e odiei. Você tem que ser uma garota boba, cantando sobre como você ama um garoto, o que era errado em vários níveis."

O escritor trans Jacob Anderson - Minshall pode ser contatado pelo email jake@trans-nation.org





Fonte: http://www.sfbaytimes.com/index.php?article_id=5703&sec=article , http://transguys.com/features/testosterone-ftm-singing e http://joshuaklipp.com/index.html

Tradução: "Homer"

Porque música faz bem a alma.



Coyote Grace é um duo de música folk americana. Até aí nada demais, não fosse o fato da parte masculina do duo ser um ftm.

O duo, que se formou em 2004 em Seattle, é composto pelo guitarrista Joe Stevens e pela baixista Ingrid Elizabeth. O som é "folk com pitadas de blues, melodias harmoniosas e letras certeiras".

"Joe escreve músicas desde os seus 15 anos e vem de uma família de cantores e regentes de corais, além de ser bacharel em música pela Cornish College of Arts, com ênfase em composição. Ingrid, que também foi influenciada pelos corais, fez sua entrada no mundo da musica pelos musicais, mas acabou incorporando em seu estilo diversos gêneros, de bluegrass ao rock psicodélico, passando por corais e produções burlescas."

No site deles é possível ouvir algumas faixas do seu último cd.

No you tube podemos encontrar entrevistas e diversas apresentações. Para quem gosta de música folk, vale uma conferida no trabalho deles.

Joe serve também de inspiração para quem gosta de cantar e acaba por perder um pouco de alcance vocal com a modificação do tom da voz.

Segue abaixo um vídeo do duo.




Fonte:http://transguys.com/features/testosterone-ftm-singing , http://www.coyotegrace.com/coyotegrace/default.asp?ID=18&PageData=198

Tradução: "Homer"

O primeiro homem transexual do mundo - Laurence Michael Dillon

Michael Dillon (1915-1962)

Nascido em 1 de maio de 1915, em Londres, Laura Maud Dillon, "filha" de Robert Dillon de Lismullen, County Meath, era uma saudável criança do sexo feminino.

Sua mãe faleceu dois dias após o parto, e seu pai o rejeitou, mandando - o junto com seu irmão para serem criados por três tias que moravam em Folkestone, Inglaterra.

Em 1925, seu pai e avô faleceram, e seu irmão de 11 anos tornou-se Sir Robert Dillon, oitavo Barão.

Michael foi educado em uma escola somente para meninas e no Colégio St. Anne's, em Oxford, ganhou o campeonato de remo por uma equipe feminina, além de ter ser formado em 1938. Ele passou a maior parte das férias de verão com uma governanta na propriedade da família em County Meath.

Pêlos faciais e uma voz grave confirmavam sua sensação de ser fisicamente e emocionalmente um homem. Começou a trabalhar como ajudante de garagem, vivendo sozinho e angustiado por quatro anos.

Um certo doutor Foss aceitou dar-lhe pílulas de hormônio masculino; ele fez a mastectomia em 1942, e em 1944 retificou seu registro de nascimento, mudando filha para filho e Laura Maud para Laurence Michael. Sir Robert reagiu com descontentamento e pavor, cortando relações com ele.

Michael, como agora era chamado, entrou na escola de medicina no Trinity College Dublin, em 1945 com seu novo nome.

Durante as férias, ele passou por cirurgias longas e dolorosas no hospital do cirurgião plástico, Sir Harold Gillies, para completar sua transformação.

Sir Harold Gillies, conhecido como o pai da moderna cirurgia plástica, teve um papel pioneiro na Inglaterra durante a guerra, no desenvolvimento da cirurgia que utiliza tecido do próprio paciente. Gillies, posteriormente, fez a primeira cirurgia do Reino Unido em uma mtf chamada Roberta Cowell.

O que não é muito conhecido, é o fato de Sir Harold também ser conhecido como um dos pioneiros das cirurgias de readequação sexual.

Em 1945, Sir Harold e seu colega Ralph Millard trouxeram ao mundo a primeira readequação sexual de uma mulher para homem, na figura do jovem aristocrata Michael Dillon.

Acredita-se também que Michael seja a primeira mulher a tomar hormônios masculinos para se readequar como sendo do sexo masculino.

Alguns meses depois de ter começado a tomar testosterona, ele já tinha desenvolvido barba e estava vivendo com um homem. Foi a impressionante mudança na sua aparência que finalmente persuadiu Gillies a operá-lo.

Depois de algum tempo, Michael mostrou seu certificado de nascimento ao Debrett Peerage, que concordou em alterar seu registro, e através desse ato, Michael passou a ser considerado o próximo homem, após seu irmão, na linha sucessória do baronato.

O editor garantiu a ele que as modificações feitas no Debrett eram automaticamente seguidas pelo Burke Peerage. Ele ganhou outro campeonato de remo, dessa vez como homem, e após formar-se em 1951, passou a trabalhar como médico de cruzeiro, tendo viajado pela Ásia, Austrália e América.

Burke Peerage não alterou seus registros, e a discrepância com o registro no Debrett foi descoberta em 1958 pelo jornal Sunday Express, que depois de uma investigação aprofundada, publicou a história da readequação de sexo.

