Minha história FtM
Nasci no Rio de Janeiro, num bairro pobre. Desde cedo me identificava como menino e não entendia porque me colocavam roupas de menina, nem porque minha mãe cismava de pentear meus cabelos como menina. Eu retrucava, chorava, gritava que era menino, que ela me largasse, pois eu não era mulherzinha pra ficar fazendo aqueles penteados, mas só conseguia receber pancadas e mais pancadas.
Nasci no Rio de Janeiro, num bairro pobre. Desde cedo me identificava como menino e não entendia porque me colocavam roupas de menina, nem porque minha mãe cismava de pentear meus cabelos como menina. Eu retrucava, chorava, gritava que era menino, que ela me largasse, pois eu não era mulherzinha pra ficar fazendo aqueles penteados, mas só conseguia receber pancadas e mais pancadas.
Lembro-me das brincadeiras com meninas... eu detestava. Era exímio em brincadeiras masculinas, e não apenas me sentia um menino, mas sabia ser um. Gostava de correr descalço e apenas vestindo um short, sentindo o vento em meus cabelos, e me sentia livre e feliz... até chegar em casa e minha mãe e avó me tratarem como menina... eu não entendia nada e as questionava por que faziam aquilo se eu era menino ?
Apesar da opressão judaico-cristã (quando eu tinha nove anos de idade, minha mãe se converteu à Igreja Evangélica) tudo corria na medida do possível, até vir a primeira menstruação. Tive uma hemorragia tão séria que eu não parava de sangrar e fiquei três dias internado por conta disto.
Sem entender nada, pensei que estava doente e agüentei o período hospitalar, até voltar pra casa. Minha mãe me disse que eu agora era uma mocinha, e que já deveria pensar como adulta.
Foi ridículo eu ficar olhando-a criar pensamentos de como eu iria me vestir, me calçar... um monte de planos sobre a minha própria vida !
Conforme a tradição judaica, quando fiz meus quatorze anos houve festa em minha casa. Ganhei jóias e relógios de meus pais e da avó materna (que eu adorava). Esta mesma avó, vendo meu desapontamento diante dos presentes, me perguntou o que eu queria se parecia triste. Minha resposta foi : “Vó eu quero um tênis da Topper, de cano longo, da cor bege, pra jogar basquete !”
Ela ficou meio perplexa, mas me deu o tênis. Ao recebe-lo fiquei radiante !
A dor maior durante minha infância, adolescência e juventude foi saber ser algo, olhar pra o espelho e ver outra coisa. Eu não conseguia entender o que tinha acontecido! Eu era um menino, um rapaz com peitos e sem pênis ! Eu era uma anormalidade ! Era uma criança e jovem tão desesperado com isto que direcionei meus esforços para o estudo, o Karatê (que eu fazia desde os 12 anos de idade) e as estórias que eu escrevia. Tudo para não enlouquecer. Tinha crises de depressões sérias, de ficar enfurnado num quarto escuro sem vontade pra nada... apenas pensando, pensando, pensando...
O tempo passou e vieram as namoradas. A primeira séria foi enquanto eu fazia Faculdade de Medicina. Por causa dela minha família me tirou da faculdade. Eu já estava no segundo ano de Medicina. Nunca mais consegui voltar e depois de dois anos sem saber o que fazer da vida resolvi estudar Informática. Hoje em dia sou Analista de Sistemas. Minhas mulheres não entendiam o que eu era, ficavam confusas... Eu detestava que tocassem meu corpo e nunca permiti que me penetrassem. Todas, sabiam que eu era diferente, diziam que eu era estranho... não era lésbica...e eu lhes dizia que era homem que tinha nascido no corpo errado. E como eu tinha ódio deste corpo !
O tempo passou e vieram as namoradas. A primeira séria foi enquanto eu fazia Faculdade de Medicina. Por causa dela minha família me tirou da faculdade. Eu já estava no segundo ano de Medicina. Nunca mais consegui voltar e depois de dois anos sem saber o que fazer da vida resolvi estudar Informática. Hoje em dia sou Analista de Sistemas. Minhas mulheres não entendiam o que eu era, ficavam confusas... Eu detestava que tocassem meu corpo e nunca permiti que me penetrassem. Todas, sabiam que eu era diferente, diziam que eu era estranho... não era lésbica...e eu lhes dizia que era homem que tinha nascido no corpo errado. E como eu tinha ódio deste corpo !
Há pouco mais de um ano decidi fazer Faculdade de Psicologia, a fim de trabalhar futuramente com Inteligência Artificial. Durante uma conversa com uma professora e uma amiga lésbica, esta minha amiga falou que gostava de mulheres, etc. Eu disse que também gostava e que eu era sabia ser homem. Foi o bastante para ela que ficar interessada pelo que eu houvera falado e me perguntar se sabia o que eu era. Disse-lhe que tinha nascido no corpo errado. Ela me perguntou se eu sabia o que era Transexualismo. Disse que não, pois não sabia mesmo. Diante do conselho dela de que procurasse saber o que era aquilo, resolvi pesquisar principalmente pela Internet.
Encontrei alguns sites que falavam do assunto e ao ler vi minha vida neles. Desesperado, como se tateando no escuro, acabei descobrindo que sou transexual FtM e que posso vir a ser normal através da cirurgia de redesignação sexual. Chorei muito, me desesperei com o Criador, questionando o próprio D’us.! Por que eu houvera nascido assim, por que tinha vivido tantos anos de dor, sofrimentos, desespero e agonia ? O que eu havia feito para merecer tamanho castigo ? Hoje em dia levo tudo como um grande aprendizado e pretendo ajudar outros que passam pelo mesmo embate psicológico e toda a agonia que senti durante toda a vida.
Sei que vou sofrer dor, vou ser cortado em cirurgias, vou ter que tomar testosterona pro resto da vida e ainda por cima vou ter que me expor para mudar de novo. Mas não posso mudar isto. Vem de dentro para fora, não é um desejo psicológico, mas algo que me impulsiona do fundo do meu coração. É o próprio ser. Quero apenas ser eu mesmo, Albano, poder me olhar no espelho, olhar para o meu corpo sem ver seios nele, ver meu pênis. Quero poder ter os pelos do meu corpo, o cavanhaque que tanto sonho.... quero ser chamado de Albano e por gênero masculino.
Quero ter apenas o direito de ser EU MESMO e fazer as pazes com o meu ser físico que deixei de lado desde que nasci..
Texto escrito por Albano
Fonte: http://www.fervo.com.br/trans/view.php?ban=banner1&titulo=FTM&assunto=ftm&materia=017
Texto escrito por Albano
Fonte: http://www.fervo.com.br/trans/view.php?ban=banner1&titulo=FTM&assunto=ftm&materia=017
Obs: Caso as pessoas que escreveram esses textos queiram que os mesmos sejam retirados do blog, é só entrar em contato comigo por email.
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