terça-feira, 30 de setembro de 2008

A transexualidade adolescente já não é tabu - Holanda e Espanha recebem pacientes a partir de seis anos


30/09/2008


Isabel Ferrer

Haia (Holanda)

Como você reagiria se o obrigassem a viver como um homem quando se sente uma mulher, ou vice-versa? Há um filme norte-americano de 1999, 'Meninos não Choram', no qual uma garota (interpretada por Hillary Swank) se faz passar por um rapaz. Baseado em fatos reais, acaba de forma trágica quando um dos amigos reclama ter sido enganado por uma transexual. Seu caso é extremo, mas o filme ilustra uma sensação que pode ser experimentada em qualquer idade, como demonstra o fato de que os especialistas recebem pacientes cada vez mais jovens, até de seis anos de idade.

A explicação para a aparente precocidade dos menores que se sentem em um corpo estranho é dúbia. Por um lado, e ainda que o Catálogo de Doenças Mentais da Espanha continue incluindo os transexuais, as confusões sobre sua condição são cada vez menores. O aumento da informação ilustra o outro lado, com um ponto de virada na Holanda, no final do século passado. Um erro induziu a pensar que crianças a partir dos 12 anos eram operadas em Amsterdã, e muitas famílias buscaram ajuda. 'Claro que não havia esse tipo de operação, mas quando comecei há duas décadas, meus pacientes tinham 16 e 17 anos. Hoje há menos tabu e mais informação e eles chegam com 12 ou 13 anos. De toda maneira, a idade é o de menos. Todos asseguram que sabiam desde muito cedo que viviam no corpo errado', diz Peggy Cohen, psicóloga clínica holandesa do Hospital da Universidade Livre de Amsterdã (que tem uma disciplina de Transexualidade e uma de Clínica do Gênero) e especialista em adolescentes transsexuais .

'Damos apoio psicológico às crianças pequenas, de 6 ou 8 anos, e a seus pais, e acompanhamos sua evolução de perto. Nessa idade é preciso descartar diferentes patologias, e comprovar se os gêneros são confundidos ao brincar ou se relacionar. O fato de uma menina jogar bola ou um menino brincar de boneca é bastante conhecido e nada problemático. Quando o desejo de mudar permanece, entre os 14 e 16 anos, podemos optar por administrar hormônios reversíveis. Temos 80 pacientes nessa fase e ninguém se arrependeu'.

Este protocolo clínico consiste em interromper a aparição dos caracteres sexuais secundários para dar-lhes tempo de amadurecer seus sentimentos em relação a viver num corpo estranho. No caso dos meninos, a voz não ficará mais grave, nem nascerá barba. No caso das meninas, não ficarão menstruadas nem desenvolverão seios. 'Os meninos podem ser muito femininos e as meninas mais masculinas, mas de modo geral é uma época ambígua, e a moda, com suas roupas e cabelos parecidos, os ajuda a passar melhor por esse período. Os exames são contínuos, tanto do ponto de vista psicológico quanto físico. Se mudam de opinião, paramos com os hormônios e tudo volta a seu lugar. Se persistem, passamos a um tratamento definitivo, entre os 18 e 19 anos, com testosterona (hormônio masculino) para as meninas. Os meninos tomam estrógenos (hormônio feminino)', continua a médica. A fase final, por volta dos 20 anos, é a cirurgia.

Na Espanha, a endocrinologista Isabel Esteva de Antonio, do Hospital Universitário Carlos Haya, de Málaga, tratou cerca de 770 pessoas desde 1999. Destas, cerca de 60 tinham entre 14 e 18 anos. Havia quatro menores de 14 anos. Cerca de 20% desses adolescentes evoluíram para a transexualidade. 'A masculinização de uma menina é mais bem aceita do que o contrário, mas o ambiente conta muito. Se a família e a escola apóiam, irão adiante. Porque a mudança não é só a operação. É também social e de gênero. Eles têm que viver o outro lado, e ainda que desde 2007 a lei modifique o documento de identidade a partir de um diagnóstico firme e dois anos de tratamento, há problemas de abandono escolar e de trabalho', assegura.