Michael ficou devastado pela revelação de um segredo que ele havia escondido com tanto cuidado. Ele então mudou-se para Calcutá, e se refugiou em um monastério Budista em Sarnath, na Bengália.

Ele foi ordenado monje da ordem Tibetana, passando a usar o nome Lobzang Jivaha, e dedicou seu tempo estudando Budismo e escrevendo. Ele doou todo seu dinheiro para ajudar estudantes com problemas financeiros.

A dificuldade da vida em condições precárias, somada a parca dieta vegetariana imposta pelo Budismo, cobraram seu preço; sua saúde fraquejou, e ele faleceu em um hospital em Dalhousie, Punjab, em 15 de maio de 1962 aos 47 anos.

Dois livros escritos por ele foram publicados em Londres em 1962: A vida de Miralepa, sobre um famoso yogi tibetano do século 11, e Imji Getsul, o retrato da vida em um monastério Budista.

Fonte: http://www.transgenderzone.com/features/michaeldillon.htm

Tradução: "Homer"

Semana da Visibilidade Trans é realizada com diversos eventos em São Paulo


26/01/2010 - Por : Sérgio Oliveira

Casarão LGBT e CRD vão sediar eventos da programação trans

Para comemorar o a Semana da Visibilidade Trans, o Casarão Brasil LGBT em conjunto com a Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual(CADS), Centro de Referência da Diversidade (CRD) e a Associação da Parada do Orgulho de São Paulo (APOGLBT) prepararam uma programação especial para auxiliar e conscientizar a sociedade sobre as trans (que englobam as travestis, transexuais e transgêneros) do dia 29 de janeiro até o dia 5 de fevereiro.

Quem vai receber os convidados no dia da abertura do evento é Marcela Volpe e dentro da programação estarão palestras com educadores até exibições do filme. O evento será encerrado com o premiado documentário "Meu Amigo Cláudio". Fique atento, pois alguns eventos serão realizados no Casarão Brasil LGBT e outros no Centro de Referência da Diversidade. Veja a programação:

Semana da Visibilidade Trans
29 de janeiro às 19h - Exposição de Artes Multimídias sobre travestis e transexuais no Brasil e show com Marcela Volpe
1 de fevereiro às 19h - Exibição do filme "O T da questão"
2 de fevereiro às 19h - Palestra "Os caminhos da Cidadania de Travestis e Transexuais de SP"
3 de fevereiro às 19h - Roda de conversa, tema: "Homens e Trans". Após exibição de um filme surpresa
4 de fevereiro às 19h - Peça teatral "Um Dia, Um Cisne".
5 de fevereiro às 19h - Exibição do documentário "Meu Amigo Claudia"

Casarão Brasil LGBT - Rua Frei Caneca, 1057

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Mais um 'homem' vai dar à luz nos Estados Unidos

Fernando Moreira - 26.1.2010

Aconteceu de novo. Mais um "homem" dará à luz no Estados Unidos. Scott Moore - o segundo caso conhecido - está "grávido", segundo o jornal "Daily Mail". O transexual será submetido a trabalho de parto em fevereiro. Ele e o companheiro Thomas, que também nasceu mulher -, já escolheram o nome do menino, concebido sob inseminação artificial: Miles.

Os dois são legalmente casados porque Scott, de 30 anos, manteve o "sexo feminino" na certidão de nascimento.

"Eu sei que muitas pessoas vão nos criticar, mas estou imensamente feliz e sem qualquer vergonha", disse Scott, segundo o "Daily Mail".

O casal transex da Califórnia já tem dois filhos - um de 12 anos e outro de 10 -, gerados artificialmente no útero da antiga companheira de Thomas, que já faleceu.

Scott, que nasceu Jessica, disse que desde os 11 anos percebera que gostaria de ser um homem. Os pais pagaram o equivalente a 13 mil reais para que os seios da filha/filho fossem removidos.

Thomas, que já foi Laura, fez cirurgia para mudança de sexo no ano passado, quando removeu o útero.

O primeiro caso conhecido de "homem" dar à luz foi o de Thomas Beatie, do estado do Oregon, que causou grande polêmica. A filha Susan nasceu em julho de 2008.

Fonte: .asp">http://oglobo.globo.com/blogs/moreira/posts/2010/01/26/mais-um-homem-vai-dar-luz-nos-estados-unidos-260746.asp

Proteção constitucional ao transexual.


18/01/2010 por Tassia Teixeira de Freitas Bianco Erbano*

A Constituição Federal do Brasil de 1988 dispõe sob sua égide a valorização da dignidade da pessoa humana (art. 1.º, III, da CF/88), a solidariedade social (art. 3.º, I, da CF/88) e a isonomia ou igualdade "lato sensu" (art. 5.º, "caput", da CF/88). Dessa forma, deve-se resguardar o ser humano e respeitar as diferenças observando que a dignidade humana precede a toda ordem social.

Segundo José Afonso da Silva, "a Constituição vigente é mais veemente e mais abrangente na condenação nas desequiparações entre pessoas. Confere igualdade perante a lei, "sem distinções de qualquer natureza'"(1).

