quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Permita-se ter prazer. Deseje.


Ok, seu corpo te traiu. Você olha e não se encontra. O eco de si mesmo no espelho, é mudo. Você não se toca, e nem permite ser tocado.

Porquê?

Por mais que seu corpo não seja o desejado, ele merece todo o cuidado necessário, afinal é dele que sairá o molde para toda essa caminhada. A matéria prima está dentro de você, tudo o que se sente, mas não se vê, ao menos por hora.

Não estou dizendo que você precisa usar o que não quer, fazer algo que se sinta mal, de forma alguma; mas aprenda a trabalhar com o que se apresenta no momento, sem perder as possibilidades que a vida apresenta ao redor.

Que tal fazer desse traidor, um companheiro de jornada?

“Mas eu não gosto de me olhar, é absurdo, quero tudo isso fora!”

Certo, você quer adequar sua figura, mas até para tal é preciso aceitá-la antes. Isso não quer dizer que você se conforme, que fique o tempo todo satisfeito, se isso é possível para alguém. Apenas significa que é possível sim se permitir ter prazer, que a vida fica muito mais pesada sem um exercício saudável do desejo.

“Se eu usar meu corpo isso invalida quem eu sou! Não preciso mudar nada se tenho prazer dessa forma.”

Sim, precisa mudar. Não resuma tudo que você é, e pode ser, em aspectos corpóreos.

O seu corpo e sua “mente” andam em direções diferentes. Usá-lo de forma saudável, não invalida a sua masculinidade.

Você já passa por uma jornada longa, delicada, que tal experimentar ter algum tipo de prazer? Você pode e tem direito a ele.

Não estou dizendo que é fácil nem supondo que aconteça do dia para noite, nem fazendo apologia da promiscuidade. Mas deixando no ar o benefício da dúvida, do convite a uma expressão sadia e possível do desejo.

Claro, tudo vai depender dos limites de cada indivíduo, e para aqueles que estão em relacionamentos, da disponibilidade da companheira (o). Uma parceira (o) pode ser de grande ajuda nesse momento, demonstrando que o outro é querido, amado, desejado, independente de forma, mas pela sua identidade interna.

Porém, é inegável que tudo começa em cada um.

Não estou dizendo que você deva se permitir ser penetrado, por exemplo, ou tocado nos seios se não quer, mas apresentando a possibilidade de trabalhar com as limitações que se apresentem, e que, ter prazer, expressar o desejo, não se resume a genitais; pode ou não incluí-los. Resumir tudo a aspectos genitais seria, como bem sabemos, limitante demais.

Tente, invente, compartilhe. Transcenda as barreiras de si mesmo, fuja dos estereótipos do ser masculino ou ser feminino, e encontre refúgio no grande indivíduo, único, que você é. Aprenda a ultrapassar tudo isso, na busca de construir, e ser, tudo aquilo que você merece: alguém pleno e integrado a si mesmo.

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