quinta-feira, 29 de maio de 2008

Como meninos se tornam meninos ( e às vezes meninas)


Nova pesquisa explica como três proteínas conspiram para determinar o sexo de um embrião.

By Nikhil Swaminathan

Em uma pesquisa que pode dar aos médicos a chance de reajustar o sexo em casos de gênero inespecífico, cientistas reportaram esta semana que descobriram porque algumas crianças que possuem genes que fariam delas meninos, nascem meninas.

O estudo publicado na revista Nature, explica porque alguns embriões com cromossomos x e y - que deveriam nascer do sexo masculino - desenvolvem ovários e eventualmente se tornam meninas.

A chave é se um gene chamado Sox9, envolvido na formação dos testículos, é ativo. “ Existe um grande número de casos em que esse processo dá errado”, diz Robin Lovell - Badge, biólogo no MRC National Institute for Medical Research em Londres, que estima que esse fenômeno poderia afetar 1 em cada 20.000 machos genéticos. “Talvez seja possível se tratar reversões sexuais ou casos de intersexualidade depois do nascimento, manipulando se o Sox9 está ativo ou não. Isso é apenas especulação, mas é possível.”

Se o Sox9 está de alguma forma ativo em uma mulher genética - um embrião com dois cromossomos x - pode causar o aparecimento de gônadas masculinas. Se estiver inativo em machos, as células que ele controla se tornarão em folículos, que irão amadurecer em ovários.

Para entender esse processo, Lovell-Badge e seus colegas manipularam o gene Sox9 in ratos geneticamente modificados. Eles descobriram que o que muda o Sox9 é o resultado de dois outros genes. Quando um desses genes - um deles pode ser encontrado no cromossomo y, somente carregado por machos - é defeituoso, o Sox9 permanece inativo e o embrião desenvolve ovários.

Richard R. Behringer, geneticista da Universidade do Texas, médico do Anderson Cancer Center em Houston, chamou o estudo de “um passo importante”. Behringer, que não estava envolvido na pesquisa, diz que cientistas agora devem determinar como a atividade do Sox9 leva a criação de testículos.

Lovell-Badge e seus colegas acreditam que os achados em ratos possam também ser aplicados em humanos , particularmente para se diagnosticar embriões “masculinos” que tem maior probabilidade de se desenvolverem em meninas. Ele diz que isso é importante porque esses indivíduos teriam maiores probabilidades de desenvolverem tumores ovarianos.

Ele ainda espera que com mais pesquisas os cientistas achem um meio de reajustar o gênero mais tarde na vida, “talvez para os casos de reversão sexual ou até para pessoas que desejam passar por mudanças de sexo”, no entanto ele reconheceu que a questão “está ficando muito controversa”.

Fonte: http://www.sciam.com/article.cfm?id=how-boys-become-boys-and&sc=rss

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