Ressalta-se que a tutela a todo ser humano não se restringe apenas a liberdade de viver. Deve-se viver com qualidade de vida, e viver de forma digna. A qualidade deve estar presente em todo desenvolvimento da vida de cada indivíduo.

Ao se tratar dos direitos dos transexuais, deve-se ter em mente que são pessoas que em sua vida social agem e sentem-se, em que pese sua constituição física ser masculina, como uma mulher OU vice-versa.

Nota-se que os transexuais sofrem preconceito e discriminação na sociedade, e há uma conseqüente exclusão de tais pessoas, já que dificilmente conseguem trabalhar ou até mesmo realizarem compras, empréstimos, se hospedarem em hotéis, entre outras situações, visto que a documentação, tal como RG e certidão de nascimento, por exemplo, não condiz com a condição física e notoriedade que possuem.

O transexual merece tratamento diferenciado, convergente com o princípio constitucional da isonomia e assim, garantir o ideal de justiça social e a efetiva proteção de sua dignidade. O transexualismo consiste em um caso em que um médico após inúmeros exames (psicológicos inclusive) indica a cirurgia para adequação de sexo.

Apesar de não ter havido alteração no Código Penal para desconfiguração de crime de lesão corporal, o próprio Conselho Federal de Medicina, conforme dispõe a Resolução nº 1652/2002, autoriza a realização de tal cirurgia, prevendo regras de procedimento para a sua realização. Importante ressaltar que a cirurgia de adequação de sexo é disponibilizada pelo Sistema único de Saúde- SUS, conforme Portaria n.º 1.707, de 18 de agosto de 2008 do Ministério da Saúde.

Entretanto, no tocante a questão referente aos transexuais submetidos à cirurgia e a necessidade de alteração do nome e estado civil (sexo) em suas documentações, não há ainda lei específica regulando a matéria.

Consta na Lei de Registros Públicos que o nome deve condizer com a teoria da aparência e a relevância que a pessoa assume no meio social, sendo possível até mesmo incluir apelidos no nome.

É obrigatória a atribuição de nome à criança quando esta nasce (art. 50 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973), cabendo aos pais a escolha do nome individual, conforme o princípio da liberdade e ao nome de família conforme o princípio da veracidade.

Nota-se que o direito ao nome é híbrido, apresentando dois elementos: o público e o privado.

O primeiro tem o intuito de identificação, visando a atender ao interesse social de segurança. Já o elemento privado do nome é atributo da personalidade, ligada à autonomia da pessoa humana e, portanto, mutável.

A Lei n.º 6.015/73 Lei de Registros Públicos adotou o critério da imutabilidade do nome como regra, sendo admitida a mutabilidade apenas em casos excepcionais trazidos pela doutrina, aplicando-se a teoria da aparência e a relevância que a pessoa assume no meio social.

Percebesse ainda pelo art. 55, da referida lei, em seu parágrafo único, que é vedado o registro de prenome que exponha seu portador ao ridículo. A finalidade desta norma é proteger a pessoa. Assim, nota-se que no caso dos transexuais a manutenção do nome anterior a cirurgia resulta na exposição ao ridículo da pessoa que adequou o sexo e, portanto, é anatomicamente diferente de quando nasceu.

A intervenção cirúrgica possibilita a busca pela identidade sexual, se a intenção do legislador fora tutelar a pessoa para que essa não fosse exposta e ridicularizada. O próprio artigo 55 da Lei de registros públicos possibilita a mudança do prenome dos transexuais.

Destaca-se que não é apenas a anatomia do indivíduo que define seu sexo, mas sim, sua postura dentro da sociedade em que vive bem como sua notoriedade. A lei não pode impor barreiras para a realização da identidade sexual da pessoa.

Se o registro tem publicidade, autenticidade, eficácia, deve transparecer sua nova condição, novo sexo e novo prenome. Nota-se ainda que não basta apenas a realização da cirurgia, deve-se atentar para a realização completa da pessoa transexual, consequentemente a alteração do seu registro civil, adaptando a designação sexual e o prenome à nova situação do indivíduo, observado assim o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.

Analisando o Código Civil e a Lei de Registros Públicos à luz da Constituição Federal (artigos 1.º, III; 5.º, X), há de se concluir que é permitida aos transexuais a alteração do seu prenome. "Nenhuma justificativa serve para negar a mudança, não se fazendo necessária sequer alteração de dispositivos legais para chancelar a pretensão"(2).

No tocante a mudança de sexo e nome dos transexuais, aduz Szaniawski que a própria Magna Carta de 1988 possui princípios fundamentais que norteiam normas infraconstitucionais e, assim, "garantem o direito à autodeterminação pessoal, atuando como uma cláusula geral de comando que permite adequar à sexualidade"(3).

Logo, pouco importa que as normas que regulamentam os direitos de personalidade e identidade civil não tragam de forma expressa proteção aos transexuais, pois por princípio, todos merecem proteção.

Deve-se ter em mente que não se pode admitir qualquer forma de preconceito e marginalização na sociedade, sob pena de se violarem os direitos humanos e a dignidade da pessoa humana. Não há justificativa para o sofrimento de uma pessoa que não consegue se desenvolver com autonomia e qualidade de vida, visto que todos são livres e iguais.

