Alterações de comportamento sob uso de testosterona II
No quesito agressividade, eu já era alguém um pouco mais agressivo, sendo que percebi um aumento desse comportamento, somado a uma baixa tolerância a situações que sejam particularmente irritantes ou com as quais eu discorde.
Mas por outro lado me tornei mais prático, mais preto no branco, sem enxergar tantas nuances. Mais direto o que pode ser interpretado por grosseria dependendo de quem esteja do outro lado. Mais focado em uma única coisa, sem fazer mil ao mesmo tempo, e igualmente mais impositivo, com aumento da sensação de uma necessidade de dominação.
É verdade que isso poderia apenas ser levado como uma absorção de estereótipos culturais do macho por assim dizer; algo que a sociedade incute em nós, e que mesmo sem querer acabamos permitindo que entre em nossas mentes, e quem sabe, nossas vidas. Já me questionei sobre algumas vezes, na tentativa de procurar sinais dessas mudanças, mas vindo de uma educação liberal, não consigo encaixar o tal estereotipo em lugar algum, restando somente o resultado da ação do hormônio sobre meu comportamento.
Apesar das alterações que constatei, continuo sendo alguém com gosto para algumas atividades que possam ser tidas como menos masculinas; mas ao mesmo tempo o funcionamento de uma máquina ou como consertar algo se tornou igualmente atraente. Ou seja, ter alterações comportamentais em decorrência da testosterona não excluí comportamentos anteriores, pode sim somar alguns, e modificar outros com maior ou menor intensidade.
Isso nos leva ao fato de que homens e mulheres são diferentes sim. De que homens e mulheres têm aptidões diferenciadas sim, mas que isso não significa que um seja melhor do que outro a ponto de haver uma predominância de x sobre y ou vice versa, mas que existe uma diferenciação natural não oriunda de comportamentos e regras sociais.
Mas também não significa que homens não possam ser emotivos, afetuosos, e sejam bons ouvintes, por exemplo. Nem que mulheres possam ser agressivas e mais inclinadas a assumir papéis dominantes. Existem variações.
Vale lembrar que nenhum ser humano é unidimensional, e que somos uma mistura de comportamentos herdados, biológicos, de influências hormonais e do meio sócio cultural em que vivemos. Parece-me leviandade se excluir completamente aquele ou esse fator quando se fala de comportamento humano; generalizando a um único quociente, quando nossa própria biologia por si só resulta em uma fascinante máquina intricada com diversas nuances. É claro que existem situações em que um fator fala mais alto que outro, ou em que um embota a expressão do outro, ou ainda em que haja uma congruência gerando um determinado comportamento.
O fato é que, em maior ou menor escala, podemos esperar que haja alterações de comportamento com o uso da testosterona em homens transexuais, mas a qualidade, a quantidade e a intensidade dessas alterações são tão particulares quanto as alterações que acontecem no físico de cada indivíduo.
No quesito agressividade, eu já era alguém um pouco mais agressivo, sendo que percebi um aumento desse comportamento, somado a uma baixa tolerância a situações que sejam particularmente irritantes ou com as quais eu discorde.
Mas por outro lado me tornei mais prático, mais preto no branco, sem enxergar tantas nuances. Mais direto o que pode ser interpretado por grosseria dependendo de quem esteja do outro lado. Mais focado em uma única coisa, sem fazer mil ao mesmo tempo, e igualmente mais impositivo, com aumento da sensação de uma necessidade de dominação.
É verdade que isso poderia apenas ser levado como uma absorção de estereótipos culturais do macho por assim dizer; algo que a sociedade incute em nós, e que mesmo sem querer acabamos permitindo que entre em nossas mentes, e quem sabe, nossas vidas. Já me questionei sobre algumas vezes, na tentativa de procurar sinais dessas mudanças, mas vindo de uma educação liberal, não consigo encaixar o tal estereotipo em lugar algum, restando somente o resultado da ação do hormônio sobre meu comportamento.
Apesar das alterações que constatei, continuo sendo alguém com gosto para algumas atividades que possam ser tidas como menos masculinas; mas ao mesmo tempo o funcionamento de uma máquina ou como consertar algo se tornou igualmente atraente. Ou seja, ter alterações comportamentais em decorrência da testosterona não excluí comportamentos anteriores, pode sim somar alguns, e modificar outros com maior ou menor intensidade.
Isso nos leva ao fato de que homens e mulheres são diferentes sim. De que homens e mulheres têm aptidões diferenciadas sim, mas que isso não significa que um seja melhor do que outro a ponto de haver uma predominância de x sobre y ou vice versa, mas que existe uma diferenciação natural não oriunda de comportamentos e regras sociais.
Mas também não significa que homens não possam ser emotivos, afetuosos, e sejam bons ouvintes, por exemplo. Nem que mulheres possam ser agressivas e mais inclinadas a assumir papéis dominantes. Existem variações.
Vale lembrar que nenhum ser humano é unidimensional, e que somos uma mistura de comportamentos herdados, biológicos, de influências hormonais e do meio sócio cultural em que vivemos. Parece-me leviandade se excluir completamente aquele ou esse fator quando se fala de comportamento humano; generalizando a um único quociente, quando nossa própria biologia por si só resulta em uma fascinante máquina intricada com diversas nuances. É claro que existem situações em que um fator fala mais alto que outro, ou em que um embota a expressão do outro, ou ainda em que haja uma congruência gerando um determinado comportamento.
O fato é que, em maior ou menor escala, podemos esperar que haja alterações de comportamento com o uso da testosterona em homens transexuais, mas a qualidade, a quantidade e a intensidade dessas alterações são tão particulares quanto as alterações que acontecem no físico de cada indivíduo.
AVISO: As alterações aqui relatadas foram observadas por mim no meu comportamento e apesar de irem de encontro a outros relatos não podem ser generalizadas.
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