Juana Martínez, psicóloga clínica do mesmo centro, enfatiza a necessidade de 'reforçar outros aspectos da vida do adolescente para que este não seja o eixo central. Não se trata de um transtorno mental e sim de um desejo, mas sua angústia pode chegar a ser paralisante. A mudança de gênero, quando eles persistem, é uma forma de seguir com a vida sem ansiedade'. Até hoje, também não houve arrependimentos em seu hospital.

A operação que lhes dará a aparência que desejam supõe, para os homens, a castração e a atrofia da próstata, além da criação de uma vagina artificial. As mulheres perdem o útero e os ovários e é criado um micro pênis a partir da hipertrofia do clitóris com hormônios masculinos. Outra opção é a faloplastia, na qual retira-se tecido do abdômen, coxa ou braço para criar um pênis que é implantado no púbis. 'Na Holanda, os 80 adolescentes seguem adiante. Ao todo, a clínica tratou 350 pacientes. Temos uma lista de espera e preferimos pacientes holandeses, porque é essencial comunicar-se com eles e prepará-los para uma vida com desafios', diz a médica Cohen.

Seus críticos são outros especialistas que não aprovam receitar hormônios na puberdade e prefeririam um tratamento psíquico. 'Há também grupos cristãos tradicionais que queriam fechar o serviço, que é apoiado pelo Parlamento holandês'. A equipe de Esteva também é reprovada 'por elementos religiosos integralistas que continuam pensando que um transexual é um desviado'. Essa pressão não reduz em absoluto o fluxo de pacientes. Em Málaga, eles chegam de outras comunidades autônomas, incluindo imigrantes legais e muçulmanos, estes últimos com problemas de consciência por causa da rejeição de sua comunidade.

Não é um problema psiquiátrico e por isso o grupo quer sair do Catálogo de Doenças Mentais, onde a condição está registrada hoje.

Holanda, Canadá, Suécia, Itália, Estados Unidos, Bélgica, Reino Unido e Alemanha contam com centros especializados. Na Espanha o pioneiro é o de Málaga. Também há unidades em diversas fases de desenvolvimento em Astúrias, Catalunha, Madri, Valência e Extremadura.

Tradução: Eloise De Vylder

Visite o site do El País

Fonte: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/2008/09/30/ult581u2813.jhtm

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Reportagem Época SP




O link ao final desse texto é para uma reportagem que saiu essa semana na Época São Paulo. Não é sobre ftms diretamente, mas nos afeta de alguma forma também.

A reportagem mostra algumas mtfs, no aguardo para serem chamadas pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, e sobre a situação SUS.

Eu, na minha burrice burocrática, continuo indagando por que o SUS, que a princípio irá se utilizar dos serviços já existentes, simplesmente não destinou verba complementar as que são usadas à título de pesquisa pelas faculdades.

Até onde sei, o SUS nunca pagou, ou fez repasse algum a qualquer intervenção que já tenha sido feita nos serviços, salvo algumas esporádicas por decisão judicial.

Os serviços não são pefeitos e também tem sua cota de absorção, e claro os velhos entraves internos comuns a qualquer situação tabú.

Mas ainda assim, por que não destinar uma verba que possibilitasse a ampliação dos locais já existentes, além de estimular a formação de novos serviços de referência? Os profissionais já inseridos e familiarizados com a situação, poderiam capacitar outros realmente interessados, com vistas a abrir novas frentes de atendimento.

Acho que tal situação poderia, também, promover um intercâmbio com profissionais estrangeiros com mais tempo de prática, afim de gerar uma troca de conhecimentos, e melhorar a qualidade técnica dos profissionais envolvidos.

Perdoem-me quem acha isso a tábua de salvação. Ok eles reconhecem que transexuais existem, através do Processo Transexualizador, mas não confio no SUS.