Notas:

(1) SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 223.
(2) DIAS, Maria Berenice.União Homoafetiva. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. p. 240.
(3) SZANIAWSKI, Elimar. Direitos de personalidade e sua tutela. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. p. 164.

*Tassia Teixeira de Freitas Bianco Erbano é advogada do escritório Zornig & Andrade Advogados Associados. Mestranda em Direito Econômico e Socioambiental pela PUC-PR.

Fonte:http://www.parana-online.com.br/canal/direito-e-justica/news/422037/?noticia=PROTECAO+CONSTITUCIONAL+AO+TRANSEXUAL

domingo, 24 de janeiro de 2010

V Conferência Regional ILGA-LAC



A V Conferência da ILGA na região da América Latina e do Caribe será realizada em Curitiba, Paraná, Brasil, de 27 a 30 de janeiro de 2010.

A ILGA - Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, pessoas Trans e Intersex - é uma federação mundial que congrega grupos locais e nacionais dedicados à promoção e defesa da igualdade de direitos para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas trans e intersex (LGBTI) em todo o mundo.

Fundada em 1978, a ILGA reúne entre seus membros mais de 670 organizações, entre pequenas coletividades e grupos nacionais, representando, assim, mais de 110 países, oriundos de todos os continentes.

Atualmente, a ILGA é a única federação internacional a reunir ONGs e entidades sem fins lucrativos que concentra a sua atuação, em nível global, na luta pelo fim da discriminação por orientação sexual e identidade de gênero.

A V Conferência da ILGA-LAC e demais eventos pré-Conferência têm como objetivo definir estratégias de promoção dos direitos humanos, da cidadania, da saúde e da cultura de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex na região da América Latina e do Caribe para o biênio 2010-2012, bem como eleger os/as Secretários/as Regionais e Sub-regionais da ILGA.

Informações adicionais / Sugestões:

ilgalac2010@gmail.com

PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR

Pré-Conferência: 26 e 27 de janeiro de 2010

I Fórum de Gays, HSH e Trans da América Latina e do Caribe sobre HIV/Aids: ASICAL*

Fórum LGBTI de pessoas vivendo com HIV/Aids
1º Encontro sobre Homo-Lesbo-Transfobia na escola: GALE**
1ª Conferência Regional da InterPride***
Encontro de Mulheres Lésbicas e Bissexuais
Encontro de Pessoas Trans
Encontro de Jovens LGBTI
Seminário Homo-Lesbo-Transfobia e Racismo
Seminário Saúde Pública e Especificidades LGBTI
Oficina sobre o Executivo e Políticas Públicas para LGBTI
Seminário LGBTI e o Legislativo, o Judiciário e o Estado Laico
Fórum Arte e Cultura LGBTI
Encontro Mídia e LGBTI
Oficina Nações Unidas e LGBTI
* ASICAL: Associação para a Saúde Integral e Cidadania na América Latina e no Caribe
** GALE: Global Alliance for LGBT Education
*** InterPride: Associação Internacional de Organizadores de Eventos do Orgulho LGBT

V Conferência ILGA-LAC: 27 a 30 de janeiro de 2010

Plenária Inicial
- apresentação das delegações
- apresentação ILGA / ILGA-LAC
- aprovação do regimento interno

Cerimônia de Abertura

Palestra Magna: Conjuntura Internacional e Regional

Painel: Experiências Regionais Exitosas

Exposição das deliberações dos eventos pré-congresso

Grupos de Trabalho Temáticos

ILGA-LAC – Desenvolvimento Organizacional e Questões Internas

Plenária Final
- aprovação das propostas
- eleição do local e data da VI Conferência Regional
- eleição do secretariado regional e sub-regional

A ficha de inscrição, os critérios para concessão de bolsas e demais informações estão disponíveis em http://www.ilgalac.grupodignidade.org.br/

Fontes: http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/eventos/v-conferencia-regional-da-ilga-america-latina-e-caribe , http://www.ilgalac.grupodignidade.org.br/port/index.php e Blog Cultura Crossdresser.

CANADÁ: Transexual ganha contra Facebook


Sábado, 23 Janeiro 2010

Transfofa para PortugalGay.pt Notícias

Dominic Scaia recentemente removeu cirurgicamente os seus seios. Como sempre fez desde que iniciou a sua transição para homem (FtM), publicou algumas fotos do peito no seu perfil do Facebook em Dezembro.

As fotos revelavam cicatrizes bem saradas e claras. No entanto, quando outro usuário desta rede social se queixou à administração da rede, o seu perfil foi apagado devido à regulamentação de fotos do Facebook.

Embora os termos do Facebook permitam aos homens mostrarem o peito, Scaia foi notificado que as suas fotos mostravam "nudez ou conteúdo sexualmente sugestivo". Segundo as regras do Facebook, isto inclui "imagens pós-cirúrgicas".

Scaia afirmou que "eu sou um homem e postei o meu peito online, e isso deve ser permitido, ponto. Existem milhares de pessoas transexuais no Facebook e penso que a mensagem emitida é que as suas fotos não estão seguras, e isto não é justo".

