segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Reportagem Época SP




O link ao final desse texto é para uma reportagem que saiu essa semana na Época São Paulo. Não é sobre ftms diretamente, mas nos afeta de alguma forma também.

A reportagem mostra algumas mtfs, no aguardo para serem chamadas pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, e sobre a situação SUS.

Eu, na minha burrice burocrática, continuo indagando por que o SUS, que a princípio irá se utilizar dos serviços já existentes, simplesmente não destinou verba complementar as que são usadas à título de pesquisa pelas faculdades.

Até onde sei, o SUS nunca pagou, ou fez repasse algum a qualquer intervenção que já tenha sido feita nos serviços, salvo algumas esporádicas por decisão judicial.

Os serviços não são pefeitos e também tem sua cota de absorção, e claro os velhos entraves internos comuns a qualquer situação tabú.

Mas ainda assim, por que não destinar uma verba que possibilitasse a ampliação dos locais já existentes, além de estimular a formação de novos serviços de referência? Os profissionais já inseridos e familiarizados com a situação, poderiam capacitar outros realmente interessados, com vistas a abrir novas frentes de atendimento.

Acho que tal situação poderia, também, promover um intercâmbio com profissionais estrangeiros com mais tempo de prática, afim de gerar uma troca de conhecimentos, e melhorar a qualidade técnica dos profissionais envolvidos.

Perdoem-me quem acha isso a tábua de salvação. Ok eles reconhecem que transexuais existem, através do Processo Transexualizador, mas não confio no SUS.

Não posso confiar em um sistema de saúde onde as pessoas morrem nos hospitais sem atendimento, onde os repasses não são feitos, onde cirurgias de menor porte são trocadas, assim como que por engano.

"Ops, foi mal, trocamos um joelho por um útero e dois ovários!"

E por favor não me venham com "Porque existem coisas mais graves a serem resolvidas." De fato existem coisas mais graves, e coisas menos graves também que deveriam ter a igual atenção e suporte. Não ficar a mercê de uma roleta de quem vai agora, quem vai depois. A questão não é o que é mais importante, mas a deficiência de atendimento desde o mais básico até o mais complexo.

Numa nota pessoal, já perdi duas pessoas queridas por mal atendimento no SUS, e eu mesmo já fui mal atendido, e olha que não teve nada haver com transexualidade, por profissionais do SUS.

Vai ver funcionará tal qual foi-me dito por uma médica: eu não sei de nada que acontece ali, e devo ficar sentadinho, de boca calada, esperando minha vez... ainda que passassem na minha frente.

Nessa aí estou igual São Tomé: Só vendo pra crer.

3 comentários:

  1. concordo e assino embaixo com tdo que vc disse!
    Nunca confiaria fazer a cirurgia pelo SUS, salvo casos diferentes como o do HC q ja atende a tempos.
    Outra coisa absurda é existir o apoio do SUS e nenhuma lei q nos de suporte e apoio na retificaçao dos documentos. De que adianta?
    Bjs e parabens pelo texto

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  2. Concordo em GÊNERO, NÚMERO e GRAU!

    Mais gênero do que qualquer outra coisa...hehehe.
    Mas brincadeira a parte, você está corretíssimo em suas afirmações.
    O SUS não é confiável. Mais vale destinar recursos a locais e profissionais já especializados do que submeter transexuais a cirurgias mal-realizadas.
    E a questão da documentação também é perfeita.
    Sobre a reportagem, gostei da abordagem que o repórter faz no início, diferenciando MUITO BEM uma Transexual de uma Travesti. Se todos entendessem desta forma iria ser muito positivo para as MTFs que sofrem muito preconceito com esta aproximação.

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  3. Obrigada pela visita no blog, e com relaçao ao q vc comentou, sim, vou ser sincera, tb prezo pela sinceridade.

    Queria te convidar pra visitar de novo, postei um video legendado de um documentario americano excelente, espero q goste.

    http://ainserida.blogspot.com/2008/09/documentrio-meu-eu-secreto-parte-1.html#links
    Bjs

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