Não posso confiar em um sistema de saúde onde as pessoas morrem nos hospitais sem atendimento, onde os repasses não são feitos, onde cirurgias de menor porte são trocadas, assim como que por engano.

"Ops, foi mal, trocamos um joelho por um útero e dois ovários!"

E por favor não me venham com "Porque existem coisas mais graves a serem resolvidas." De fato existem coisas mais graves, e coisas menos graves também que deveriam ter a igual atenção e suporte. Não ficar a mercê de uma roleta de quem vai agora, quem vai depois. A questão não é o que é mais importante, mas a deficiência de atendimento desde o mais básico até o mais complexo.

Numa nota pessoal, já perdi duas pessoas queridas por mal atendimento no SUS, e eu mesmo já fui mal atendido, e olha que não teve nada haver com transexualidade, por profissionais do SUS.

Vai ver funcionará tal qual foi-me dito por uma médica: eu não sei de nada que acontece ali, e devo ficar sentadinho, de boca calada, esperando minha vez... ainda que passassem na minha frente.

Nessa aí estou igual São Tomé: Só vendo pra crer.

sábado, 27 de setembro de 2008

Schwarzwald: The Black Party - Transexual masculino * é personagem de documentário



Por Redação

Publicado em 26/9/2008 às 10:26

O ator e produtor pornográfico, Buck Angel, desafia todas as convenções. Transexual, chegou a trabalhar como modelo antes da cirurgia de readequação sexual."Olá, sou Buck Angel, o homem com vagina." Apresenta-se o ator em seu site pornô. Atualmente, Buck faz performances em casas noturnas com previsão de passagem pelo Brasil.

Com cerca de 30 filmes lançados, sua produtora, sediada na cidade de Yucatã, no México, foi criada para tratar de um assunto que o próprio mercado pornográfico desconhecia: o transexual FtM (female to male). No começo de sua carreira como ator pornô, Buck afirma que a indústria queria mostrá-lo como uma atração de circo. "Buck, vamos fazer um filme em que te apresentamos como Buck, o Animal do Circo" ofereceram os empresários de uma produtora. Embora o dinheiro que tivessem oferecido fosse considerável, Buck não aceitou para não perder a dignidade.

A partir de então, começou a produzir os próprios filmes. A principio filmava a si mesmo com uma câmera amadora, depois passou a contratar operadores de câmera e por fim, a criar cenários e elaborar o roteiro. Hoje, produz cerca de dois filmes por ano tendo sido premiado como “Transsexual Performer of the Year 2007”.

Para Buck, se não há química sexual entre ele e os atores, prefere não fazer a cena. “Nunca finjo, tenho mesmo prazer nos filmes em que apareço. Se o meu parceiro não me agrada e se não existe energia sexual entre nós, não o contrato, porque o resultado seria falso”, afirma.

“Nasci mulher e vivi grande parte da minha vida como mulher. Era uma "maria-masculina". Só queria andar de calças, jogar futebol, fazer coisas de menino. Por isso, tive muitos problemas com drogas e álcool na adolescência. Não era feliz. Mas naquela época ninguém falava de transexualidade. Como era mulher e me sentia atraído por mulheres, achavam que era lésbica. Acho que nunca morri porque estava destinado a contar a história da minha vida e a poder ajudar outras pessoas com o mesmo problema.”O ator descobriu a possibilidade de mudança de sexo através de um documentário que assistia com um amigo. “Estava no cinema com um amigo e de repente uma mulher transforma-se em homem. Pensei: Como é que nunca ninguém me disse que isto era possível?".