Ao continuar a queixar-se ao Facebook, o seu perfil foi restaurado. Um porta-voz desta rede social revelou que a equipe reviu o caso e reconsiderou na sua decisão, considerando que Scaia podia voltar a postar as fotos, o que ele já fez.

"Enquanto lutamos para implementar as nossas políticas o mais consistentemente possível, com mais de 350 milhões de utilizadores do Facebook, pode haver ocasiões em que falharemos e damos o nosso melhor para rectificar estas situações o mais rapidamente possível. Encorajamos o sr. Scaia a carregar as suas fotos de novo se deseja que sejam visíveis no seu perfil", afirmou o porta-voz do Facebook, que acrescentou que "uma foto de um homem transexual de tronco nu não viola as nossas políticas, desde que não haja qualquer outro conteúdo na foto que viole o nosso Estatuto de Direitos e Responsabilidades".

Terças Trans do dia 26/01/10 - Entendendo a patologização e a despatologização das transgeneridades.


Repassando:

"Olá Pessoal,

Nesta terça-feira teremos mais uma reunião do TERÇAS TRANS com o tema escolhido na última reunião:

ENTENDENDO A PATOLOGIZAÇÃO E A DESPATOLOGIZAÇÃO DAS TRANSGENERIDADES!!

Venha saber o que significa a patologização, em que isso tem relevância para as pessoas trans, quais as propostas para despatologização, o que muda se houvesse a mudança do CID em 2012, e muito mais!!!

IMPERDÌVEL!!!

Dia 26/01/2010 às 19h
Centro de Referência da Diversidade
Rua Major Sertório, 292/294 - Centro
Metrô República

e vem ai a programação para SEMANA DA VISIBILIDADE TRANS em São Paulo.

Coordenação: Alessandra Saraiva
Organização: Associação da Parada GLBT de São Paulo e Centro de Referência da Diversidade"

sábado, 23 de janeiro de 2010

Transexual descreve sua transição do feminino para o masculino.


Por Faye Flam - 3 de maio de 2006

Jornal Knight Ridder

O que faz de um homem, um homem com H maiúsculo? Quanto das nossas diferenças sexuais são culturais, e quanto é resultado do biológico? Quem melhor para perguntar que Max Wolf Valerio - um homem de 49 anos que um dia foi uma mulher?

Você provavelmente está pensando nas mesmas questões que me perguntaram quando eu disse que faria um artigo sobre um homem transexual: os médicos "colocaram" um pênis, e será que ele funciona? Chegaremos lá, mas, como Valerio descobriu, a masculinidade não é tão falocêntrica como Freud quis que acreditássemos.

Masculinidade, diz Valerio, é hormonal e injetável. A testosterona sozinha foi suficiente para levá-lo rumo à jornada ao mundo masculino, sobre a qual ele escreveu no livro "The Testosterone Files", a ser lançado este mês pela Seal Editora.

Nascido uma menina de nome Anita, ele pensava que era um menino, e aceitou, relutantemente, o fato de ser uma menina masculinizada. Ele cresceu e se transformou em uma mulher ruiva, alta, exótica - metade hispânica, metade indígena - que gostava de pintar seu cabelo de preto e de jaquetas de motoqueiros.

Hoje, Max diz, que ninguém sequer desconfia e o vêem como um cara comum. Quando ele vai a encontros de transexuais, as pessoas não entendem porque ele está lá ou assumem que ele está transicionando do masculino para o feminino. Ele escreveu o livro, assim diz, para fornecer sua perspectiva sobre a natureza da masculinidade e da feminilidade, tanto cultural quanto biologicamente, e sobre a guerra dos sexos.

Valerio sempre teve atração exclusivamente por mulheres. Mas vivendo em São Francisco, ele percebeu com o tempo que era diferente de outras lésbicas. "Eu pensava que todas as lésbicas quisessem ser homens," diz Valerio. Ele não gostava de ser tocado sexualmente porque precisava fantasiar que era um homem. E, ao contrário de suas amigas lésbicas, ele se sentia atraído por mulheres tradicionalmente femininas com salto alto, maquiagem e minissaias.

Ainda assim, suas amigas pensavam que ele era maluco em considerar a possibilidade de mudança de sexo. Poucos haviam ouvido sobre homens transexuais no idos de 1980. Ele era bem apessoado, elas diziam. Por que arriscar se parecer com Julie Andrews com um bigode falso?

Mas aos 32, ele começou a tomar testosterona. Nos meses que se seguiram, sua linha do queixo ficou mais evidente e sua cintura secou, barba começou a aparecer, e a musculatura ficou mais evidente e forte. Ele desenvolveu um apetite voraz e sua voz se modificou para o padrão masculino natural.

Vivendo como um homem, ele enventualmente removeu seus seios cirurgicamente. Dezesete anos depois, aos 49, ele ainda não fez nenhum intervenção genital. Os hormônios aumentaram o clitoris de Valerio de tal forma, que ele fica do tamanho de um dedão quando ereto. Ele diz que parece com um pênis agora, e ele usa pra manter relações com sua namorada.

