domingo, 13 de junho de 2010

Ambulatório para travestis e transexuais do CRT DST/AIDS-SP ganha Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade

O Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, por meio do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP inaugurou há um ano o ambulatório para travestis e transexuais, com objetivo de atender as principais demandas desta população (hormonioterapia, encaminhamento para cirurgia de redesignação sexual e retirada de silicone industrial, clínica geral). A iniciativa foi premiada na 10ª edição do “Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade” na categoria “Saúde”, no último dia 4 de junho, no SESC Pompéia, São Paulo. A prêmio é uma realização da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT), como forma de homenagear instituições, ações culturais e protagonistas de propostas e fatos significativos para a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros) reconhecendo a atuação dos escolhidos na promoção dos Direitos Humanos. O primeiro ambulatório dedicado exclusivamente a travestis e transexuais do país, inaugurado em junho do ano passado, no Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP, Secretaria de Estado da Saúde, já contabiliza mais de 4000 atendimentos.

Esta iniciativa foi, sem dúvida, um passo fundamental para a promoção da eqüidade para a população LGBT. Sabe-se que a orientação sexual e a identidade de gênero são fatores reconhecidos pelo Ministério da Saúde como determinantes e condicionantes da situação de saúde, não apenas por implicarem práticas sexuais e sociais específicas, mas também por expor a população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) a agravos decorrentes do estigma, dos processos discriminatórios e de exclusão que violam seus direitos humanos, dentre os quais os direitos à saúde, à dignidade, à não discriminação, à autonomia e ao livre desenvolvimento da personalidade.

Há um ano, o serviço ofereces: acolhimento, aconselhamento (adoção de medidas de auto-cuidado, redução de danos em relação à hormonioterapia, avaliação do uso de silicone), avaliação proctológica, urológica, ginecológica, em endocrinologia , de clínica geral, avaliação em saúde mental, psicoterapia individual e em grupo, atendimento em serviço social, sempre que necessário, além de realizar os contatos e encaminhamentos externos (redesignação sexual). Até o momento, entre as demandas que motivaram a procura pelo serviço, certamente o acesso à cirurgia de redesignação sexual se mostrou a mais prevalente, seguidas por indicação de hormonioterapia e a retirada de silicone industrial.Já demos alguns passos importantes, como a elaboração e publicação de um protocolo clínico para travestis e transexuais, em parceria com o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, cuja finalidade é a prescrição de hormonioterapia para adequação de caracteres físicos. “Temos ainda grandes desafios, entre eles contribuir nas reflexões sobre a questão da despatologização da Travestilidade e Transexualidade trazidas pelos profissionais acadêmicos e movimento social. Essa iniciativa tem por objetivo adequar as ações de promoção de saúde, colaborar na criação de uma rede de atenção à saúde integral deste segmento da população, com o objetivo de descentralizar e facilitar o acesso aos serviços de saúde”, declara Maria Clara Gianna. Além disso, é necessário integrar e capacitar profissionais da saúde em abordagem multidisciplinar, desenvolver pesquisas na área da sexualidade com objetivo de criar e multiplicar novas tecnologias de saúde, desenvolver e apoiar projetos no âmbito da intersetorialidade, contribuindo para o estabelecimento de políticas públicas que ampliem o acesso a educação, saúde, justiça e cidadania .

Fonte: http://www.crt.saude.sp.gov.br/content/wothuthuso.mmp

Nenhum comentário:

Postar um comentário