Após dois anos de tratamento hormonal, Buck fez a cirurgia para remover os seios, mas nunca pensou em fazer a cirurgia para mudança de sexo. “Não preciso de ter um pênis para ser um homem. O que importa é a forma como me sinto em relação a mim, não a forma como os outros acham que devo parecer ou devo me sentir. Se tivesse feito a operação, não a estaria a fazer por mim. Seria só para mostrar aos outros. Todos os homens que sentem desconforto com a minha imagem estão apenas a pensar naquilo que tenho entre as pernas, em mais nada."Buck Angel é o personagem principal do curta-metragem Schwarzwald: The Black Party, de Richard Kimmel, que passa hoje, às 23h45, no Cinema São Jorge, no Queer Lisboa, festival de cinema gay e lésbico.

Veja o trailler do filme aqui: http://www.youtube.com/watch?v=K4h4JYAvpuM



* Nota: Na verdade Buck é um transexual feminino, alguém que transiciona do gênero feminino para o masculino. Ou seja, um homem transexual.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Yvonne Buschbaum Salta a Barreira do Gênero


30 Novembro, 2007

Nasceu Yvonne, e foi uma das melhores saltadoras de vara internacionais – com um salto recorde de 4.70 metros, está no 10º lugar do top absoluto. Buschbaum e Annika Ecke foram as únicas atletas alemãs que conseguiram desafiar a hegemonia das russas, campeãs internacionais na modalidade. Agora, aos 27 anos, e depois de uma vida a sentir-se no papel e corpo errados, anunciou que vai começar a transição para o masculino.

As lesões frequentes no tendão de Aquiles foram a outra razão apresentada para a retirada da competição, mas o ex-atleta acabou por admitir que o sofrimento que a permanência num papel feminino lhe trouxe, foi a principal razão para por um ponto final à carreira desportiva. Durante os anos como saltador com vara, foi acumulando uma coleção de medalhas invejável: em 1998 e 2002, nos Campeonatos da Europa (bronze), em 2000, um sexto lugar nos Jogos Olímpicos de Sidney; em 2001, outro sexto lugar nos Mundiais de pista coberta em Lisboa; e em 2003, novamente um sexto lugar nos Mundiais de Paris.

No site oficial, o ex-atleta, que ainda não escolheu o novo nome, disse que 'há anos que me sinto num corpo alheio. Sou um Homem que vive num corpo de Mulher', e culpou a lesão nos tendões no seu conflito de identidade e corpo: 'É uma lesão física, mas reflexo de algo que não funciona bem no interior'. Anunciou também que ia começar a terapia hormonal em breve, o que impediria também a sua permanência 'legal' na competição (a testosterona tem um efeito muito tangível na massa muscular e resistência), e afirmou que estava consciente que a Transsexualidade ainda é um 'assunto tabu, mas quero ajudar a mudar isso'. Tim Lobinger, um colega de competição, comentou bem-disposto, numa entrevista para o jornal alemão Bild, que “é preciso ter-se 'tomates' para tomar esta decisão, e desejo-lhe a melhor sorte para o seu futuro”.

sábado, 20 de setembro de 2008

Deputada suíça revela que vai mudar de sexo


Por: Redação 15/09/2008 15:38

Alecs Recher, deputada de Zurique, de 32 anos, resolveu anunciar publicamente que fará a cirurgia de mudança de sexo. Recher, que começou o processo de terapia hormonal, tomou a decisão antes que as “transformações em seu corpo fossem alvo de perguntas incômodas”.

Recher, que é biologicamente mulher, afirmou também que deseja que seus companheiros passem a tratá-lo como homem.

Para mudar oficialmente de sexo, as leis suíças exigem a realização da cirurgia, além de um acompanhamento prévio psiquiátrico de dois anos. Exige-se também que o transexual seja estéril “para evitar situações polêmicas como a da gravidez de um transexual nos Estados Unidos”, em uma referência à Thomas Beatie, que deu luz a uma menina.