Testosterona promove o aumento do clitoris, e usá-lo para manter relações dessa forma é "cada vez mais comum" para homens transexuais que estão começando agora sua transição, diz Marci Bowers, uma cirurgiã do Colorado, especialista em readequação sexual. Poucos optam pela cirurgia que constroí um pênis de pedaços de tecido do próprio paciente, diz ela, além de ser um procedimento caro. Outros optam por uma cirurgia mais simples chamada metoidioplastia, que consiste em liberar o clitoris hipertrofiado, criando um órgão mais parecido com um pênis.

Mas para Valerio, a verdadeira surpresa foi como a testosterona modificou seu cérebro. "Quando olho para um objeto ele parece mais definido, mais tri-dimensional," diz ele. As palavras saem com maior esforço, e as emoções ficam mais difíceis de serem expressadas. Seu desejo sexual também foi aumentado.

Quando Valerio ainda era Anita, ele e suas amigas lésbicas achavam que a postura sexual dos homens era algo forçado. Hoje, ele pode sentir essa sexualidade masculina se expressando nele mesmo.

Cientistas estudam os transexuais procurando pistas sobre a diferenciação dos cérebros masculino e feminino. Rueben e Raquel Gus da Universidade da Pensilvânia trabalharam com um homem transexual, também chamado de Max, e descobriram através de testes que quando a testosterona passou a ser predominante, ele melhorou suas habilidades espaciais mas piorou na fluência verbal.

Seus estudos comprovaram outros que já vinham sendo realizados na Europa, oferecendo dicas importantes sobre nossas diferenças inatas. A transformação de Valerio também aponta que somos iguais - na nossa capacidade criativa, curiosidade intelectual e humanidade. Apesar de todas as diferenças, diz ele, "Eu ainda sou basicamente a mesma pessoa."

A coluna Carnal Knowlege, de Faye Flam, é publicada às quartas-feiras no Seattle Times.

Copyright © 2006 The Seattle Times Company

Fonte: http://seattletimes.nwsource.com/html/health/2002967758_carnalknowledge03.html

Tradução: "Homer"

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Centro de Referência e Treinamento DST/Aids SP - tratamento hormonal responde por 45% da demanda no ambulatorio


Ambulatório, que completou seis meses em dezembro, foi responsável pela primeira cirurgia de remoção de silicone pelo SUS em todo o país

Levantamento realizado pelo Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, da Secretaria de Estado da Saúde, mostrou que a demanda mais recorrente no centro é a hormonioterapia, responsável por 45% dos casos. Também são frequentes demandas por cirurgia de redesignação sexual, com 37% dos casos, e remoção de silicone industrial, com 14% dos casos. O ambulatório completou seis meses em dezembro.

Também estão entre os principais interesses do público do ambulatório a realização de testes para HIV e hepatites virais e acompanhamento médico para portadores de HIV. A maior parte das usuárias (os) tem entre 30 e 40 anos e estudou até o ensino médio.

O ambulatório foi responsável pela realização da primeira cirurgia para retirada de silicone realizada pelo SUS em todo o país. "A oferta de cirurgia para a remoção de silicone é uma importante medida para a melhora na qualidade de vida de nossas usuárias. A ocorrência de deformidades decorrentes da aplicação de silicone industrial pode acarretar graves danos físicos e psíquicos", afirma Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual DST/Aids-SP. Até o momento, 73 usuárias foram encaminhadas para avaliação de remoção de silicone no Hospital Estadual de Diadema.

O ambulatório tem capacidade para 300 atendimentos por mês e oferece assistência integral a travestis e transexuais. "O centro tornou-se uma referência para a saúde pública. Elabora protocolos clínicos, desenvolve e avalia tecnologias e modelos assistenciais e promove atividades integrando movimentos sociais. Também é um local de treinamento para profissionais de saúde nessa área de atuação", observa Maria Clara Gianna.

Secretaria de Estado da Saúde
Assessoria de Imprensa
(11) 3066-8702 / 8709


Festival Internacional de Cinema de Palm Springs conta com a presença da atriz - e transexual - premiada Mª. Clara Spinelli


Maria Clara Spinelli não pensou que uma atriz transexual pudesse ganhar um prêmio - mas ela estava enganada.

A atriz brasileira, que transicionou do gênero masculino para o feminino e que interpretra uma mulher transexual no filme Paulista (NDAB: título em português: Quanto dura o amor), apresentado recentemente no Festival Internacional de Cinema de Palm Springs, ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Paulínea, no Brasil, por sua atuação como a personagem Suzana.

Conforme informado pelo Palm Spring Desert Sun, Suzana é uma advogada "careta" que se apaixona por um colega de trabalho, que eventualmente a rejeita porque "seu companheiro não consegue compreender o fato de que ela um dia foi um homem."

O mais interessante sobre esse filme é que uma mulher transexual foi escalada para o papel de uma mulher transexual - algo que raramente é visto, ao menos nos Estados Unidos. Geralmente, nos filmes americanos, personagens transexuais têm sido interpretrados por atores que não são trans.

O filme também apresenta Suazana como a personagem mais conservadora e multifacetada.

"O fato dela ser transexual é apenas uma parte dela. Ela é muito mais do que somente isso," disse Spinelli ao Desert Sun.

A expectativa é que este filme continue a ser apresentado nos festivais pelos Estados Unidos para que outros possam vê-lo.

Os leitores podem deixar comentários abaixo sobre filmes americanos onde transexuais interpretaram personagens transexuais, para que possamos conhecer estes filmes e divulgá-los.

E, temos esperança de que atores transexuais irão, eventualmente, competir de igual para igual com atores não transexuais por papéis disponíveis em cinema.

Fonte: http://www.examiner.com/x-12237-Transgender--Transsexual-Issues-Examiner~y2010m1d14-Palm-Springs-International-Film-Festival-features-awardwinning-transsexual-actress-in-Paulista

Tradução: "Homer"

Cuba realizou dez cirurgias de adequação genital em 2009


Por Redação 21/1/2010

Cuba reconheceu oficialmente que realizou mais de dez cirurgias de readequação genital. A diretora do Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex), Mariela Castro, reconhece o avanço, mas diz que chegaram apenas a "metade das pessoas que foram identificadas como transexuais e que desejam passar pela cirurgia".

A divulgação dos números de pessoas operadas e as declarações de Mariela foram feita durante o V Congresso Cubano de Educação, Orientação e Terapia Sexual, que está sendo realizado esta semana em Havana. Segundo Mariela, as leis estão sendo cumpridas. "Estamos cumprindo com a resolução 126 do Ministério da Saúde Publicam, que estabelece a criação de um centro de atenção para a saúde integral das pessoas transexuais e que é totalmente gratuito".

A primeira cirurgia de adequação genital cubana que se tem noticia data do ano de 1998. Após tal procedimento ter se tornado público uma forte polêmica criou-se em Cuba entre favoráveis e contrários ao procedimento. Uma década depois da primeira cirurgia foram identificados 30 transexuais cubanas, destas 26 solicitaram a operação. E, mesmo contando com a defesa de setores do governo cubano, o tema ainda é controverso entre a população.

O Censex tem lutado desde 2004, junto com a Federação de Mulheres Cubanas, pela reformulação do Código de Família, onde tensionam para que se reconheça a união civil entre pessoas do mesmo sexo e também pela despatologização da transexualidade.

Fonte: http://acapa.virgula.uol.com.br/site/noticia.asp?codigo=10141

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Universidade gaúcha oferece pós-gradução em sexualidade e gênero


20/01/2010 - Por : Hélio Filho

Federal do Rio Grande do Sul vai formar especialistas em educação e sexualidade

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) abriu até o próximo dia 25 as inscrições para a segunda edição de sua pós-graduação “Educação, Sexualidade e Relações de Gênero”, ministrada por seu Grupo de Estudos em Educação e Relações de Gênero (Geerge). A inscrição custa R$ 50 e pode ser feita pelo site do curso ou pelo e-mail geerge@ufrgs.br.

O processo seletivo, onde será feita a análise de documentos e entrevista com os candidatos, vai de 1 a 6 de março. A matrícula vai custar R$ 310 – mesmo preço das 12 mensalidades a serem pagas. As aulas começam em março deste ano e terminam em julho de 2011.

Em sua apresentação, a pós-graduação lato sensu diz que “como resultado de diferentes movimentos que podem ser atribuídos às políticas de identidade, as questões relativas aos gêneros e às sexualidades tornaram-se centrais na cultura contemporânea. Pode-se dizer que o mundo tornou-se mais complexo e que as ‘velhas identidades’ vêm sendo contestadas por uma multiplicação de diferentes (e novos) ‘pertencimentos’".

Grupo de Orientação a Transexuais e Transgêneros.


Já havia postado sobre estes encontros em outubro do ano passado, porém com a proximidade da data, resolvi fazer a divulgação novamente. Participem!

- Objetivos: fornecer orientação sobre diagnóstico, condutas de tratamento médico, hormonal, cirúrgica e psicológica; orientar sobre buscas de tratamento, oferecer apoio terapêutico e encaminhamento de psicoterapia.

A quem se destina: pessoas que tenham dúvidas sobre se pertencem ao gênero masculino ou ao gênero feminino, ou nasceram com um sexo e que sintam que são diferentes; que tenham dúvidas sobre apresentação social masculina ou feminina;

Metodologia: encontros mensais de duas horas, em sábados previamente definidos;

- o grupo será aberto, significando que novos participantes podem entrar ao longo do tempo.

- aulas expositivas serão ministradas;

- debate sobre as condições transexuais e como facilitar os caminhos de compreensão das formas transgenéricas que necessitem abordagens terapêuticas diferentes;

- debate conduzido para obter reconhecimento de formas de identidade sexual;

- dinâmicas de grupo com objetivo de favorecer o auto-conhecimento de limites pessoais na caminhada da adequação psico-social;

Condutores do grupo:

- Psic. Oswaldo Rodrigues Jr. – InPaSex – GEPIPS (CRP06/20610)

- Psic. André Bertoldi – InPaSex - CEPES (CRP 06/93762)

- Est. Pisc. Gisele Marie Reis

Custo para participação: R$25,00 por participante, por mês, a serem pagos à entrada da reunião mensal

- Vagas limitadas

Início do grupo: 23 de janeiro de 2010.