Alecs Recher foi eleito pelo partido alternativo e quer representar as pessoas que não podem defender-se, em uma alusão aos transexuais. Ele diz que é a pessoa ideal já que teve ambos os sexos.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Dicas Para Ajudar Você a Retificar Sua Documentação II



- FORÇAS ARMADAS (para FTMs)

Agora que você é um cidadão brasileiro do sexo masculino, precisa colocar em dia sua situação junto às Forças Armadas. Vá a Junta de Alistamento Militar mais perto da sua residência e explique a sua situação. Leve 2 fotos 3 x 4 de fundo branco, com camisa de gola (não pode ser digital), o ofício do juiz, a identidade retificada, sua certidão de nascimento retificada, o mandado de averbação da certidão de nascimento e comprovante de residência.

Mas vale um adendo:

Caso você tenha até 29, deverá ir à Junta se alistar para o serviço militar e, portanto, terá de ir ao quartel se apresentar e passar pelo procedimento padrão de qualquer um que se aliste. É interessante que você vá antes, acompanhado do seu advogado, procure o setor administrativo do quartel e fale com o oficial responsável para evitar situações constrangedoras na hora de um exame médico, por exemplo.

Se você já tiver 30 anos e acima basta ir a Junta com a mesma documentação e requerer o seu CDI, ou seja, Certificado de Dispensa de Incorporação. Esperar o tempo necessário e pegar o documento.

Há uma pequena multa a ser paga em ambos os casos.

- TRE

Vá ao seu cartório eleitoral levando a sua certidão de nascimento, o mandado de averbação da certidão de nascimento, o título antigo, o ofício do juiz para o TRE, RG, CPF e o certificado de reservista (se for FTM).

Explique sua situação, peça a retificação e aguarde para retirar seu título retificado.


- DIPLOMA DE PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO GRAU

De posse do RG, CPF, do ofício do juiz para sua faculdade ou escola, do seu diploma, certificado ou histórico original, da sua certidão de nascimento, do mandado de averbação da sua certidão de nascimento, vá a instituição de ensino onde você concluiu seus últimos estudos e peça a retificação. Se você já esta na Faculdade, o ideal é pedir direto na Faculdade.

Assim funciona também com graus anteriores.

Se você tem até o segundo grau, peça a retificação no segundo grau.

Se você tem até o primeiro, ai sim peça do primeiro grau.

Vale lembrar que não deve constar nenhum adendo, ou apostilamento, no seu novo certificado, diploma ou histórico sobre qualquer alteração. O que pode ocorrer é a instituição ficar com o original anterior para comprovação de que houve uma alteração, e que ficará arquivado com eles.

Não esqueça de perguntar se a instituição irá também informar ao MEC ou a Secretaria de Educação do seu Estado sobre tal alteração. Todo certificado, ou diploma, ao passar por alterações, ou no caso de ser emitido um novo, tem um número de registro ante ao MEC. Vale saber para evitar constrangimentos posteriores, na hora de ter seu diploma checado, por exemplo, no ingresso a uma Faculdade. A divergência entre institutição e MEC poderia, infelizmente, levantar a hipótese de fraude.

Na dúvida pergunte, e peque sempre pelo excesso de informações, nunca pela falta delas. Mas, se de qualquer maneira, ocorrer alguma menção ao estado anterior, entre em contato com seu advogado para que ele tome as providências necessárias.

Continua...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Obrigado

Esse post só para agradecer os comentários do post anterior, "dicas para ajudar você a retificar sua documentação".

Quando é possível ser de alguma ajuda, seja de que forma for, não há nada mais satisfatório.

Vale lembrar que as dicas continuarão. Estou apenas na dependência dos próximos capítulos da minha via crúcis particular, mas assim que tiver uma atualização será postado aqui.

Grande abraço a todos que passam por aqui e fiquem com Deus.

sábado, 6 de setembro de 2008

Dicas Para Ajudar Você a Retificar Sua Documentação


Você está feliz, vai poder retificar seus documentos e sair do ostracismo social. Mas espere, ainda existe um caminho buRRocratico longo e cansativo. Então vão aqui algumas dicas pra você ficar menos estressado com isso tudo.

Vale a pena deixar claro que eu não sou advogado, apenas mais um tentando retificar o que é meu de direito.

- NA INICIAL

Inicial é o nome que se dá à primeira petição que seu advogado vai apresentar para dar entrada no seu processo. É nela que ele deverá fazer todos os pedidos ao juiz, além de fundamentar juridicamente e contar sua história.

Você tem direito e deve pedir que seu processo seja segredo de justiça, assim ninguém além de você, advogado, juiz, promotor e cartório vai ter acesso ao processo e sua privacidade estará resguardada.

Acaso você seja isento ante a Receita Federal, você pode pedir Justiça Gratuita. Isso significa que todas as custas processuais serão pagas pelo Estado, e não por você. Basta que você assine uma Declaração de Pobreza, e que, no caso de advogado particular, ele diga que está fazendo pro bono, ou seja, sem cobrar.

É importante deixar claro na inicial que na sua certidão de nascimento nova NÃO DEVE CONSTAR QUALQUER MENÇÃO A SEU ESTADO ANTERIOR, APENAS ALTERAÇÃO POR DECISÃO JUDICIAL. As alterações efetuadas devem constar apenas no livro de registro que fica no cartório de registro de pessoas naturais e NÃO NA SUA CERTIDÃO.

Fale com o advogado para que ele peça na inicial, que seja emitido pelo juiz ao final do processo, mandados para todos os órgãos competentes. Por que? Porque mandado de juiz é para ser obedecido, e sem esses mandados sua caminhada vai ser um eterno ir e vir entre Fórum e os órgãos responsáveis.

ANTES DE VOCÊ COMEÇAR SUA CAMINHADA, CONVERSE COM SEU ADVOGADO. O IDEAL É ELE ACOMPANHAR A ESSAS RETIFICAÇÕES TODAS. NÃO É VITAL, MAS EVITA CONFUSÕES E ABORRECIMENTOS MAIORES.

LEVE, ALÉM DOS OFÍCIOS, SEUS DOCUMENTOS ANTERIORES, AFINAL VOCÊ PRECISA MOSTRAR QUE VOCÊ É VOCÊ.

-NO CARTÓRIO

O primeiro mandado a ser expedido e é o Mandado de Averbação da sua certidão. Basta levar ao cartório onde você foi registrado, entregar e aguardar o tempo de ir pegá-la. Ao pegar LEIA ATENTAMENTE. Qualquer dúvida entre em contato com seu advogado, pergunte, questione, não tenha vergonha.

- RG

Com a certidão averbada você já pode pedir a segunda via da sua carteira de identidade. Dirija-se ao local onde você pode fazer tal solicitação e leve o mandado de averbação, a certidão de nascimento (de preferência cópias autenticadas e a sua original, porém no caso de ser pedido, NUNCA DEIXE A ORIGINAL, por isso a necessidade de cópia autenticada) e o ofício do juiz para o órgão responsável pela expedição do RG. Por ex.: No caso do estado do Rio - Detran.

Ainda que o funcionário do posto diga que não precisa do mandado, peça para ser anexado, porque senão pode provocar divergência e sua espera será muito maior.

- CPF

A segunda via do CPF pode ser retificada no Banco do Brasil, Correios e Lotéricas, além claro, da Receita Federal.

Não esqueça, leve a sua certidão, o mandado de averbação da certidão, o protocolo do seu rg, e o ofício do juiz para a Receita Federal.

De três pessoas que foram ao Banco do Brasil, duas tiveram indisposições porque o gerente se recusou a fazer a alteração dando desculpas. Então o melhor é ir direto ao posto da Receita Federal e falar com o fiscal. As mesmas duas pessoas tiveram seus CPFs alterados na hora no sistema, sem constrangimentos ou problemas.

Após, você deve esperar ao menos 48 horas para o sistema ser atualizado, e se dirigir ao Banco do Brasil, Correios ou Lotérica e fazer o pedido da sua segunda via. Ela será enviada para sua casa.