Informações: inpasex@uol.com.br; tel (11)36623139 com Psic. André Bertoldi

Fonte: Grupo Disforia de Gênero do Orkut.

Seminário Internacional Fazendo Gênero 9


Repassando:

"As inscrições para o Seminário Internacional Fazendo Gênero 2010 – Diásporas, Diversidades e Deslocamentos - já estão abertas. Para maiores informações, acessar o site do Evento: Saiba Mais

http://www.fazendogenero9.ufsc.br/#

ENCERRAMENTO DAS INSCRIÇÕES 28/02

35. Gênero e Saúde Coletiva: direitos, tecnologias e dispositivos assistenciais

Coordenadoras: Márcia Arán; Tatiana Lionço

Tendo como referência o debate atual sobre o reconhecimento de novos sujeitos de direitos no Sistema Único de Saúde, particularmente no campo da reprodução e da sexualidade, este Simpósio Temático pretende refletir sobre a vulnerabilidade de gênero nas práticas de saúde. A proposta é agregar diferentes reflexões e experiências sobre esta temática nas áreas de saúde coletiva, ciências humanas e sociais e bioética. O fio condutor das reflexões deve ser o processo regulatório dessas novas tecnologias e práticas, em particular sobre os critérios de inclusão ou exclusão de novos sujeitos de direito e sobre quais as normas reprodutivas e sexuais são consideradas legítimas.

Alguns eixos de reflexão:
1. Descriminalização do aborto, acesso aos serviços e assistência
2. Garantia do aborto legal: as políticas de saúde e o Estado laico
3. As práticas conceptivas e a universalidade do SUS
4. A regulamentação do acesso às modificações corporais do sexo na transexualidade
5. Exclusão social e vulnerabilidade: travestis, auto-medicação e silicone industrial
6. A atenção integral à saúde e a diversidade sexual no SUS
7. Bioética e medicina reprodutiva

8. AIDS, gênero e discriminação

Márcia Arán

Professora Adjunta IMS/UERJ

tel.: 23340235 - ramal: 205"

domingo, 17 de janeiro de 2010

Pensa Nisso do canal Multishow IV

Lucas não quer mais ser visto como transexual.

"Lucas nasceu mulher, mas nunca se sentiu assim. Ele estuda em uma faculdade só para mulheres, faz pesquisa de tratamento hormonal e de cirurgias e não quer mais ser visto como transexual."


Fonte: http://multishow.globo.com/Pensa-Nisso/Videos/_1191438.shtml

Pensa Nisso do canal Multishow III

Transexuais no Irã.

"O homossexualismo é proibido e punido até mesmo com a morte no Irã, mas a cirurgia de troca de sexo é permitida e até incentivada pelo governo."




Fonte: http://multishow.globo.com/Pensa-Nisso/Videos/_1044133.shtml

Pensa Nisso do canal Multishow II

"Mark e Alex sempre foram irmãos muito unidos. Mas após a mudança de sexo de Alex a vida dos dois mudou totalmente."

Gêmeos: meu irmão trocou de sexo.


Fonte: http://multishow.globo.com/Pensa-Nisso/Videos/_1180697.shtml

Pensa Nisso do canal Multishow.

Vou disponibilizar no blog alguns vídeos, já legendados, da série Pensa Nisso exibida no canal de tv a cabo Multishow, que toda semana apresenta um novo programa, sempre tratando de temas polêmicos, controversos, atuais. Entre os temas, está a transexualidade.

Abaixo o vídeo de Danny, conforme o site: "Danny é um jovem rapaz preso em um corpo feminino. Seu maior desejo é fazer uma operação de mudança de sexo, mas, antes, ele conversa com um amigo que já fez a mesma cirurgia."


Danny: Masculino ou feminino?


Fonte: http://multishow.globo.com/Pensa-Nisso/Videos/_1178475.shtml

Agradecimento ao blog da Reicla por me lembrar dessa série de vídeos.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Kassab aprova nome social para travestis e transexuais paulistanos


Travestis e transexuais serão tratadas (os) pelo nome social em órgão da prefeitura de SP

15/01/2010

Por : Marcelo Cia

O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, assinou decreto que permite a utilização do nome social para travestis e transexuais em toda a administração municipal direta e indireta.

A medida não acarreta custos para a administração pública do município, uma vez que o nome social será inserido antes e entre parênteses do nome civil nos registros municipais já existentes relativos aos serviços públicos - fichas de cadastro, formulários, prontuários, e etc.

"A medida é histórica para São Paulo e mais uma vez demonstra seu pioneirismo e preocupação com questões referentes aos direitos humanos dos seus munícipes travestis e transexuais e cumpre mais resolução da Conferência Municipal LGBT" disse Franco Reinaudo, Coordenador geral da Cads.

Fonte: http://mixbrasil.uol.com.br/noticias/kassab-aprova-nome-social-para-travestis-e-transexuais-paulistanos.html