- SERASA

Quando você for abrir conta em banco, acaso já não tenha, fazer um crediário, comprar com cheque ou solicitar cartão de crédito, a empresa irá procurar junto ao Serasa se o seu nome está “sujo” na praça.

O sistema do Serasa funciona baseado no da Receita Federal, porém ele não se atualiza automaticamente.

Assim que você tiver seu CPF em mãos, e no site da Receita já constar à alteração, ligue para o Serasa e peça que seja retificado, simplesmente porque houve uma retificação de nome por ordem judicial; não precisa dizer o porquê, e que você gostaria de corrigi-la ante o Serasa.

Até o presente momento esse foi o procedimento padrão e não gerou maiores problemas para quem o fez.

Agora você deve esperar retirar seu novo RG, porque todos os próximos documentos precisam do RG, e alguns do CPF também.

- SPC

Ligue para o SPC e fale que você fez uma retificação de nome por ordem judicial. Após confirmar alguns dados, a atendente irá alterar na hora no sistema, mas irá pedir que vc envie cópia do RG retificado para eles. Leva de três a cinco dias úteis para que conste no sistema a alteração.

Vale lembrar que: antes de procurar emprego faça a alteração no SPC, porque, apesar de ser Serviço de Proteção ao Crédito, muitas empresas estão checando se o possível novo funcionário não tem o nome sujo.

Continua....

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Variação genética 'pode explicar' transexualismo em mulheres


31/07/2008 - BBC Brasil


Um estudo conduzido por pesquisadores austríacos sugere que o transexualismo em mulheres pode ser explicado por uma variação genética.

De acordo com a equipe de cientistas, da Universidade de Viena, uma variação em um gene da enzima Citocromo P17, que participa do metabolismo dos hormônios sexuais, pode fazer com que certas mulheres sintam pertencer ao sexo oposto.

Segundo os cientistas, a presença da modificação genética acarreta na concentração, acima do normal, de hormônios sexuais masculinos e femininos nos tecidos. Tal condição pode afetar o desenvolvimento do cérebro.

Os especialistas analisaram amostras de DNA de 49 mulheres transexuais, 102 homens transexuais e de 1669 pessoas que não apresentavam a condição.

Eles observaram que a variante era mais comum entre homens do que em mulheres transexuais, mas verificaram que ela afetava mais as mulheres do que os homens.

Enquanto a proporção de homens transexuais e não-transexuais que carregavam o gene variante foi a mesma, no caso das mulheres, houve uma diferença: 44% das transexuais carregavam a modificação genética e 31% das não-transexuais não manifestaram a variação.

Aspectos culturais

Na avaliação da pesquisadora-chefe, Clemens Tempfer, apesar de o estudo ter mostrado que muitas mulheres com o gene variante não são transexuais e que muitas transexuais não necessariamente carregam a mudança genética, os resultados sugerem que “mulheres, em geral, são mais afetadas pela ação da mudança genética e têm mais tendência a se sentir parte do sexo oposto”.

A pesquisadora salientou, no entanto, que aspectos culturais e do meio em que a pessoa vive também devem ser considerados.

O estudo, publicado originalmente na publicação especializada Fertility and Sterility, foi reproduzido pela revista científica New Scientist.


México: Transexuais poderão alterar nome em documento


MixBrasil - Por Redação - 02/09/08


A Assembléia Legislativa da Cidade do México aprovou na última sexta-feira, 29 de agosto, uma reforma no Código Civil que inclui, dentre outras mudanças, a permissão para que transexuais possam alterar seus nomes em seus documentos oficiais.Um dos discursos mais marcantes durante a votação foi o do deputado do Partido da Revolução Democrática, que tem a maioria na Assembléia, Carlos Diaz. Para ele, é a "primeira vez na história desse país que se reconhece este setor da população injustamente discriminado".O parlamentar considerou ainda que é lamentável que outras questões LGBTs, como a cirurgia de readequação sexual e tratamentos hormonais financiados pelo sistema de saúde do governo ainda não tenham sido atendidas.